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Dia Internacional das Pessoas com Deficiência: reabilitação traz qualidade de vida aos pacientes

Responsáveis relatam como essa rotina de cuidado mudou a vida dos filhos

Gabriel Pires

Essencial para promover qualidade de vida às pessoas com deficiência, o processo de reabilitação, que envolve uma série de terapias específicas, assistência médica, além de outros cuidados, tem um poder transformador na vida desses pacientes. Esse debate ganha ainda mais destaque nesta quarta-feira (3), quando é celebrado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que visa levar conscientização sobre os direitos e o bem-estar desse público. 

Referência em Belém, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) presta assistência médica de média e alta complexidade, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). De janeiro a outubro deste ano, a unidade atingiu a marca de 297.837 atendimentos, que envolvem os serviços de reabilitação, consultas, exames e da oficina ortopédica, voltados às Pessoas com Deficiência (PcD) visual, física, auditiva e intelectual vindas dos 144 municípios do Pará. 

Neste mesmo período, a instituição registrou uma média mensal de 25.477 atendimentos. A diretora-executiva do CIIR, Rejane Xavier, destaca que a reabilitação possui um papel transformador na vida dos usuários. E que propicia diversas melhorias na saúde dessas pessoas e até mesmo na questão social. “A gente trabalha para dar autonomia a essas pessoas através das terapias e do programa de reabilitação, que são multidisciplinares. Com essa autonomia, elas conseguem exercer seus direitos como cidadãos”, explica.

Poder transformador

“Na verdade, é um poder transformador [o da reabilitação]. A gente, que convive com essas pessoas no dia a dia, vemos o quanto esse aspecto da reabilitação, em que conseguimos trazer esse pilar de autonomia a essas pessoas e reinseri-las na sociedade. Conseguimos promover tudo isso a essas pessoas com as modalidades esportivas que praticamos com esses usuários. E eles conseguem participar de competições. E, assim, eles vão se ressocializar”, acrescenta Rejane. 

Reabiltiação

Desde fisioterapia até atividades para desenvolvimento da fala, um acompanhamento especializado é essencial no cuidado de forma integral a cada pessoa como forma de promover acessibilidade. “Os pacientes que passam por um programa de reabilitação, os ganhos repercutem além da unidade. Seja no ambiente familiar, seja na escola e em qualquer outro ambiente. Vai além da saúde, passando o que ele [o usuário] pode fazer lá fora”, finaliza Rejane.

Mudança de vida

O impacto da reabilitação na vida do adolescente Antônio Cauã Medeiros, de 15 anos, que tem paralisia cerebral e epilepsia. Para a mãe dele, a massoterapeuta Aline Godot, 39, o filho já teve uma grande evolução na mobilidade com as atividades de fisioterapia. Entre os desafios do dia a dia e a rotina de cuidados, ela garante que todo esse cuidado é essencial para o jovem. “Foi um grande susto no início, mas passado o tempo fomos correndo atrás dos recursos. E é um desafio quando se é mãe solo”, diz.

image Aline relata que o filho já até participou de competições esportivas (Foto: Wagner Santana | O Liberal)

“Antes [da reabilitação], os movimentos dele eram bem limitados. Nesses três anos de tratamento, ele já teve uma grande evolução através da fisioterapia, da fonoterapia e da terapia ocupacional. Também teve acompanhamento da hidroterapia, que já teve terapia. Além das atividades de arte-cultura, que ajudou muito pelo fato de que ele [Antônio Cauã] gosta muito de música. Quando se fala em pessoa com deficiência, as demandas são muitas”, adiciona a mãe do jovem. 

Cada progressão do filho é considerada uma vitória, como relata Aline. “Quando a gente vê a evolução da pessoa com deficiência, o próprio cuidado também evolui junto. Todo dia é um aprendizado. Ele pratica bocha. Inclusive, já participou de olimpíadas estudantis no ano passado. Ganhou medalha de prata já no primeiro ano. Como os movimentos dele são limitados na parte superior e inferior, a bocha é feita com a cabeça, o esporte é adaptado. Foi um grande orgulho. Nunca imaginei que ele participaria de uma competição”, conta.

Realizando terapias por conta do diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), o jovem William Pereira, de 17 anos, também já apresenta uma série de evolução na aprendizagem e na questão comportamental, como comemora o pai dele, o autônomo Márcio Pereira, 54. Além de William, o irmão dele, que é gêmeo, também possui TEA. A comemoração a cada conquista é ainda dobrada, segundo conta Márcio. “Sempre fizeram fono. E, hoje, estão com psicólogos e terapia ocupacional”.

image Márcio Oliveira comemora os avanços do filho William (Foto: Wagner Santana | O Liberal)

O diagnóstico do transtorno veio logo após o nascimento dos filhos e o acompanhamento médico feito desde o início da descoberta. “Só tenho a agradecer às terapias. Eu não estava com os meus filhos como eles estão hoje. Tudo isso graças à terapia. Os terapeutas são anjos que Deus nos colocou para nos ajudar”, destaca. “Ele aprende o dia a dia, para aprender a trocar de roupa, tomar banho, é uma forma de autonomia. A aprendizagem na escola também melhorou muito”, acrescenta. 

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Belém
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