Caminhada exalta protagonismo de cidadãos com Síndrome de Down
Evento celebrou a mobilização de pais e profissionais pela socialização de crianças e adultos
Um encontro de famílias e profissionais que atuam na socialização de cidadãos com Síndrome de Down foi realizado na manhã deste domingo (19), na Praça Batista Campos, no centro de Belém, e serviu para chamar a atenção da sociedade para a necessidade de serem garantidos os direitos dessas pessoas ainda discriminadas no meio social. A "9ª Caminhada Down Belém", reunindo instituições de municípios paraenses, integra as ações globais relativas ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março.
VEJA MAIS
No evento, organizado pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), por meio do Núcleo Amazônico de Acessibilidade, Inclusão e Tecnologia (Acessar), foram repassadas ao público informações sobre pessoas com Down e a inclusão delas na sociedade; prestados serviços de emissão de documentos e ações de saúde. Entretanto, o destaque ficou por conta dos cidadãos com Down, entre crianças, adolescentes e adultos, que protagonizaram atividades musicais e a exposição do trabalho de escolas, ONGs e órgãos voltados ao atendimento de pessoas com deficiência. Crianças e jovens cantaram e dançaram com o músico Geraldo Sena no palco do evento.
O Dia Internacional da Síndrome de Down foi instituído como uma estratégia de conscientização acerca dos direitos e igualdade de oportunidades das pessoas com a síndrome. Este ano o tema da caminhada é “Conosco, Não Por Nós”.
O Núcleo Acessar UFRA existe desde 2011 e possui vários projetos e atividades voltados à inclusão da pessoa com deficiência. As pessoas com Down, ou trissomia do cromossomo 21 (ou T21, como também são chamadas), têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maioria da população.
Superar preconceitos
A professora da UFRA e coordenadora do Núcleo Acessar, Andréa Miranda, explicou que o evento contou com a caminhada e exposição de trabalhos no centro da praça. Ela ressaltou haver preconceito contra os cidadãos com a síndrome. "Mesmo que seja um preconceito velado, há; quando uma pessoa com trissomia do cromossomo 21 vai para a escola e os professores entendem que ela não é capaz de aprender, há um preconceito; quando eles vão para a sociedade, arrumar um emprego, o empresário não reconhece as qualidades, potencialidades deles, é um preconceito", enfatiza.
Para se modificar esse quadro, a disseminação de informação é fundamental, no sentido de mostrar essas pessoas, "deixar eles organizarem as ações". "Essa caminhada foi organizada por eles; nós, da universidade, os pais, estávamos apenas orientando; no evento como um todo, eram eles que estavam falando, apresentando as atividades, dançando, mostrando tudo da programação; o tema deste ano é 'Conosco, não por nós', eles têm que fazer", concluiu.
O pedagogo Luiz Gonzaga levou o filho Luiz Otávio Araújo, de 9 anos. Eles moram em Castanhal e integram a Associação de mãos dadas Cromossomos 21 (Assdownc). "Quanto mais inserir as pessoas com Síndrome de Down nesses eventos que trazem todos para cá, todo mundo junto, melhor; quanto mais interação, participação, melhor", disse Luiz Gonzaga.
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA