Enem Digital gera expectativa e preocupação em educadores em Belém

Logística e segurança para o Exame são as principais perguntas

Eduardo Rocha

A proposta do Ministério da Educação de implementar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em meio digital, de forma gradual até 2026, a partir de um piloto a ser programado para 2020 em 15 capitais, incluindo Belém, foi recebida com preocupação por parte de educadores na capital paraense nesta quarta-feira (3). As perguntas que os profissionais fazem abrangem, basicamente a necessidade de ampla logística para garantir o acesso às provas online no País e, também, sobre a segurança contra vazamento de informações relacionadas ao exame.

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Esse é o caso do pedagogo Nagib Sales, coordenador do Cursinho Pré-Vestibular Ideal, localizado na avenida Augusto Montenegro. "Eu vejo com bons olhos, porque a tendência é essa mesma, de aproveitamento do meio virtual. Agora, estamos na expectativa sobre o detalhamento de como será operacionalizado o Enem Virtual, ou seja, como será o acesso dos alunos ao meio virtual em todo o País e a aplicação da redação, por exemplo", declarou. 

Nagib chamou a atenção para a segurança da prova on line, para que se evitem vazamentos do exame. "Eu acredito que para o aluno seja um ganho, porque ele se mostra mais familiarizado com o uso da tecnologia e essa ferramenta na educação já é uma realidade". O educador também observou que a correção da provas deverá ser mais rápida. 

Já o professor de História Antônio Carlos Lobato, 38 anos, que atua com alunos de Convênio (3º ano do Ensino Médio), disse que a proposta gera debates, sobretudo em virtude do desafio da logística de implantação do novo sistema, já que o Brasil possui dimensões continentais e há muitas regiões com alunos sem acesso à internet no País". Outro aspecto preocupante para o professor é a segurança da prova. "Muitas instituições fazem exames da forma convencional, como na China, por exemplo, onde ainda se usa o papel. Então, temos que ver como será operacionalizado o sistema online", pontuou. 

Para Antônio Carlos, o desafio do governo é diminuir custos com papel na impressão da provas e, também, evitar gastos com o sistema informatizado de aplicação do Enem. Ele ressaltou que somente em 2018 foram mais de seis milhões de candidatos no País. Para o professor, o resultado do Enem deverá ser divulgado com maior celeridade, mas os impactos do novo processo na aprendizagem também geram expecativa e preocupação.

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