Iniciativa permitirá cooperação internacional em pesquisas sobre Amazônia

Fulbright Amazônia reunirá 16 pesquisadores de vários países da Pan-Amazônia e dos Estados Unidos

Vito Gemaque
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Pela primeira vez a Comissão Fulbright Brasil realizará uma cooperação entre da Amazônia sobre pesquisas sobre a região com bolsas para pesquisadores do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peri, Suriname, Venezuela e Estados Unidos. Durante o lançamento do I Seminário Presencial Belém – Brasil Fulbright Amazônia realizado na noite desta segunda-feira (19), no Teatro da Estação Gasômetro, com o tema “Ciência, Política e Diplomacia”.

O programa regional selecionou 16 pesquisadores da Panamazônia e dos Estados Unidos que realizarão pesquisas juntos por 18 meses. Os pesquisadores que estiveram no seminário trabalharão em três áreas temáticas: adaptação e mitigação às mudanças climáticas; fortalecimento da saúde e segurança humana e ambiental; e bioeconomia e desenvolvimento sustentável.

“O Fulbright funciona oferecendo bolsas de estudos para os pesquisadores para eles circularem. Para eles irem para os Estados Unidos fazerem pesquisas, para os americanos virem para o Brasil, e também nos outros países da região. É um programa que existe em outros 160 países do mundo e sempre com essa conotação de cooperação entre o país que recebe o programa e os Estados Unidos”, explica o diretor executivo da Comissão Fulbright, professor Luiz Valcov Loureiro.

A Fulbright Amazônia é formada pela Comissão Fulbright e pelo Bureau of Educational and Cultural Affairs (ECA). O grupo é liderado pelos professores Carlos Valério Gomes, da UFPA, e por Jeffrey Hoelle, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara.

O reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), professor Emanuel Tourinho, ressaltou a importância da cooperação entre os pesquisadores. “Este é um programa que estimula a cooperação na pesquisa, que apoia tanto os pesquisadores da Amazônia, quanto pesquisadores dos Estados Unidos, que tem interesse nas temáticas que nos dizem respeito. Então, é um passo adiante neste esforço colaborativo de conhecer cientificamente a região e nos preparar para lidar com mais eficiência com os grandes desafios que temos”, destacou.

O formato regional do programa é similar com o desenvolvido no Fulbright Ártico criado para reunir pesquisadores que apresentem propostas de políticas públicas envolvendo todos os países presentes do Ártico. “Não dá para propor nenhuma solução para a Amazônia que permeia nove países sem essas pessoas desses nove países trabalhando juntas. É fundamental que todo trabalho desenvolvido seja ancorado nessa perspectiva de cooperação internacional e da diplomacia”, assegurou Valcov.

Segundo o secretário do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, que participou do seminário, o órgão pretende trabalhar em parceria com a disponibilização das informações que forem necessárias para as pesquisas. “A gente quer chamar atenção para as questões das mudanças climáticas, dos problemas que afetam as comunidades indígenas e populações tradicionais, então o ministério embarca neste interesse de ter ali a produção de conhecimento que leve em consideração os fatos que as populações estão passando nos seus territórios”, destacou.

A pesquisadora Angélica Mendes, neta e representante do Comitê Chico Mendes, ressaltou o quanto é preciso pensar na ecologia em um contexto político social. “Já dizia Chico Mendes, ecologia sem luta de classes é jardinagem. Não adianta somente manter a floreste em pé, é preciso ter olhos grandes para os povos da floresta, para esses defensores da floresta. O mundo inteiro tem que se mobilizar, fazer sua parte na preservação das florestas. Nós já estamos sendo afetados pelas questões climáticas”, detalhou.

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Belém
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