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Dia Mundial do Veganismo: estilo de vida ganha cada vez mais adeptos em Belém

Celebrada nesta sexta-feira (1º), a data reforçar não apenas os benefícios de uma alimentação livre de produtos de origem animal, mas também a conscientização sobre esse estilo de vida

Gabriel Pires

Celebrado nesta sexta-feira (1º), o Dia Mundial do Veganismo busca reforçar não apenas os benefícios de uma alimentação livre de produtos de origem animal, mas também a conscientização sobre esse estilo de vida pautado na responsabilidade com o meio ambiente. Em Belém, o movimento vegano tem ganhado cada vez mais adeptos. Com pratos típicos adaptados, além de outros alimentos que fazem parte do dia a dia e ganham versões livres de ingredientes de origem animal, existem muitas opções de alimentação vegana.

Entre as alternativas de comidas à base de vegetais — que ganham um toque regional — está a maniçoba vegana. Diferente da receita original, os ingredientes de origem animal dão lugar ao tofu defumado, à castanha-do-Pará, à castanha de caju e à linguiça vegetal. Outro destaque é o “vrango” no tucupi — um substituto do frango feito a partir de proteína isolada de ervilha e grão-de-bico. E tudo isso sem perder o sabor, como detalha a empreendedora Petra Marron, especialista em alimentação vegana.

Com ingredientes da região, até mesmo a farofa de castanha é uma opção de acompanhamento. Para Petra, essa é uma forma de incluir aqueles que optaram pelo veganismo e não querem deixar de saborear a culinária local — inclusive na época do Círio. “A gente não fica passando vontade em nenhuma data comemorativa. No Natal, a gente tem um prato especial, e também no Dia das Mães. Nós, veganos, não queremos ser excluídos dessas datas, porque a comida é afetiva e une as pessoas”, diz.

image Veganismo cresce em Belém (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

Doces como brigadeiros e cookies, além de sanduíches e até café com leite vegetal, são feitos com ingredientes livres de origem animal para atender quem aderiu ao veganismo. “A gente gosta muito de comer. E é por isso que a gente faz as nossas versões veganas, também para mostrar às pessoas que é possível fazer versões vegetais de todos os pratos que existem, inclusive na culinária paraense. A gente também tem opções de pães, bolos e queijos veganos”, completa.

Adeptos

Para Petra, o veganismo tem se difundido e está presente no dia a dia do belenense. E, segundo ela, mudar esses hábitos alimentares também contribui para a preservação ambiental, já que a pecuária é uma das principais causas do desmatamento. “Percebo uma grande evolução em relação às opções e ofertas de produtos veganos. O veganismo tem se tornado uma alternativa mais sustentável para a nossa forma de se relacionar com o que consumimos, principalmente estando na Amazônia”.

image Petra relata sobre como observa o crescimento do veganismo em Belém (Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

Por ser baseada em vegetais, a dieta vegana é rica em vitaminas e fibras, como relata Petra. E isso traz ainda mais benefícios à saúde no dia a dia. “A minha alimentação se tornou realmente rica e variada quando me tornei vegana, porque foi quando abri a minha cabeça e ampliei meus horizontes para todas as potências que o reino vegetal pode me oferecer. Como os alimentos vegetais contêm poucas calorias, a gente pode comer mais”, frisa Petra, ao falar da melhoria na qualidade de vida.

Quem também se identificou com o veganismo e optou por esse estilo de vida foi a professora Magaly Caldas. “Com o veganismo, que conheci em 2016 por meio de amigos, pude compreender que, além de uma posição política, o veganismo trata da nossa cultura alimentar e está presente em nossa mesa, na relação com a natureza, com as pessoas, com a família e com a sociedade. O veganismo, enquanto uma postura política de ética, é coerente e viável”, declara.

O profissional de educação Emmanuel Souza enfatiza que sua qualidade de vida melhorou após adotar o veganismo. “Aderi e minha alimentação ficou mais diversificada e melhorou. Meu rendimento nos esportes também aumentou”, comenta. A mesma experiência é compartilhada pelo servidor público Diogo Solano: “Minha pele melhorou. Até meu humor mudou. Pela saúde, pelos animais e pelo planeta, é muito bom se tornar vegano”, reforça.

Foto: Ivan Duarte / O Liberal

Feira  

Para celebrar o Dia Mundial do Veganismo, Belém recebe a “Feira Viva”, que inicia nesta sexta-feira (1º) e segue até domingo (3). A proposta da iniciativa é levar a culinária vegana ao público com diferentes empreendimentos, além de oferecer oficinas e atividades sobre formas de consumo consciente. Nos dias 1º e 2 de novembro, a programação começa às 14h e às 8h, respectivamente, na Padaria Verderosa, no bairro do Umarizal. No dia 3 de novembro, a partir das 9h, o evento será no Memorial dos Povos.

Petra considera que a feira será “um momento de comemoração e de celebração das nossas escolhas nessa relação mais consciente e compassiva com a Amazônia”. “Escolhemos o Dia Mundial do Veganismo para comemorar. Vai ser um momento de encontro não só do público, mas também de muitos expositores, que são pessoas que estão tocando empreendimentos com a preocupação de promover negócios mais sustentáveis em nossa região. É a primeira edição de uma feira 100% vegana”, destaca.

“As opções veganas e os alimentos à base da natureza são muito mais acessíveis, não só à sociedade, mas também à natureza. Precisamos então de mais espaços como a Feira e como tantos outros empreendimentos que trazem essas possibilidades, mostrando a viabilidade econômica, ambiental e de saúde desse caminho do veganismo”, completa Isabela Lima, consultora em sustentabilidade e parceira da “Feira Viva”.

Também em meio à celebração da data, iniciativas de defesa ao veganismo promoverão o encontro “Já comeu a Amazônia hoje?”. Será um diálogo sobre pecuária, desmatamento e negacionismo alimentar. O encontro será na sexta-feira (1º), às 18h, no Armazém do Campo, localizado no bairro da Cremação. Haverá também uma exposição da culinária vegana, além de programação cultural.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA – FEIRA VIVA:

DIA 1 – Padaria Verderosa

14h: Abertura
14h45: Fala de abertura: "Por que celebrar o Dia Mundial do Veganismo?"
15h: Aula-show com Petra Marron: "Focaccia sem glúten com antepasto de casca de banana"
16h30: Palestra com a nutricionista Jamile Barros: "Alimentação e Sustentabilidade: por que precisam andar juntas?"
18h: Boteco Amazônia Viva: comidas de boteco em versão vegana
22h: Encerramento

DIA 2 – Padaria Verderosa

8h às 12h: Café da manhã pela floresta em pé: clássicos e delícias em versão vegana
13h: Palestra com o educador físico Rafael Correto: "Alimentação à base de plantas e a prática de atividade física na Amazônia"
14h30: Aula-show com Lorena Coelho: "Como fazer um bolo vegano festivo com ingredientes amazônicos?"
16h: Encerramento

DIA 3 – Memorial dos Povos

9h: Abertura da feira gastronômica e criativa
9h30: Fala de abertura
10h: Palestra com Isabela Lima, diretora da Bioma Sustentabilidade: "Como fazer um evento sustentável?"
11h: Oficina de bolhas de sabão com Pedro Bolha
11h: Apresentação musical: Íris da Selva
13h: Apresentação musical: Forró Xodó
15h: Oficina com Rennan Mesquita: "Trufas amazônicas sem açúcar"
16h: Contação de história com Tia Ot: "O Menino e o Pardal"
16h: Oficina com Bendita Mirna: "Como organizar a cozinha para evitar desperdícios?"
17h: Apresentação musical: Raidol
18h: Encerramento da feira gastronômica e criativa

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Belém
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