Doenças de pele em cães e gatos: conheça os principais problemas e saiba como evitar
A médica veterinária Thayane Travaina, de Belém, lista orientações que os tutores devem atentar-se
Muitos cães e gatos sofrem com problemas de problemas na pele ao longo da vida, como o surgimento de alergias ou outras doenças que podem ser causadas por fungos ou parasitas. Isso porque a pele dos pets é tão sensível quanto a dos humanos. Por isso, alguns cuidados básicos no dia a dia, são essenciais para manter a saúde dos bichinhos em dia, como garante a médica veterinária Thayane Travaina, de Belém, que é especialista em dermatologia animal.
A veterinária explica que os bichinhos precisam de cuidados com a pele de acordo com o estilo de vida de cada cão ou gato. “Aqueles pets que costumam passear precisam fazer com frequência o uso de ectoparasitas para se protegerem contra sarnas, pulgas e carrapatos, pois tudo isso pode interferir na pele. Lembrando também que os pets alérgicos precisam tomar banho com uma frequência maior do que os pets que não possuem problema de pele”, afirma Thayane.
Em comparação aos gatos, os cachorros são mais sensíveis a problemas de pele, conforme pontua a médica. “Quando falamos em cachorro, a principal doença de pele é a dermatite atópica. É uma doença inflamatória que acomete a barreira cutânea dos pets, facilitando a entrada de alérgenos. O tratamento costuma ser específico para cada caso, alguns pets ficam muito bem com banhos medicamentosos. Já outros precisam usar medicações de uso contínuo, sempre avaliado por um veterinário dermatologista”, alerta.
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Mesmo que a incidência de casos seja ainda maior em cachorros, os felinos não estão livre de problemas dermatológicos. Em todos os casos, as enfermidades podem aparecer em qualquer idade. E isso se agrava para algumas raças, que têm uma predisposição ainda maior para ter alterações na pele. Segundo ela, os tutores de gatos da raça Persa precisam ter cuidados redobrados. “Os gatos, principalmente os que têm acesso à rua, tem muita facilidade em ter dermatofitose, os fungos, sarnas e ectoparasitas”, detalha.
“A prevenção sempre vai ser a melhor solução. Para ficar protegido de pulgas, carrapatos e sarnas, o recomendado é sempre deixar em dia os remédios para ectoparasitas. Para identificação e tratamento sempre buscar um veterinário de confiança e de preferência dermatologista para tratar os problemas de pele”, acrescenta ela ao lembrar que coceira, vermelhidão e queda de pelos podem ser alguns dos sintomas de doenças na pele.
Reforço
Thayane lembra que todo o cuidado é essencial já que os pets costumam ser muito sensíveis, principalmente nos primeiros dias de vida dos animais. Outro fator que não deve ser deixado de lado, também, é a hidratação dos bichinhos. “Para os pets filhotes, que a imunidade ainda está baixa, o ideal é ter um cuidado maior em relação a passeio, que deve ser sempre após terminar o ciclo vacinal. Em relação a banhos, para filhotes o ideal é banho morno, até ir se acostumando”.
“O ideal é sempre deixar limpas as caminhas, mantas e o bichinhos de pelúcia, tomar cuidado com produtos de limpeza e não deixar o pet no meio da faxina. Sempre dar preferência para álcool e sabão neutro. Desinfetante e água sanitária costumam causar dermatites de contato. E para os pets alérgicos o ideal é que tenha o seu próprio shampoo, para cada fase que está a alergia, seja shampoo medicamentoso, ou hidratantes, sempre prescrito pelo veterinário dermatologista”, reforça.
Cuidado
Tutor de três gatos - sendo dois da raça Sphynx -, o empresário Leonardo de Figueiredo, 43 anos, mantém uma rotina de cuidados com os felinos, que são mais sensíveis, uma vez que possuem a pele mais exposta. “A pele dos Sphynx é naturalmente oleosa, por conta da ausência dos pelos. Pelo menos uma vez a cada dois dias passo lenços umedecidos que ajudam a manter a pele limpa. E, a cada 20 dias, em média, eles tomam banho, para controlar um pouco mais a oleosidade, usando shampoo próprio para pele deles”, diz.
Mas a proteção com a saúde dos gatinhos ainda vai além. Dexter, Elvis e Bigode, como são chamados os pets de Leonardo, têm uma atenção especial por parte do tutor, que também mantém uma agenda regular de ida ao veterinário: “Ainda evitamos a exposição deles ao sol, para não queimar a pele. Quando precisamos passear, e sabemos que vai passar o período apropriado de exposição ao sol, colocamos roupinhas com proteção UV neles. E todos eles têm acompanhamento de uma médica veterinária especialista em felinos”, relata.
“O Dexter, que é o caçula, certa vez conseguiu pular a janela que dá acesso à sacada do apartamento e dormiu numa cadeira que tinha incidência do sol muito grande. Ele ficou com algumas queimaduras de sol na patinha da frente, mas fez acompanhamento veterinário e foi medicado. Em duas semanas cessaram os sintomas. E uma vez a cada 6 meses [os gatos são levados ao veterinário], justamente para verificar como está a pele deles, ouvidos e olhos, que são as partes mais sensíveis pela ausência”, relata o tutor.
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