Moradores de Mosqueiro mantêm alerta para maré desta sexta-feira

Chuvas e ondas altas castigaram praia do Marahu e Praia Grande essa semana

Dilson Pimentel
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Os moradores do Distrito de Mosqueiro voltam a ficar atentos nessa sexta-feira (13) ao último dia de alerta para marés altas dessa semana. Esta quinta-feira (12) a ilha, distante 70 quilômetros de Belém, foi castigada pelas águas pelo segundo dia consecutivo. Mosqueiro foi ao fundo com a forte chuva que caiu pela manhã e à tarde. As principais vias da ilha ficaram submersas após a coincidência do temporal com a maré alta, no início da tarde. Ontem as ondas chegaram a 3,6 metros por volta das 13h26. Hoje uma nova maré alta é esperada para as 14h15 (3,5 metros). Na madrugada, por volta das 1h54, atingiu mais uma vez os 3,6 metros. Veja imagens:

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Moradores temem que se repitam essa sexta os alagamentos registrados ontem na avenida 16 de Novembro, uma das principais de Mosqueiro. As águas também invadiram a avenida Beira-Mar. As transversais também foram inundadas pelas águas da chuva e motoristas trafegavam com dificuldades. Na 16 de Novembro, a correnteza arrastou sacos de lixo. Muita gente não saiu de casa. Na hora do temporal, poucas pessoas circulando pelas ruas, que, em alguns pontos, viraram rios.

image Avenida Beira-Mar foi tomada pelas águas (Igor Mota)

Na praia do Marahu, uma árvore de grande porte foi derrubada pela força das águas no começo da praia. Ninguém ficou ferido. O local onde houve o acidente fica no ramal do Diquinho com a avenida Beira-Mar. Nessa área, há muita erosão, o que preocupa os moradores, pois eles temem acidentes mais graves. Mais adiante, ainda na beira-mar, muita sujeira ficou no caminho. É o lixo (pedaços de pau, garrafas plásticas, copinhos descartáveis, sandálias, entre outros resíduos) trazido pelas águas. Veículos atolaram na areia. Motos trafegavam com dificuldade.

Dificuldades até ao apoio do poder público


Por volta das 10h desta quinta-feira (12), quando já estava chovendo, a própria kombi usada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) atolou na areia do acesso ao Marahu. A equipe atua no controle de endemias (combate ao mosquito transmissor da dengue). Foi difícil tirar o carro do atoleiro. A sorte é que, usando pás e pedaços de pau, há moradores que ajudam a remover os veículos do atoleiro. Do contrário, não haveria como retirar os veículos da areia. Alguns motociclistas vão pela praia mesmo, pois não há como passar pela orla. Muitos alunos usam esse caminho, para ir e voltar das escolas. Quem mora e trabalha na praia diz que a construção do muro de arrimo, para conter o avanço das águas, ficou pela metade.

image Comerciantes sofrem prejuízos na ilha (Igor Mota)

Bento Lopes da Silva, o "Maranhão", 65, lamentava o acúmulo de lixo em frente à sua residência. Ele, que trabalha como caseiro no Marahu há cinco anos, diz que o problema, na verdade, é constante. "Todo ano a maré dá forte. Bem forte mesmo. Mas, agora, foi demais. Terça e quarta deu forte. E hoje também. 11h ela já está batendo aqui em cima já ", afirmava ele, por volta das 10h30 dessa quinta-feira. "Muita areia, muito lixo. Não tem como passar carro aqui no final da orla", disse.

Bento tem uma explicação para as marés cada vez mais fortes no Marahú. "O pessoal mexe muito com a natureza. Fica tirando areia, fica tirando as coisas. Aí, a natureza fica com raiva", contou. Ouça:

Bento Lopes da Silva, o 'Maranhão', 65, lamenta o acúmulo de lixo em frente à sua residência. "Todo ano a maré dá forte. Bem forte mesmo. Mas, agora, foi demais. Já está batendo aqui em cima já. O pessoal mexe muito com a natureza. Fica tirando areia, fica tirando as coisas. Aí, a natureza fica com raiva"

image Caseiro em Marahu, Bento vê entulho se acumular na praia (Igor Mota)

Três casas interditadas


Na avenida Beira-Mar do Distrito de Mosqueiro, no bairro Praia Grande, a maré alta derrubou parte do muro de arrimo e comprometeu a estrutura de residências. Três casas foram interditadas pelo Corpo de Bombeiros. Os moradores ficaram assustados com a força das águas.

E, na manhã desta quinta-feira, as pessoas que residem nos imóveis agora interditados não estavam em suas casas. Elas foram para as residências de familiares. E, à tarde, continuava chovendo muito em Mosqueiro.

Prefeitura diz que dá apoio


Procurada perla redação integrada de O Liberal, a Prefeitura de Belém informou que equipes da Defesa Civil Municipal realizaram a vistoria nos imóveis e detectaram que as três residênciais estão com risco de desabamento. Após a visita, os agentes do órgão iniciaram a elaboração do laudo, que está pronto e será entregue às famílias. A prefeitura informou ainda que uma equipe da Fundação Papa João XXIII (Funpapa) fez o levantamento das famílias atingidas e aguarda o laudo para realizar os encaminhamentos sociais.

Sobre o muro da praia do Marahu, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) informou que o serviço de construção foi executado de acordo com as definições estabelecidas entre o município e o Ministério das Integrações, atual Ministério do Desenvolvimento Regional.

image Três casas foram atingidas na Praia Grande (Igor Mota)

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