Hospital das Clínicas de Ananindeua não tem previsão para normalizar atendimentos a pacientes do SUS
“Não tínhamos como continuar nossos serviços com cinco meses de atraso de repasses pela prefeitura de Ananindeua", afirma diretor do hospital; serviços foram suspensos na segunda-feira
Até agora, não há previsão para normalizar, no Hospital das Clínicas de Ananindeua, o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O atendimento foi suspenso na segunda-feira (6). Motivo: a falta de repasse de recursos por parte da Prefeitura de Ananindeua.
“Nós estamos há cinco meses, desde outubro, sem receber um tostão sequer da Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua. A Secretaria Municipal de Saúde é o nosso principal comprador de serviços. E nós não podemos sobreviver sem o pagamento do nosso principal comprador", disse, na manhã desta terça-feira (7), o diretor do hospital, médico Ronaldo Sefer.
Faixas foram colocadas pelos trabalhadores na frente do hospital, avisando sobre a suspensão do serviço no local. Só estão sendo atendidos apenas os pacientes do Iasep (Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará) e os que pagam pelas consultas - atendimento particular.
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"Aqui é feito a maioria dos serviços prestados ao SUS em Ananindeua", diz diretor do hospital
O diretor explicou que a saúde em Ananindeua é municipalizada. “A Secretaria Municipal de Saúde é o nosso principal comprador de serviços. E nós não podemos sobreviver sem o pagamento do nosso principal comprador", disse. "Então, todos os serviços são pagos, contratados e ofertados pela secretaria. Então, a gente vive completamente às custas do órgão pelo serviço que a gente presta", afirma o gestor do hospital.
Ronaldo Sefer acrescentou não haver previsão para que os atendimentos ao SUS sejam normalizados. "São cinco meses com um montante de 6 milhões, 6 milhões e oitocentos e pouco. Quase 7 milhões", detalhou o diretor sobre o total atual da dívida. Por essa razão, o médico pediu desculpas ao povo de Ananindeua.
"Aqui é feito a maioria dos serviços prestados ao SUS em Ananindeua", afirmou. "Não tínhamos como continuar nossos serviços com cinco meses de atraso", completou.
No entanto, ele afirmou que, em março deste ano, a prefeitura recebeu recursos do Ministério da Saúde - R$ 7,8 milhões. "É verba estritamente hospitalar e para serviços hospitalares", garantiu. Ronaldo Sefer disse que estão suspensos todos os serviços que o hospital presta ao SUS.
"Somos os maiores fazedores de serviços para o SUS em Ananindeua. Só quem opera cirurgia geral, só quem opera urologia, só quem opera ginecologia somos nós. São em torno de 300 a 320 cirurgias por mês", afirmou.
Sobre o protesto e a situação do hospital, a Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com a Prefeitura de Ananindeua nesta terça-feira, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
No entanto, ainda na segunda-feira (6), a Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua (Sesau) informou à reportagem que “segue normalmente o cronograma de pagamento dos hospitais conveniados. E quanto ao Hospital das Clínicas de Ananindeua, está sendo feita uma análise e auditoria na quantidade da produção do mesmo”.
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