Dia Mundial do Sono: Campanha busca conscientizar a população sobre a importância de dormir bem

Promovida pela Academia Brasileira do Sono, este ano a campanha tem como tema Faça da saúde do sono uma prioridade".

Tatiane Freitas / especial O Liberal
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"Dormir bem pra mim hoje é inegociável. Depois do problema de insônia, minha vida social passou a ser durante o dia, pois só quem passou por esse problema sabe o quanto é sofrido". É assim que a jornalista Lena Nery resume as mudanças que ocorreram em sua vida após ser diagnosticada com o distúrbio do sono, a chamada insônia. Nesta sexta-feira, 14, é comemorado o DIa Mundial do Sono. A data serve para refletir sobre a importância de uma boa noite de sono, seus benefícios e as consequências que a privação do sono traz para vida das pessoas.

Lena conta que o problema iniciou em 2022, quando apareceram os primeiros sintomas da insônia: dificuldade para adormecer, irritabilidade, cansaço físico e mental. Ela conta que emorou a procurar ajuda de um profissional, pois acreditava que o problema passaria e logo melhoraria. Até ue veio o período crítico do transtorno no sono. "Passava as noites em claro e passei a tomar medicação sem receita médica. A pessoa que tem privação de sono fica igual a um zumbi, sem ânimo pra nada na vida", explica a jornalista.

A jornalista atribui o transtorno do sono a rotina intensa de trabalho, que leva em média 10 horas, além das tarefas domésticas e o fato de ter iniciado uma nova graduação. "Foi ai que percebi que estava desesbabilizada emocionalmente".

Ajuda profissional

Foram alguns meses até chegar ao diagnóstico de distúrbio do sono. Isso só foi possível após a paciente procurar ajuda de um psiquiatra, que a diagnosticou com ansiedade. Durante algum tempo, a jornalista só dormia com a ajuda de medicação. Também incluiu na sua rotina atividade fisica e melhorou a alimentação. Ela conta que também passou a fazer a higiene do sono, que exige ficar longe de telas antes de dormir, não consumir alimentos estimulantes  como a cafeína, manter o quarto escuro, entre outras práticas.

"Desde então, sob orientação médica retirei os remédios para dormir e para a ansiedade. Precisei desacelerar o ritmo de vida. Dormir bem é fundamental para a saúde porque reduz o estresse, melhora a concentração, a disposição, além de outros benefícios", enfatizou a jornalista.

A otorrinolaringologista MariaClaudia Oliveira explica que a má higiene do sono é uma das principais causas da insônia. Mas, segundo ela, existem também as causas psicológicas e psiquiátricas, como a depressão e ansiedade.

"Além disso, devemos lembrar de situações médicas como dor crônica, distúrbios respiratórios, obesidade, menopausa e distúrbios hormonais que também podem ser fatores envolvidos na gênese e manutenção de um quadro de insônia. ", destacou a especialista.

Para alertar a população sobre a importânca de dormir bem, a , a Academia Brasileira do Sono (ex-Associação Brasileira do Sono), que engloba a Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e a Associação Brasileira de Odontologia do Sono (ABROS), promove, entre os dias 14 a 20 de março, a Semana do Sono 2025. Este ano, a campanha tem como tema "Faça da saúde do sono uma prioridade".

"Infelizmente, somos o único animal que se priva de sono voluntariamente. inserimos hábitos e estilo de vida que não priorizam o sono. O hábito que mais tem prejudicado o sono da população em todas as faixas etárias é o abuso de telas. Quanto mais  estimulante e interativo o conteúdo maior será o impacto negativo no sono", enfatizou a especialista.

Segundo a especialista, o estresse e a ansiedade também são fatores que podem causar tensão muscular, dores, palpitações e tornar o sono desconfortável. "Mesmo que o indivíduo consiga dormir, a ansiedade pode levar a despertares frequentes durante a noite, gerando um sono superficial e não reparador. É uma dupla via: a ansiedade e o estresse pioram a qualidade de sono e o sono ruim favorece o surgimento ou a intensificação dessas questões", pontuou a médica.

Pensamentos intrusivos e preocupação excessiva também podem levar o individuo a sofrer com insônia. Isto porque nesse processo é ativado o sistema nervoso simpático, aumentando assim, a liberação de cortisol que mantém o individuo em estado de alerta, prejudicando o início e a continuidade do sono. A otorrino reforça que hábitos , como abuso de cafeína, álcool, horários irregulares de dormir e acordar, sedentarismo e falta de exposição à luz solar também contribuem para um sono de má qualidade.

"Precisamos ter a a consciência de que esses hábitos estão nos prejudicando, portanto a educação em sono com divulgação de campanhas que levem informações de qualidade e respaldadas cientificamente são de suma importância. O próximo passo é buscar um planejamento de ajustes e nesse caso, havendo dificuldade, devemos procurar o auxílio profissional".

Claudia Oliveira faz um alerta sobre o uso de telas durante o período noturno, que podem minimizar os impactos ajudar a ter uma boa noite de sono.A médica explica que o  ideal é que  pelo menos uma hora antes do horário preconizado para dormir  se desligue de telas, seja  televisão, computador, videogame, além de manter equipamentos  eletrônicos fora do ambiente de dormir. "é importantetambém que se tenha  educação, você saber quais são as consequências do uso excessivo de telas, principalmente no horário próximo de dormir e, tendo essa consciência, a gente precisa se envolver com a mudança de hábitos e práticas em todo o ambiente familiar. Muitas vezes os adultos exigem uma postura da criança e do adolescente, mas que os pais não seguem". finalizou a médica.

A campanha educativa da Academia é premiada internacionalmente e acontece anualmente em todo o Brasil. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância do sono.

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