Campanhas solidárias de Natal distribuem alimentos e brinquedos na Grande Belém

Entre as iniciativas que espalham o espírito natalino estão “Belém, Casa do Pão” e "Natal da Esperança"

Eva Pires

À medida que o Natal se aproxima, a capital paraense se transforma em um palco de ações solidárias que levam esperança e alegria a grupos em situação de vulnerabilidade social. Presentes, alimentos e brinquedos são distribuídos, reafirmando o verdadeiro espírito natalino. Entre as iniciativas de destaque está a campanha “Belém, Casa do Pão”, que, desde 2010, entrega alimentos não perecíveis para famílias atendidas por 107 paróquias nas regiões de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara.

Em 2023, o projeto da Arquidiocese de Belém, coordenado pela Cáritas Belém, beneficiou 21.983 famílias. Neste ano, a iniciativa realizou o Dia A, destinado à arrecadação, nos primeiros finais de semana de dezembro. Já o Dia D, dedicado à distribuição das cestas básicas, ocorre entre os dias 21 e 23 de dezembro, sendo a entrega organizada conforme a programação específica de cada paróquia e município.

Diácono Alexandre Maia Martos Diácono Alexandre Maia Martos (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

De acordo com o diácono Alexandre Maia Martos, um dos coordenadores do projeto, o objetivo é evangelizar os fiéis e organizar de maneira coletiva as atividades sociais realizadas nas paróquias e áreas missionárias da Arquidiocese de Belém. As famílias beneficiadas são cadastradas no primeiro semestre dentro de uma área geográfica paroquial e recebem suporte contínuo ao longo do ano, promovendo uma transformação social por meio de formações profissionais em parceria com empresas privadas e com o poder público.

"Neste período, as sensibilidades ficam mais fortes. Não existe nada que pague esta gratidão do servir e realizar o bem, levar um pouco de esperança, confiança e um sorriso para cada pessoa. Permita-se ser conduzido por Deus para o serviço gratuito ao próximo. Muitas vezes, olhamos nossas dificuldades e paramos nelas. Mas, quando buscamos servir, observamos que nossos problemas são poucos em relação aos daqueles que gritam em seu interior por ajuda", reflete.

Organização do material arrecadado na “Belém, Casa do Pão” Organização do material arrecadado na “Belém, Casa do Pão” (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

Além de ser voluntária na campanha “Belém, Casa do Pão”, a pedagoga Elizandra Costa, de 44 anos, também organizou uma iniciativa própria de doações natalinas. "Eu tenho uma escola no bairro da Marambaia, onde nós educadores, junto com os pais, fizemos a campanha solidária ‘Natal Coração’. A comunidade escolar nos ajudou com as doações para a gente encher o coração e as casas das pessoas com mais amor", compartilha.

Ação solidária leva presentes natalinos para comunidade do Aurá

Lorena Xavier, 25 anos Lorena Xavier, 25 anos (Foto: arquivo pessoal)

A campanha Natal da Esperança arrecada alimentos não perecíveis, material escolar, brinquedos e doações via Pix para a comunidade que vive nas proximidades do Lixão do Aurá, em Ananindeua. Criada em 2012 e divulgada nas redes sociais desde 2020, a iniciativa distribui os presentes sempre nas manhãs de Natal, no dia 25 de dezembro. O projeto foi idealizado pela acadêmica de Biomedicina Lorena Xavier, de 25 anos, e surgiu por um pedido de Natal que a estudante fez aos 13 anos de idade para a mãe: presentear outra criança que não tivesse as mesmas oportunidades que ela.

"Eu lembro bem que a gente tirou uma bola do carro e deu para a primeira criança. Quando a gente olhou para o lado, várias outras apareceram correndo. Essa imagem permanece marcada em mim até hoje", conta.

O projeto conta com uma força-tarefa composta principalmente por amigos e familiares de Lorena, que auxiliam em todas as etapas, desde as compras no Comércio de Belém e supermercados, até a montagem dos kits e as entregas. Ela compartilha que um dos principais desafios é a arrecadação, já que é comum as pessoas estarem mais focadas nas próprias celebrações e presentes de fim de ano.

Para Lorena, a ação visa olhar para o próximo e reconhecer que há pessoas ao redor que precisam do mínimo para viver com dignidade. "Somos socialmente interdependentes, é nossa responsabilidade exercer uma cidadania ativa. Mesmo sabendo que isso não resolve a vida de nenhuma daquelas pessoas, naquele dia, em meio a tanto sofrimento, é possível ter comida na mesa e um presente singelo, mas cheio de afeto. Apesar de parecer pouco para nós, é único e muito valorizado por todos eles. Confesso que não é fácil ver a pobreza e o esquecimento bem perto de mim. Sempre fico com o choro engasgado, mas com o sentimento de gratidão", conclui.

(Eva Pires, estagiária sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do núcleo de Atualidade)

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