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Catarata: saiba o que é a doença, os sintomas e tratamento

"Eu costumo dizer que é como cabelo branco. Todo mundo um dia vai ter”, diz Oswaldo Frazão, diretor técnico do hospital Bettina Ferro, em Belém

Dilson Pimentel

“Eu costumo dizer que é como cabelo branco. Todo mundo um dia vai ter, desde que chegue naquela idade”. Assim o oftalmologista Oswaldo Frazão, diretor técnico do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, em Belém, refere-se a catarata. O hospital é referência em saúde ocular no Pará. A doença é o envelhecimento do cristalino, um órgão que é uma lente intraocular. “Tem a sua determinação genética, mas o principal fator é a idade. Portanto, é mais comum após os 60 anos”, explicou.

Existem formas de retardar esse processo. Da mesma forma que existem retardos do próprio envelhecimento. Mudança no estilo de vida é muito importante, da mesma forma que alimentação, sono, prática de atividades físicas. “Tudo isso pode retardar esse processo. Um exemplo clássico hoje é o diabetes, que é um processo que a gente consegue, por meio da mudança do estilo de vida, evitar e é algo que acelera a catarata e que traz um tipo de catarata mais precocemente”, disse o oftalmologista Oswaldo Frazão.

O principal sintoma da doença é o embaçamento visual. Ele explicou que o nome catarata foi criado por conta da impressão que a pessoa tem de que ela está dentro de uma catarata com aquela opacidade ali. “Os pacientes costumam referir-se muito a uma fumaça. ‘Ah, doutor, estou com uma fumaça na vista, como se tivesse uma água na frente da minha vista’”, contou.

O tratamento da catarata é cirúrgico. Não existem colírios capazes de tirar esse embaçamento, porque é algo físico. “Você tem o envelhecimento, a perda da transparência daquele órgão”, disse. Ao ser perguntado se a doença acomete os dois olhos, ele explicou que se trata de um processo bilateral, mas comumente pode vir um lado na frente do outro. “Então a gente sabe que tem esse acometimento bilateral. Mas geralmente a gente faz o lado pior, depois a gente vai para o outro”, contou.

É operado um olho de cada vez. “Por questão de segurança, a gente espera a cicatrização total do processo. Então, hoje convenciona-se cerca de 30 dias, que é um período básico para a gente ter uma cicatrização efetiva. Mas pode acontecer de uma pessoa ou outra ter um processo mais acelerado, mais retardado, e a gente mudar um pouco esse intervalo entre as duas”, explicou oftalmologista Oswaldo Frazão.

image Oftalmologista Oswaldo Frazão, diretor técnico do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, em Belém (Foto: Thiago Gomes/O Liberal)

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Após a cirurgia, principal cuidado é o repouso

Ele disse que, após a cirurgia, o principal cuidado é o repouso. “Como a gente faz o implante da lente intraocular, essa lente é de um material muito delicado e ainda corre o risco de ter o deslocamento por meio de algum movimento brusco: tosse, espirro, ou então carregar peso”, explicou. Em segundo lugar, há os cuidados medicamentosos. São prescritos colírios, antibióticos e anti-inflamatórios que são responsáveis por controlar a inflamação e evitar a infecção pós-operatória.

Após a cirurgia, o que o paciente não pode é fazer esforço físico alterado: carregar peso. “Segurar a tosse, segurar o espirro, aquela manobra que aumenta a pressão, isso não é legal”, explicou. Depois da cirurgia, a pessoa não fica com nenhum tipo de sequela. “Após a cicatrização da cirurgia, a vida segue normal. O que a gente recomenda é que se façam avaliações regulares porque essa lente intraocular vai exigir um monitoramento. Por exemplo: é muito comum acontecer a opacidade dessa lente após um tempo, em média um ou dois anos após a cirurgia, e a gente faz a limpeza dessa lente intraocular que é feita por meio de um laser, aplicado em consultório ambulatorial. Não é uma nova cirurgia”, disse.

A catarata não volta. O que as pessoas podem referir é a esse embaçamento que surge por conta da lente. Algumas células se prendem a essa lente como se fosse uma reação ao corpo estranho. Cada organismo tem a sua forma de reagir. E a gente, por meio de um laser, consegue fazer essa limpeza e trazer a mesma qualidade pós-operatório imediato. Oswaldo Frazão também falou da importância da prevenção. “O mais importante é que a população tenha o hábito de fazer a prevenção e saúde. Então a prevenção e saúde, no nosso caso, está muito ligada a procurar uma vez por ano o seu médico oftalmologista. Porque a maioria dos problemas, quando diagnosticados precocemente, são reversíveis. E um deles é a catarata, que hoje é a principal causa de cegueira reversível no mundo. Então ela é uma das cirurgias mais realizadas no mundo e com muito sucesso, desde que seja feita com todos os cuidados e com toda segurança necessária”, afirmou.

image Edileda de Fátima Cruz dos Santos, dona de casa de 62 anos, operou de catarata na quarta-feira (23), no hospital Bettina (Foto: Thiago Gomes/O Liberal)

"É como se tivesse um bicho andando dentro do meu olho”, diz dona de casa

Edileda de Fátima Cruz dos Santos, dona de casa de 62 anos, operou de catarata na quarta-feira (23), no Bettina. E, na manhã desta quinta-feira (24), estava no hospital. Ela descobriu a doença há uns três anos durante um exame oftalmológico. “Eu pensava que fosse problema de baixa visão, pois não estava enxergando direito”, disse. Ela contou que era como se seus olhos estivessem cheios de terra e começava a cair com umas coisas coloridas. “Outra vez eu senti como se tivesse um bicho andando dentro do meu olho”, contou.

No exame, a médica disse que era catarata e que ela tinha que operar. “Por aqui mesmo, graças a Deus, eu fiz todos os exames. E, ontem, eu operei. Vim hoje com a doutora. E, graças a Deus, está tudo bem, estou ótima da minha visão”, afirmou.

 

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