Greve de ônibus: usuários reclamam de esperas nas paradas e preços maiores em vans
Muitos aguardavam por mais de uma hora no início desta manhã. Coletivos passaram a circular às 7h, mas atos com bloqueios também são registrados
Os atos agendados pelos rodoviários da Grande Belém, desde a madrugada desta quinta (8), deixaram vários usuários sem alternativas de transporte nas primeiras horas da manhã, apesar de alguns ônibus passarem a sair das garagens depois das 7h. Com vários atos ocorendo esta manhã em pontos específicos da capital, a situação ainda se complicou mais.
"Fiquei sabendo da greve por alto ontem, quando cheguei do meu trabalho, que eu pego 22h. Mas eu não sabia que isso ia acontecer. Estou há mais de uma hora aqui e nada", disse Jefferson Miranda, funcionário de supermercado, que trabalha de madrugada. Ao voltar para casa, o morador de Benfica ficou à míngua numa parada da BR-316 esta manhã. "Eu tinha informação que sete horas ia normalizar, mas até agora nada", dizia ele, por volta das 8h.
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Ely Campos, de 20 anos, também aguardava há meia hora por um ônibus na parada do Shopping Castanheira, perto da galeria BR. Às 7h50, ainda esperava, atrasada, para a entrada no serviço, às 8h.
Os valores de passagens nas vans de transporte alternativo foram aumentados após o anúncio dos atos. Nessa manhã, motoristas aproveitaram a oportunidade para faturar mais com a alta procura. O motorista Sérgio Augusto e outros confirmaram que o preço da passagem praticado é de R$ 5 por quase todos.
Rodoviários cobram acordo com empresários
Os atos desta quinta (8) ocorrem para chamar atenção do poder público para o cumprimento de acordo de ajuste salarial que ainda precisa sair do papel.
Segundo Huelen Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), não se trata de uma greve. "É um protesto. Nós ganhamos 12% após a greve na mesa de negociação. Passaram quatro meses e não resolveram nada. Foi definido 12% e só tem até agora 5%. A patronal ia dar 5%. A prefeitura ia entrar com 2% de subsídio e o Estado ia dar 5%. A categoria está revoltada com essa situação. Quem vai assumir os 7% que faltam?", detalhou o líder sindical.
Em nota publicada por volta das 8h, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informou que, até o momento, "não foi comunicada oficialmente sobre a possível paralisação dos rodoviários".
A Semob disse ainda que "as pautas apresentadas pelos rodoviários dizem respeito às questões trabalhistas, portanto relação restrita entre empregador e empregado". A Superintendência recomendou ainda aos trabalhadores que "se busque a solução por meio do diálogo e da negociação".
A Semob diz que "adotará todas as providências necessárias para a garantia de uma prestação adequada do serviço de transporte coletivo à população".
A redação integrada de O Liberal segue apurando os atos dos rodoviários na Grande Belém. Acompanhe.
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