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Dia da Amizade celebra o apoio de amigos nos momentos mais difíceis da pandemia

O isolamento social não impediu o fortalecimento de um trio que há quase duas décadas somam boas histórias pra contar

O Liberal

No próximo dia 20, é celebrado no Brasil o Dia da Amizade. A data vem para ressaltar a importância dessas relações que são criadas ao longo da vida, principalmente em tempos de distanciamento social. A celebração ganha ressignificações nesse momento atípico, em que as convivências sociais tiveram de se adaptar para a nova realidade e o riso precisou ser abafado por máscaras.

A amizade é um fator importante para a saúde mental. Estudos mostram que ter um amigo está relacionado à sensação de bem-estar e à autoestima das pessoas. Pesquisa realizada pela Universidade de Harvard apontou que, ao se construir laços de amizade, a longevidade pode aumentar em até 10 anos.

Com a pandemia de covid-19, a forma de comunicação se ajustou ao momento, mas não afastou três amigos moradores da periferia de Belém. Há quase 20 anos convivendo próximos um do outro, estudando em mesmas escolas e crescendo juntos, a assistente social Karen Santos, a universitária Natália Negrão e o administrador Jairo Amaral, se viram em um momento único.

Durante os momentos de isolamento social, o trio contou com a ajuda das redes sociais para continuar com a convivência. Apesar da distância, a comunicação não se tornou menos ativa. Cada um passou por momentos únicos de adversidade, mas os três concordam que a gravidez da Natália foi o mais marcante. 

Foi dessa forma, a distância, que os primeiros meses de vida da pequena Sarah foram comemorados. "Estava concluindo a graduação de licenciatura em geografia e grávida de sete meses. Precisei cancelar a festa de baby chá, a celebração pela chegada da minha filha, o batizado dela e me isolar dos meus amigos. A Sarah nasceu no segundo domingo de maio, no Dia das Mães. Pra mim foi muito representativo. Queria todos os meus amigos ao meu lado, ali na maternidade, mas compartilhar tudo pelo celular não deixou de ser menos emocionante" conta a universitária.

A amizade se transformou nesse período. Enquanto Natália passava a fase puérpera sem contato com o mundo externo e convivendo com as incertezas do futuro, Karen concluía a graduação em Serviço Social e Jairo se arriscava diariamente no serviço de bancário. "As redes sociais foram essenciais para a saúde mental dos três. Cada um estava passando por uma carga emocional diferente. Mesmo assim, nos entendíamos muito bem. A empatia sempre foi o nosso ponto forte e tenho certeza que esse sentimento é o que nos mantém unidos por tanto tempo", contou Karen.

 

Longe ou perto, a amizade faz bem pro coração

A psicóloga Thaís Lobato explica que as pessoas não nascem para viver em isolamento. A natureza humana é ser sociável, precisa de vínculo. "Desde criança, além da nossa família, precisamos ter relacionamentos, o vínculo com outras pessoas. É de extrema importância, desde a infância, ter relacionamentos na escola, com outros grupos sociais. É lá que vamos fazer todo o nosso processo de desenvolvimento. A amizade acaba sendo algo necessário para o nosso processo de desenvolvimento cognitivo. É onde iniciamos o processo de cognição, apresentados pelo mundo através dessas relações" observa.

A profissional acrescenta que ter amigos é benéfico também para o corpo. "Hoje temos estudos que comprovam que a amizade, a companhia de quem amamos, reduzem o risco de depressão, ansiedade e outros transtornos. Até mesmo em questões cardíacas. Pessoas com amigos têm hábitos mais saudáveis, se preocupam mais com as outras pessoas, a autoestima e bem-estar são mais elevados. Toda essa relação faz o nosso cérebro emitir neurotransmissores que geram prazer, como a dopamina, serotonina, endorfina", ressalta.

Por fim, Thaís reforça que nesses relacionamentos são desenvolvidas as habilidades de empatia, de aprender a dividir as cargas emocionais com os amigos. "É importante essa questão da pandemia, de a gente dividir experiências. Traz o amadurecimento porque a gente precisa lidar com as diferenças do outro, a empatia, o acolhimento. Tudo isso que se passou com o isolamento, perdas e luto, ainda estão sendo difíceis", conclui.

 

O trio da escola para a vida

"A pandemia veio para firmar a nossa amizade. A preocupação que cada um sentiu pela família do outro nos aproximou. Durante todos esses anos, eu vi diversas Karens e Natálias. Admiro cada fase delas, cada ciclo vivido, cada luta vencida. Estar aqui podendo falar sobre esse tema e com saúde é gratificante. Eu posso afirmar que sou uma pessoa melhor e até menos tímido por causa delas. Com o tempo, acabamos absorvendo as características de cada um", declara Jairo. 

São incontáveis os momentos que os três guardam pra contar à Sarah. O administrador já recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19, enquanto Karen e Natália aguardam o avanço no calendário de imunização. Nesse meio tempo, os planos para o futuro são de inúmeras festas presenciais, aniversários, a conclusão de curso da Natália e além do amor que os três nutrem entre si, outro sentimento pulsa forte a cada dia: a esperança de dias mais tranquilos.

(Karoline Caldeira, estagiária sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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