Cena cultural belenense se prepara para a COP 30 com grandes shows e programação diversificada

Belém se prepara para receber turistas e destacar sua riqueza cultural e gastronômica no cenário global

Amanda Martins

Artistas locais e casas de shows em Belém estão com grandes expectativas para a movimentação cultural que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP), que será realizada em novembro na cidade, deve trazer à região. Com a chegada de turistas e atenção voltada para a Amazônia, a cena cultural se prepara para um aumento significativo de eventos e oportunidades, impulsionando a música, o entretenimento e a gastronomia regional como vitrines para o mundo, fortalecendo o setor econômico.

Fernando Soares, assessor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará, destacou a importância do evento para diversos setores. “A gente acredita que vai ter um incremento de público realmente muito grande durante um período muito maior do que o Círio de Nazaré. Durante a COP, por pelo menos dez dias, a cidade estará cheia”, afirmou, acrescentando que a culinária local terá papel fundamental para atrair os visitantes.

Preparativos

Além da boa comida, o Apoena, espaço cultural, é conhecido pelas festas que exaltam a cultura local, apresentando aos visitantes um pouco sobre o Pará. Segundo Anderson Moura, sócio-proprietário, os preparativos para a COP 30 começaram há mais de um ano com a abertura da Casa Apoena, um espaço revitalizado no centro histórico de Belém.

Moura revelou que o local tem atraído cada vez mais turistas e promete oferecer uma programação cultural diversificada para o público durante a conferência climática.

“As expectativas são as melhores possíveis porque trabalhamos em um nicho que o público visitante mais procura: o setor cultural, gastronômico e de entretenimento. Já percebemos em 2024 um aumento significativo de turistas em nossos espaços”, declarou Anderson.

image Além da programação artística, o Apoena valoriza a gastronomia regional (Igor Mota / O Liberal)

Para atender ao público da COP, o espaço vai intensificar sua programação semanal, que reflete a riqueza cultural da Amazônia. Entre as atrações estão: as terças-feiras com música acústica com Lucas Castanha; quartas-feiras, com bregas do passado com Layse e Os Sinceros; quintas de lambateria com ritmos latino-amazônicos com guitarrada, lambada e cúmbia, com a DJ Rebarbada e Félix Robatto; as sextas, com mistura de ritmos regionais; os sábados dedicados aos Mestres e Metras de carimbó. e os domingos com Clube da Guitarrada.

Expectativas

Com uma programação paralela robusta, Belém se prepara para consolidar, através dos seus artistas, sua identidade cultural. Para o cantor e compositor AQNO, natural de Marabá e radicado na capital paraense há três anos, a conferência climática é uma oportunidade de colocar não apenas as florestas em evidência, mas também a riqueza cultural e artística que permeia a região.

"A COP 30 traz muita atenção para tudo que acontece na Amazônia, que é um território gigantesco e absurdamente diverso em cultura. Minhas expectativas são muitas, mesmo que incertas, pois não sabemos o quanto isso pode beneficiar tantas manifestações culturais. Espero que haja espaço para artistas independentes, como eu, mostrarem seus trabalhos nessa possível vitrine. Também desejo que, após a COP, haja fomento e incentivo contínuo à cultura, tanto na capital quanto nos interiores do estado”, afirmou.

AQNO também acredita que o evento será catalisador para novas oportunidades na música local, com a cidade recebendo mais turistas e um aumento no número de eventos paralelos. Mais do que nunca, o cantor vê a arte como um papel cruel para a conscientização.

image O cantor e compositor AQNO, natural de Marabá, acredita que a música também é uma via para conscientização ambiental (Igor Mota / O Liberal)

“Arte comprometida com seu tempo, lugar e povo é a que entra para a história. Como disse Leona Vingativa: ‘A gente tenta fazer uma ‘palhaçadinha’, mas também quer levar a pessoa a pensar’. Queremos divertir, mas também conscientizar,” destacou.

O Festival Lambateria, que se tornou tradição no período que antecede o Círio de Nazaré, celebra a cultura latino-amazônica com uma mistura de gêneros musicais e artistas que representam a essência dançante do Pará e completa 11 anos este ano. Sonia Ferro, diretora artística do evento, destaca a importância de manter o festival como vitrine da cultura regional ao longo da COP.

“Estamos pensando em um line-up bem bacana e ficaríamos muito felizes de levar o nosso trabalho, sempre comprometido com a cultura pan-amazônica, para a programação oficial da COP 30,” afirmou Sonia.

O festival, que já adota práticas sustentáveis, pretende ampliar ainda mais essas ações neste ano. “Há alguns anos, trabalhamos com consultoria especializada para implementar soluções que tornem o festival mais sustentável. Evoluímos a cada ano e queremos aprimorar ainda mais em 2025”, explicou Sonia.

Para ela, esse é um momento crucial para valorizar os artistas da Amazônia. “A COP é um evento internacional gigante que já está movimentando a cidade. Acreditamos na importância de os artistas da Amazônia protagonizarem esse momento, ocupando palcos principais como anfitriões”, complementou.

Grandes shows virão

O coreógrafo Luciano Neto, de 31 anos, está ansioso para prestigiar as programações culturais que a cidade irá receber e destacou a importância de equilibrar a rotina com os eventos culturais que a cidade irá sediar. Segundo ele, a movimentação cultural durante a conferência exigirá planejamento para que os moradores possam aproveitar as atrações.

“A cidade vai estar voltada para os eventos. Tentar conciliar a nossa rotina, que será mexida pela COP, e os eventos culturais que serão ofertados vai ter que ser feito com muito cuidado para prestigiar os shows da magnitude que estão sendo planejados”, afirmou.

Luciano ressaltou que as especulações sobre grandes atrações internacionais têm gerado entusiasmo entre os paraenses. “As melhores possíveis. Até agora as especulações são de grandes nomes, os quais muitos só têm acesso pelo digital, mas nunca conseguiriam ir em um show”, disse.

Entre os nomes mais aguardados, ele destacou a banda britânica Coldplay e a cantora Anitta. “Como hoje ela é um nome bem engajado com as causas climáticas e uma ativista nata pela Amazônia viva, acho que o que está por vir da parte dela também será grandioso”, acrescentou.

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