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Emprego formal é sonho para milhares de paraenses

Segundo especialistas da área econômica, primeira década de 2000 foi perdida para o desenvolvimento do mercado de trabalho brasileiro

Redação Integrada
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Alguns especialistas da área econômica afirmam que a década de 2010 já pode ser considerada uma década perdida para o desenvolvimento do mercado de trabalho brasileiro.  Nesse cenário crítico, quem reconquista uma vaga formal, após meses ou anos desempregado, se considera, de fato, um vitorioso. É o caso do paraense Victor Soares, 35, que depois de mais de um ano sem ocupação com carteira assinada, há três meses se reposicionou numa empresa privada, sob as regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

“Visto, mesmo, a camisa da empresa que me acolheu’’, enfatizou Victor, na manhã desta quinta-feira, 10. “Depois do período de experiência, para mim, todo dia será como se eu ainda estivesse à prova. Você não pode relaxar, não, se fizer isso, o mercado te descarta’’, completou ele, que está em período de experiência.

Victor Soares começou a trabalhar, formalmente, aos 18 anos, acumulando longas experiências profissionais nos ramos do Comércio e de Logística, até que ficou desempregado, há um ano e três meses. Sem maiores perspectivas econômicas, nesse meio tempo, ele financiou um carro para rodar como motorista de aplicativo online. A vivência, no entanto, não lhe foi positiva.

As dispensas acumuladas por Victor, que tem ensino médio completo, são emblemáticas da contemporaneidade. Ele afirma que a empresa em que estreou como oficce-boy exercendo variadas tarefas, e ascendeu tornando-se vendedor no atendimento direto ao público, fechou as portas por causa da internet. Noutra, a causa da quebra do estabelecimento teria sido a mudança de hábito dos consumidores, que deixaram para trás, o costume de presentear com flores amigos e familiares. 

“Comecei numa empresa de acessórios de carros. Fui office-boy, estoquista, passei para o balcão de vendas até ser instalador dos equipamentos de som, DVD etc, mas a internet faliu a empresa porque vende todos esses produtos eletrônicos mais baratos mesmo com o frete’’, recordou Victor Soares.

Numa segunda experiência profissional, ele foi contratado formalmente para atuar na área de logística de uma floricultura, com filial em Belém e sede na cidade de Fortaleza, no Ceará. Desta vez, segundo o trabalhador, os novos hábitos de consumo foram os responsáveis pelo fechamento da firma e pela sua demissão.

‘’As pessoas não comprar mais flores. Artigo para se dar lembrancinha hoje  são os eletrônicos, celulares, smartphone. Namorado não dá mais flor, só se vende flor no Dia de Finados e para o Dia das Mães, no resto é difícil e a empresa quebrou’’, disse.

Em um ano e três meses, sem trabalho formal, ele resolveu financiar um carro e passou a ser Uber, mas não gostou do resultado. “Sinceramente não dá dinheiro, eu tive prejuízo, rodava de 6h às 18h. Cá entre nós, a gente apura 20 reais, aí tem de pagar combustível e rodar, rodar. No final, não sobre quase nada, não dá’’, afirmou Victor, fazendo questão de ressaltar que os aplicativos de motoristas devem ser vantajosos para quem já tem uma renda fixa, e busca um faturamento nas horas livres. Do contrário, não se tem o que comemorar.

Hoje, ele trabalha de 13h às 21h na empresa Terraplena, como auxiliar técnico administrativo. “Minha esposa trabalha numa agência de Publicidade e foi ela quem segurou nossas contas nos últimos meses. Agora, que estou empregado novamente, quero saúde para tocar o barco. Estou disposto para encarar 2019 dando o meu melhor. A gente sempre procura mais e eu quero crescer na empresa, espero ter saúde para não ter nenhum problema, é ruim se você se acidenta ou adoece, me cuido, tenho uma boa alimentação e espero um ano bom’’, concluiu.

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