Criança em estado terminal e mãe retornam para Belém após tratamento em São Paulo

A mãe do menino diagnosticado com um tumor maligno pediu para voltar ao Pará, onde o filho pode estar perto da família durante os últimos momentos

O Liberal
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Um menino de três anos, que possui um tumor maligno no sistema nervoso central em estado clínico irreversível, retornou ao Pará, junto com a mãe, após tratamento em São Paulo. Após um pedido da mãe da criança, uma mobilização conjunta entre a Defensoria Pública do Estado do Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e o Hospital GRAACC (SP), permitiu o retorno do paciente a Belém, para ficar próximo dos familiares.

O menino, diagnosticado com pinealoblastoma, estava desde abril de 2023 realizando tratamento intensivo em São Paulo. A criança foi transferida do Hospital Oncológico Infantil “Octávio Lobo”, em Belém, para o hospital GRAACC, por meio do benefício “Tratamento Fora do Domicílio” (TFD). Durante o período em SP, foram realizados todos os protocolos clínicos disponíveis para tratar o câncer. No entanto, em novembro, os médicos concluíram que o tumor não apresentava mais resposta aos tratamentos.

Diante dessa realidade, a mãe da criança expressou o desejo de retornar ao estado do Pará, para que o filho pudesse estar perto da família em seus últimos momentos. Por meio da atuação da DPE-PA junto a Sespa, foi possível garantir uma vaga no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo e o transporte em UTI aérea, essencial para a segurança da criança durante o translado.

“Foi um esforço coletivo que envolveu a sensibilidade e o comprometimento de muitas pessoas. A judicialização do caso seria inviável por causa do recesso forense, então a melhor alternativa foi buscar uma solução administrativa, que deu certo”, destacou Alcidéa Quintino, assistente social que atua no Núcleo da Fazenda Pública da Defensoria do Pará.

A criança e sua mãe chegaram a Belém no dia 18 de dezembro, onde o menino foi imediatamente internado na UTI do Hospital Oncológico Infantil. “Infelizmente, não conseguimos o que todos desejávamos, que era a recuperação da criança, mas pudemos dar à família a oportunidade de estar reunida neste momento tão doloroso. É um conforto para a mãe e para os familiares poderem se despedir do menino com dignidade e proximidade”, concluiu a assistente social.

O defensor público Rodrigo Cerqueira destacou a relevância da atuação conjunta entre a Defensoria Pública e o Estado e ressaltou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS)  no acesso à saúde. “A Defensoria reconhece e agradece a sensibilidade do Estado em atender essa demanda de forma ágil, sem a necessidade de judicialização. A criança já foi transferida e está recebendo atendimento de qualidade no Hospital Oncológico Infantil “Octávio Lobo”. Situações como esta evidenciam a força e a relevância do SUS enquanto principal instrumento de garantia do direito à saúde no Brasil”, destacou o defensor.

 

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