Dor de cabeça: saiba as causas e veja 10 dicas para evitar

Dia Nacional de Combate às Cefaleias alerta para a o diagnóstico correto de dores de cabeça

Camila Guimarães

A maior parte das dores de cabeça são benignas, mas elas também podem ser sintomas de doenças graves, por isso, não devem ser ignoradas. Esse é o principal recado da campanha Maio Bordô, de conscientização sobre o impacto das dores de cabeça na vida das pessoas. Em Belém, no último ano, cresceu 17,6% o número de atendimentos por cefaleias nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O aumento foi de 40,8% no caso específico de enxaqueca. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).

Ainda segundo o levantamento da Sesma, enxaqueca é o principal tipo de cefaleia nos registros de atendimento nas UBS, tendo contabilizado 344 casos em 2022, 585 em 2023 e 241 só nos quatro primeiros meses de 2024. Depois de enxaqueca, no ranking aparecem, ainda, cefaleia tensional e enxaqueca com aura.

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Quem convive com a doença é Anne Canto, de 47 anos. Ela diz que tem enxaqueca desde criança, mas levou anos para ter o diagnóstico. Desde cedo ela apresentava vários sintomas, como dor de cabeça intensa e diária, mal-estar geral e náuseas. “Eu cheguei ao ponto de vomitar muito, quase todo dia estar na urgência e também me automedicando”.

O problema, até hoje, mesmo fazendo uso de medicamento controlado há 10 anos, ainda impacta o dia a dia da comerciante: “Tudo que eu faço tem que ser bem cedo ou então à noite. Além do sol me fazer muito mal, o calor também. Já deixei de fazer muitas coisas, como ir a eventos, de estar em conversas ou brincadeiras com os amigos, deixei de ir em programações na escola dos filhos etc. Evito muitos alimentos - gordura, condimentos, cupuaçu, maracujá, chocolate - e uso um medicamento quando as dores estão muito forte”.

“Eu digo para meu esposo e meus filhos que eu aprendi a conviver com a dor. O fato de eu ter aberto mão de muita coisa para evitar as crises me ajudou a ser uma pessoa mais sociável, continuar vivendo e sendo feliz”, relata Anne Canto.

Dor de cabeça não deve ser ignorada

O neurologista Antônio de Matos afirma que 90% a 95% das dores de cabeça ou cefaleias são benignas, ou seja, não estão relacionadas a outras doenças, como tumores ou aneurismas, porém, na porção restante da porcentagem, elas costumam ser sintomas de problemas sérios, por isso, toda dor de cabeça deve ser investigada.

“Os sinais de alarme acabam envolvendo o aumento crescente da dor, associação com sintomas neurológicos, dor após atividades físicas, dor que incapacita a pessoa”, informa o médico.

O neurologista explica que existem cefaleias primárias - quando a dor é o problema independente - e secundárias - quando são causadas por uma doença prévia. Dentro de cada grupo existem diversos tipos de cefaleias e o tratamento varia tanto quanto a diversidade, por isso, é imprescindível o diagnóstico correto.

“A cefaleia tensional geralmente é dos dois lados da cabeça, em geral, sem náuseas, com uma duração mais longa e com menor intensidade. A cefaleia em salvas já é excruciante, é uma agulhada dentro do olho. É muito incapacitante, apesar de durar minutos. O tratamento para uma crise de salvas é com oxigênio. E a neuralgia de trigêmeo é uma dor na face, próximo da região do nariz e boca, como fortes agulhadas, cujo tratamento pode incluir até drogas antiepilépticas. É preciso orientação profissional para tratar cada coisa corretamente”.

Por isso, o especialista condena a automedicação e afirma, ainda, que tomar analgésicos por conta própria pode causar uma doença específica: cefaleia por uso recorrente de analgésico. “Esse hábito ‘desprograma’ a região do nosso cérebro responsável por receber toda informação sobre dor".

Antônio de Matos pontua alguns fatores que, em geral, não são causais, mas podem ser descompensadores para cefaleias: excesso de luz, tanto do sol como de telas, calor, alguns alimentos (ex. chocolate, corantes), substâncias estimulantes (ex. cafeína), abstinências, ansiedade, depressão, estresse, sono irregular etc. Em geral, Antônio orienta que as pessoas busquem uma vida equilibrada e sem excessos.

"Tudo que te aproxima de um estado de saúde vai te afastar das dores: alimentação saudável, relações interpessoais harmônicas, sono regular, cabeça organizada, doenças crônicas controladas, evitar hábitos como tabagismo, uso de bebidas alcoólicas. Esse estado de equilíbrio fino do indivíduo, incluindo hoje a parte espiritual, o afasta das dores de cabeça”.

Principais tipos de dores de cabeça nas UBS em Belém

2022 – Enxaqueca, 344; cefaleia tensional, 105 e enxaqueca com aura, 34.

2023 – Enxaqueca, 585; cefaleia tensional, 121 e enxaqueca com aura, 32.

2024 (jan/abr) – Enxaqueca, 241; cefaleia tensional, 60 e enxaqueca com aura, 30.

Dez dicas para evitar dor de cabeça

  1. Investigar e tratar mesmo dores esporádicas;
  2. Manter alimentação saudável;
  3. Evitar a desidratação;
  4. Evitar excesso de luz natural ou artificial;
  5. Praticar higiene do sono;
  6. Evitar o tabagismo;
  7. Evitar o alcoolismo;
  8. Manter o controle de doenças crônicas;
  9. Ter vida interpessoal e espiritual saudável;
  10. Cuidar da saúde mental como um todo.
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