Contato com água suja em inundações é risco para a saúde, alerta infectologista
Entre as doenças relacionadas às águas no período invernoso, está a leptospirose transmitida pelo rato
Quando chove forte na Grande Belém, em muitos trechos da cidade ocorrem inundações em vias públicas e em casas; com isso, moradores são forçados, muitas vezes, a circular mediante contato com águas acumuladas e, o que é grave, sujas, colocando sua saúde em risco. O médico infectologista José Eudes destaca que nesta época invernosa deve-se evitar o contato com as águas acumuladas, dado que, como pontua, Belém reúne muitos canais e áreas sem escoamento adequado.
"Com uma chuva torrencial, as águas acabam se acumulando, e muita gente acaba transitando descalço e até mesmo calçada, mas entrando em contato com as águas; isso gera o risco de a pessoa ter situações de dermatites, fungos, leptospirose, causar quadro de insuficiência renal, icterícia, quadro alérgico, pneumonia e até óbito", alerta José Eudes.
Os cidadãos devem ter muito cuidado com essas águas sujas. Tanto que, como explica o infectologista, algumas pessoas, em especial, jovens, chegam a nadar nessas águas e, então, e, ao engolirem o líquido, ficam passíveis a apresentar verminosses. "No caso de se ter a casa inundada, deve-se lavar o imóvel com água sanitária e fazer a higienização de imóveis e utensílios, para se precaver contra doenças contra crianças e adultos", arremata o infectologista.
Leptospirose é doença grave transmitida pelos ratos
Segundo o Ministério da Saúde, a leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida a partir da exposição direta ou indireta da pessoa à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira. Sua penetração ocorre a partir da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas.
O período de incubação, ou seja, intervalo de tempo entre a transmissão da infecção até o começo das manifestações dos sinais e sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.
"A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves; sua ocorrência está relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados; as inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos", informa o Ministério da Saúde.
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