Meteorologista faz balanço sobre chuvas e previsão do inverno amazônico
A chuva forte que caiu sobre Belém nesta quinta mudou o clima da cidade, mas não deve acontecer nos próximos dias, afirma o especialista
Os moradores de Belém foram surpreendidos na manhã desta quinta-feira (21) com uma forte chuva prolongada que começou às 6h e mudou o clima na cidade. Vários bairros sofreram com alagamentos e o trânsito ficou complicado em trechos onde a água tomou conta das pistas.
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A chuva que causou transtornos nesta quinta ocorreu devido um fenômeno meteorológico chamado de zona de convergência intertropical, é o que explica o Coordenador e Meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia no Pará (INMET), José Raimundo Sousa.
“Essa zona é uma faixa de nuvens, e uma banda dela adentrou o continente pelo norte da ilha do Marajó, na região de Marudá, Curuçá e Salinas. Ela é responsável por essas chuvas, que atingiram 23,8 milímetros”, afirma o meteorologista.
A chuva extensa desta quinta trouxe um impacto forte na diminuição da temperatura na região metropolitana de Belém, que atingiu mínima de 24 graus célsius. Segundo José Raimundo, a queda equivale a quase cinco graus na temperatura, já que a máxima de quarta-feira foi de 31.2 graus.
Apesar da baixa temperatura e do frio que os paraenses estão sentindo, a chuva forte não deverá acontecer nos próximos dias.
“Ainda não é o início de inverno, a zona de convergência intertropical deve enfraquecer nos próximos dias, por isso, teremos pouca ou nenhuma chuva. Até o momento tivemos 160.5 mm de chuva em dezembro, bem abaixo da média esperada que seria de 283.5 mm”, salienta o coordenador do INMET.
INVERNO AMAZÔNICO
De acordo com José Raimundo Sousa, o inverno amazônico não começará em janeiro de 2024, uma vez que fenômenos meteorológicos continuarão mantendo uma regularidade do clima.
“Ainda estamos sob efeito do fenômeno El Niño, que já está enfraquecendo. A média esperada para janeiro é de 381 mm, mas a minha previsão é de que em janeiro deve chover de 20% a 30% abaixo da média. Não teremos extremos climáticos, uma vez que já tivemos mês de janeiro chovendo 500 mm”, declara o meteorologista.
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