Infrações aumentam os riscos de acidentes na avenida Arthur Bernardes, em Belém
População tem medo da quantidade de irregularidades que causam acidentes na via
Motoqueiros dirigindo sem capacetes, veículos trafegando pela ciclovia, carros e carretas estacionados na ciclovia, motos e carros em ultrapassagens perigosas e muitas outras infrações e imprudências no trânsito podem ser observadas na avenida Arthur Bernardes, em Belém, em menos de uma hora no local no final da manhã desta segunda-feira (06/01). Os ciclistas, pedestres, motociclistas e comerciantes tem constante medo dos acidentes em uma das vias mais movimentadas da capital paraense.
O ciclista Edson Garcia, de 54 anos, é morador do bairro. Ele utiliza diariamente a bicicleta para se locomover na região e presencia situações “aberrantes”. “Coisas aberrantes que não existem. Acidentes aqui acontecem direto com frequência. Na frente de casa mesmo já morreu gente. As pessoas tem que andar com cuidado até na calçada, onde os motociclistas andam. É tudo o que você possa imaginar”, falou. Para ele, os maiores problemas começam pelos condutores, em seguida a faltas de sinalização também atrapalha a via. “A começar pelo condutor. Seja de carro ou de moto, quem faz as infrações maiores são eles”, apontou.
O tráfego intenso de veículos na avenida nos horários de pico de manhã cedo aumenta a ocorrência de acidentes. Edson já vivenciou na família o risco à vida da avenida Arthur Bernardes. “Meu filho já sofreu um acidente indo para a escola. Ele estava indo para a escola quando uma moto bateu nele aqui. No último sábado, dois rapazes se bateram bem na frente do posto de saúde de moto andando pela ciclovia”, revela.
Há poucos metros, um motociclista com capacete no braço na tentativa de fazer um retorno parou atravessado no meio da Arthur Bernardes, mesmo com a aproximação de um caminhão em um dos sentidos. Por muito pouco um grave acidente deixou de ocorrer.
Situações como essa a professora Nelma Barbosa Rodrigues, de 60 anos, moradora da rua Stelio Maroja há 40 anos verifica diariamente. Ela notou o aumento dos acidentes de trânsito e das infrações ao longo das últimas décadas. “O trânsito aumentou muito. É uma via com ida e vinda e é muito grande o tráfego de veículos, principalmente por causa das empresas que tem aqui. Então os acidentes aumentam cada vez mais”, confirma.
Nelma acredita que se os motoristas fossem mais conscientes o trânsito melhoraria e os acidentes diminuiriam. “A gente precisa ter consciência no trânsito do que eu posso e do que eu não posso fazer. Lógico que se tivesse uma fiscalização, tivesse guarda de trânsito, seria até melhor, evitaria mortes, pessoas ficarem com deficiência, infelizmente não tem. Esperamos que agora no próximo governo da prefeitura possa mudar o que estamos vivendo aqui com muitos acidentes”, espera.
A entregadora de encomendas Luciene Soares Santos, de 42 anos, trabalha há um ano em uma moto na região das 8h às 18h. Todos os dias quando sai para trabalhar ela tem medo de não voltar. “A gente sai orando todos os dias desde quando sai da porta de casa por essa rodovia até chegar no nosso destino”, revela. Luciene já escapou por pouco de um acidente com ônibus.
O horário de pico de trânsito pela manhã é o mais perigoso, quando motoristas estão apressados para chegar aos seus destinos. “O trânsito aqui, principalmente pela parte da manhã é um caos, por não ter ninguém para orientar, os caminhões e ônibus não respeitam. A gente vê que até mesmo na ciclovia eles não têm respeito. A moto por ser menor eles não estão nem aí. A gente tem que dirigir pela gente e pelos outros”, assegura.
Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informou que mantém fiscalização por rondas em viaturas e em pontos fixos da cidade, e ainda conta com a fiscalização eletrônica, por meio de radares e câmeras de videomonitoramento para coibir imprudências e infrações. Mediante flagrante, os agentes aplicam autuações, em conformidade com Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
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