Bombeiros descartam relação entre incêndios e armazenamento irregular de álcool em gel
Avaliação é preliminar. Dois sinistros de grande proporção ocorreram em Belém e Mosqueiro.
O Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) informou, nesta segunda-feira (30), que um levantamento pericial preliminar indica que os dois incêndios registrados, em Belém e Mosqueiro, não têm qualquer relação com o suposto armazenamento irregular de álcool em gel, conforme informações que circularam logo após esses sinistros. O primeiro incêndio, na sexta-feira (27), foi em um supermercado, na avenida Júlio Cesar. O segundo, no domingo (29), em uma loja em Mosqueiro. Nos dois casos, não houve feridos, mas foram grandes as perdas materiais.
“Eu fiz contato com os oficiais peritos responsáveis pela perícia de incêndio nesses estabelecimentos. E, dentro desse serviço de perícia, eles fazem um levantamento preliminar com a coleta de informações tanto com as guarnições de serviço quanto com os populares que são testemunhas dos fatos. E, nesse levantamento preliminar, a parte de armazenamento irregular de álcool em gel não se confirma”, disse o capitão Israel Souza, perito em incêndio da corporação.
“Eles não tiveram essas informações da perícia. Agora, é claro: é prudente aguardar a conclusão da perícia, até porque os trabalhos ainda estão sendo encaminhados. No final, a perícia vai elucidar as causas e as circunstâncias”, acrescentou.
Álcool em gel deve estar longe das fontes de calor
O capitão Israel Souza falou sobre os cuidados no armazenamento do produto nos estabelecimentos comerciais e nas residências. “Para os estabelecimentos comerciais, as recomendações importantes é que o álcool em gel sempre fique longe das fontes de calor. Tem comércio com máquinas e equipamentos, que vão gerar calor. Nesse caso, o álcool em gel tem que ficar distante”, explicou. Já o depósito desses comércios têm que ser construído de materiais resistentes ao fogo, como parede, por exemplo. E o teto deve ser de alvenaria. “E, claro, que (o proprietário) mantenha o estabelecimento comercial dele sempre dentro das inspeções periódicas do Corpo de Bombeiros”, afirmou.
Nas residências, o álcool em gel também deve ficar longe das fontes de calor: fogão, ferro elétrico, tomadas, equipamentos eletrônicos. “Tem que manter sempre longe de fontes de calor. E também manter longe do alcance das crianças, para evitar intoxicações. Após o uso, fechar completamente a embalagem. E, após o consumo total do álcool em gel, fazer o devido descarte do recipiente”, acrescentou o capitão Israel Souza.
Em caso de incêndio, produto tem alta velocidade de propagação
O álcool em gel pode, sim, causar incêndio, porque é um produto inflamável. “E detalhe: tem alta velocidade de propagação. Isso, na prática, significa que, se houver um acidente envolvendo um álcool em gel, geralmente eles resultam em queimaduras graves, de terceiro grau”, alertou. “No caso de falhar alguma medida preventiva, e acontecer um acidente, o que a gente pode fazer em nossa casa de imediato é o seguinte: no ferimento, a gente pode jogar água abundante, temperatura normal, sem nenhum tipo de mistura, somente a água. Não é água com sabão, com manteiga, com café e outras crendices populares. Somente a água. A única finalidade é diminuir a temperatura para que diminua a dor. E ligar imediatamente para o Corpo de Bombeiros. Temos guarnições de plantão 24 horas. E será deslocar a mais próxima do local da ocorrência”, afirmou.
Ele acrescentou: “Agora, se a pessoa tiver condição logística de pegar o acidentado e desloca-lo para o hospital, que o faça de imediato, para que ele venha logo receber os atendimentos médicos necessários”.
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