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Clientes da Unimed fazem manifestação contra suspensão de atendimentos para crianças autistas

Todos os meses as clínicas ameaçam paralisar os serviços ou suspendem os serviços

Dilson Pimentel e Lucas Quirino

Nesta sexta (13), clientes da rede de plano de saúde Unimed fizeram uma manifestação em frente a uma das unidades, localizada na Travessa Curuzu, em Belém. O motivo é a falta de assistência de clínicas conveniadas à Unimed a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mesmo mediante o pagamento das famílias tendo sido realizados.

 

Por ser um serviço imprescindível e que não pode ser interrompido, as reabilitações, de acordo com os manifestantes, não podem sofrer com paralisações por parte das clínicas. Elas afirmam que todos os meses, as clínicas ameaçam paralisar os serviços ou suspendem os serviços. 

A bancária Luziana Correa, de 41 anos, conta que tem dois filhos nessa situação, sendo um de 3 anos e uma de 5 anos. “Nós estamos há 14 dias com o tratamento dos nossos filhos interrompidos. Eu e as meninas aqui e outras que ainda estão por vir, nós procuramos a Unimed Belém várias vezes. E tomamos chá de cadeira. Tínhamos uma promessa de pagamento das terapias que estão em atraso desde o dia 31 de agosto para o dia 5 de setembro. E hoje já são 13 ou 14 e a Unimed Belém até agora não dá uma previsão pra gente, nem uma promessa”, relatou a bancária.

image A bancária Luziana Correa, de 41 anos, conta que os filhos estão a 14 dias sem tratamento. (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

Ela acrescentou ainda que a maioria dos pais que estão no ato são garantidos por liminar judicial, por meio de processos judiciais ajuizados individualmente contra a Unimed Belém, e mesmo assim, a rede não estaria cumprindo a ordem judicial. 

“Nos nossos processos diz que a Unimed, se não efetuar o pagamento, ela enseja multa diária. E ainda assim a Unimed Belém não paga. É mais barato para a Unimed Belém pagar multa diária do que pagar os nossos tratamentos e fazer a gente passar por isso. Já se passaram 14 dias sem tratamento. Os nossos filhos sem tratamento. É muito complicado isso porque o que eles ganham eles regridem, eles perdem as terapias. A gente já passa por diversas situações sendo pais e mães de crianças atípicas, temos que encarar tratamento, medicações, crises e a gente já tem que ter um psicológico forte para tratar eles e ainda temos que ter psicológico para passar por esse tipo de situação”, exclamou Luziana.

Outra manifestante, a servidora pública Daniela Oliveira, de 37 anos, mãe de uma criança autista de 5 anos, explica que seu filho faz tratamento numa clínica particular custeada pela Unimed em virtude de liminar judicial, porém, a rede de saúde segue sem arcar com os custos da terapia na clínica.

“Nós tivemos que entrar com um processo porque a Unimed administrativamente não estava cumprindo com o laudo médico. Entramos com o processo, inclusive tem multa fixada e mesmo assim a Unimed não paga a clínica que eles mesmo contrataram e ele ficou sem terapia novamente, é a segunda vez no ano que ele fica sem terapia. Isso já está com problemas comportamentais. Ele tem transtorno de integração assessorial também, então a escola já me chamou também porque ele está tendo alterações comportamentais, crises na escola. Em casa, porque ele faz terapia todos os dias e ele está há 14 dias sem terapia”, reclamou a manifestante.

image A servidora pública Daniela Oliveira, de 37 anos, mãe de uma criança autista de 5 anos (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

A advogada e ativista da luta pelos direitos das crianças autistas, Nay Barbalho, explica que esse tem sido um problema recorrente, no qual diversas clínicas ameaçam com suspensão ou até chegam a suspender os atendimentos, mesmo com recomendações dos órgãos de justiça respaldando os responsáveis. 

“Existem vários procedimentos instaurados no Ministério Público e também judicializados e, o mais importante, como membro da OAB, o que a gente pede é que esses procedimentos sejam reunidos para facilitar o trabalho dos membros do Ministério Público, o trabalho do Poder Judiciário e, principalmente, trazer transparência para essas famílias que não podem, todo mês, ficar sob a ameaça de interrupção dos serviços. Já são vários dias aí nessa situação”, comentou a ativista.

Posicionamento da Unimed

Em nota, a Unimed Belém informou que segue realizando negociações com as clínicas prestadoras de serviço aos pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A cooperativa de saúde reforça que está à disposição para diálogo e para prestar os esclarecimentos necessários aos seus beneficiários e prestadores de serviço.

 

Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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