Incêndio em prédios: saiba o que fazer e como usar o extintor
Por se tratar de um equipamento utilizado esporadicamente, a maioria das pessoas pode ter dificuldade ao acionar o extintor de incêndio, afirma o Corpo de Bombeiros
Um incêndio atingiu o 7º andar do Edifício Ernesto Nazareth, no bairro da Cremação, no último domingo (14), em Belém. De acordo com o síndico do prédio, o filho do dono do apartamento atingido pelas chamas tentou realizar o combate com o extintor, porém, não teria conseguido por “falta de prática”. A causa do incêndio ainda não foi identificada pelos bombeiros e também não houve vítimas, apenas danos materiais.
Mesmo se tratando de um equipamento utilizado esporadicamente, não é difícil manusear um extintor de incêndio, afirma o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA). Entretanto, a maioria das pessoas pode ter dificuldade quanto ao seu acionamento por falta de prática. Ainda assim, o CBMPA garante que o equipamento é seguro e o uso correto pode impedir que o princípio de incêndio se alastre e cause danos irreversíveis.
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“A primeira dica é observar o pino do extintor. Todo extintor possui coloração vermelha, mas o ferrinho dele é de coloração metálica. Esse pino é chamado por muita gente como ‘trava’, ele serve para prender, fazendo com que o acionamento do extintor não ocorra de forma acidental, ou até alguma criança eventualmente não consiga acioná-lo. Ele [pino] estará entrelaçado em um lacre, que é como se fosse um fiozinho de plástico de uma coloração amarelada. Assim, a pessoa deve puxar até romper esse lacre e, aí sim, ela pode pegar o extintor de incêndio e projetar a mangueira em direção ao fogo”, disse o major Israel Souza, do CBMPA. O especialista comentou que a situação da não retirada do pino pode ter ocorrido no edifício da Cremação.
Ele comentou também que o extintor de incêndio foi projetado para ser utilizado em um princípio de incêndio, ou seja, na sua fase inicial, tanto que a utilização da substância química tem duração rápida, de cerca de 20 a 40 segundos, dependendo da fabricação e da “quantidade de pó”. Segundo Israel Souza, a carga “não é suficiente para o incêndio já instalado. Nesse caso, as pessoas devem ligar imediatamente para o número 193, desta forma o Corpo de Bombeiros pode comparecer com uma guarnição especializada”.
O major Israel Souza explicou que o recipiente e o conteúdo do extintor de incêndio têm prazos de validade diferentes. O recipiente possui validade de cinco anos, enquanto o conteúdo que vai apagar o fogo tem a validade de um ano inalterável. “Suponhamos que eu mandei recarregar o extintor e, no mês seguinte, o utilizei total ou parcialmente, não tenho que aguardar chegar um ano de novo para fazer a recarga. Os extintores mais populares são das classes A, B e C. O que isso significa? Que eles servem tanto para sólidos (classe A), líquidos inflamáveis (classe B) e equipamentos energizados (classe C). Na maioria esmagadora dos princípios de incêndio esse tipo de extintor vai servir, e com essa classificação no rótulo a pessoa vê logo ele que serve para esses três tipos de situações”, exemplificou.
Ainda de acordo com o bombeiro, no processo de legalização de empreendimentos de condomínio existe um credenciamento, e o Corpo de Bombeiros exige também o certificado de brigada de incêndio. Essas exigências determinam que além do síndico, outras pessoas como os funcionários, têm que saber utilizar os equipamentos de incêndio, entre eles: extintor, hidrante e sprinklers (que estão em chuveiros automáticos). Já os moradores de um condomínio podem passar por treinamento mesmo não sendo obrigatório.
“O Corpo de Bombeiros fica à disposição. Nós trabalhamos no serviço preventivo de atividade estética com vistoria e fiscalização para que os estabelecimentos tenham de funcionar com segurança, mas instalado uma ocorrência, deve-se ligar sempre para o número 193. A corporação mantém diariamente guarnições especializadas treinadas e com toda a logística adequada para poder fazer o atendimento”, afirmou Israel Souza.
Passo a passo de como usar um extintor de incêndio
- se posicione a uma distância segura do fogo;
- a parte da mangueira é onde você tem que segurar para projetar na direção do fogo;
- tire a alça de ferro e aperte o gatilho que dali sai um pó que fará a extinção completa das chamas.
Qual extintor de incêndio escolher?
O extintor ideal está muito atrelado ao tipo de material que se quer combater enquanto princípio de incêndio. Durante o processo de vistoria do Corpo de Bombeiros, o equipamento mais recomendado é do tipo ABC que serve para combater incêndios sólidos (tipo A), líquido inflamável (tipo B) e materiais energizados (tipo C).
O que verificar em um extintor de incêndio?
- o manômetro (relógio de pressão próximo à trava) deve estar com pino na direção verde, indicando pressão interna correta para uso;
- equipamento deve constar selo do Inmetro;
- a pessoa que pode manusear o equipamento deve conferir normas de uso do próprio extintor.
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