Cosme e Damião são homenageados

Distribuição de guloseimas ocorrerá, em Belém, de forma reservada, seguindo os protocolos de cuidados contra o novo coronavírus

Eduardo Rocha

Neste final de semana, os santos gêmeos Cosme e Damião, padroeiros dos médicos e farmacêuticos, ganham homenagens dos devotos em Belém. A Igreja Católica considera que 26 de setembro é o dia dos santos, e a umbanda celebra os dois irmãos no dia 27. Este ano, a tradicional distribuição de bombons a crianças para os devotos marcarem a data tem pela frente a pandemia da covid-19. Por essa razão, a entrega das guloseimas ocorre de forma reservada, seguindo os protocolos de cuidados com o novo coronavírus.

“Assim será com relação ao Templo Umbandista dos Tupinambás, do Instituto Religioso Umbandista (IRU), na passagem Maria, no bairro da Cremação. O templo funciona desde 1978 e é gerido por pai Marcelo Machado, de 53 anos.  Como relata o sacerdote umbandista, “este ano, por causa da pandemia que nos assola, teremos uma homenagem atípica”.

“Manteremos o sagrado (ritual de fundamentos internos), entretanto, não receberemos as crianças como de costume para entrega de guloseimas, brinquedos, lanches naturais, sucos, frutas e outros itens, material esse arrecadado pelo grupo mediúnico e colaboradores do Templo”. “Vamos fazer esse trabalho de forma cautelar, indo ao encontro delas pelas periferias, calçadas ou onde se acharem; deixando o material anonimamente em nome de Cosme e Damião”, destaca pai Marcelo.

SINCRETISMO

A umbanda , como ressalta pai Marcelo Machado, tem como característica a fusão de religiões de variados segmentos, como as existentes na África, Europa e Ásia. “No caso em questão,  aludimos no catolicismo o culto originado em Ciro (norte da Síria) aos Santos Irmãos Cosme e Damião (gêmeos e médicos), que converteram-se cristãos e expulsavam com orações as enfermidades principalmente das crianças. Pelo lado africano, louva-se a Ibêje (Erê; Vunji), dependendo da nação e/ou lugar de origem, e que cuidava da saúde das crianças segundo saudoso João Varella”, acrescenta.


“Mas para nós, umbandistas, essa data nos remete ao grande tripé de sustentação ritualística que tem em uma de suas bases a ‘Leveza e Inocência’, reprEsentadas pela ‘Linha’ de   Yori (emanação vibratória manipulada pelas crianças em geral), podendo se manifestar em médiuns como curumins, cuiatãs, erês, neguinhos ou por outras denominações, dependendo do seguimento de cada templo”, acrescenta pai Marcelo.
De acordo com a Igreja 

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