Mães influenciadoras inspiram maternidade com leveza e bom humor nas redes sociais
Sem negar as dificuldades do dia a dia, elas decidiram encarar abraçar a maternidade por completo
A maternidade é um momento de transformação radical na vida de qualquer mulher e cada uma abraça as mudanças de maneira peculiar, conforme suas circunstâncias e contexto de vida. No caso das mães e influenciadoras digitais de Belém, Aline Fernandes e Paula Martins, elas encontraram no humor um caminho para viver e compartilhar a maternidade de forma leve na internet, fazendo disso, além de uma fonte de renda para suas famílias, um ponto de apoio para outras mães que se identificam com elas nas redes sociais.
Aline Fernandes, 39, é natural de Florianópolis (SC), mas há sete anos vive em Belém, desde que nasceu o seu primeiro filho, Guilherme. Ela conta que seu marido se mudou primeiro para a capital paraense, onde começou a trabalhar como servidor público, mas foi o nascimento do bebê que a fez tomar a decisão radical de sair da sua cidade, deixando para trás tudo o que tinha construído lá:
"Eu tinha três lojas de moda feminina. Enquanto eu ainda estava grávida, eu fazia de tudo, com o bebê na barriga, mas, depois que o Guilherme nasceu, eu percebi que não era justo com ele e com a nossa família que a gente vivesse nessa distância. Vendi minhas três lojas e deixei tudo para viver a minha família", relata.
A influenciadora digital Aline Fernandes não se arrepende de ter mudado a vida radicalmente para viver a maternidade de forma intensa. (Arquivo pessoal)
Em Belém, sem rede de apoio, mas também sem arrependimentos, Aline começou a compartilhar nas redes sociais conteúdos relacionados ao seu dia a dia, mas nada muito formal. Com a segunda gravidez, os conteúdos ficaram ainda mais ricos, incluindo dicas que acabaram gerando identificação em outras mães.
"Eu sempre compartilhava coisas do dia a dia. Meu primeiro perfil era o Receitinhas do Gui, onde eu postava sobre introdução alimentar. Não me via como influenciadora, mas as pessoas me diziam para criar um perfil profissional porque eu dava dias incríveis, alguns vídeos viralizavam, mas o principal é que muitos dos conteúdos ajudavam outras mães", diz Aline.
VEJA MAIS
Há pelo menos três anos Aline se considera, de fato, influenciadora digital. O seu perfil, no Instagram, conta com 13,2 mil seguidores e já se tornou uma fonte de renda para sua família. Até hoje, ela considera que seu principal retorno é imaterial:
"Ajudar mães me dá um retorno gigantesco, é muito bom o feedback delas. Elas falam como até criaram memórias afetivas com os filhos a partir de dicas minhas, de lugares que eu indico etc. Me deixa feliz ver outra mãe feliz. Faz pouco tempo que caiu a ficha que é um trabalho, porque antes eu via apenas como ajuda às mães, para que elas se sentissem abraçadas. A maternidade não é fácil, por isso eu procuro passar a maternidade real, mas com humor, porque, afinal, sempre há um lado bom em criar um ser humano", comenta.
Compartilhamento que gera inclusão
Quem também percebe o seu trabalho na internet com uma missão semelhante é Paula Martins, 37. Contadora de formação, há nove anos ela trabalha como influenciadora, compartilhando um estilo de vida bem-humorado que abrange tudo, inclusive, a maternidade típica e atípica.
Paula é mãe de duas crianças: o Gustavo, de cinco anos, que nasceu com uma síndrome rara conhecida como Schaaf Yang, que afeta o neurodesenvolvimento, e também de Letícia, de dois anos, que não nasceu com nenhuma condição peculiar. Paula acredita que ocupa um importante espaço na internet em prol da inclusão:
"Quando eu engravidei, foi uma gravidez planejada, com o pré-natal certinho. As pessoas já me acompanhavam. Aí o Gustavo nasceu extraordinário e passamos quatro meses internados, eu morava no hospital. As pessoas continuaram nos acompanhando, muita gente querendo entender o que estava acontecendo", lembra Paula.
Quando Gustavo tinha dois anos e meio, ela engravidou de Letícia e continuou compartilhando uma maternidade positiva e leve para seus 237 mil seguidores.
"As pessoas me abordam e agradecem por eu passar as coisas de forma mais leve, porque não é fácil, mas é a forma que eu realmente vivo, eu não faço esforço para fazer isso".
Paula afirma que a internet é, hoje, sua maior fonte de renda, mas, ainda que ela parasse de ganhar dinheiro com os conteúdos da noite para o dia, ela não deixaria de produzir: "Meu maior objetivo é ajudar. A maternidade atípica me aproximou de muitas mães no mundo. Eu levo essa realidade para pessoas que vivem em uma bolha como eu também vivia. Eu levo inclusão e conhecimento para as pessoas. Por isso, se a internet não for mais minha fonte de renda, eu vou continuar produzindo", garante.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA