BRT-Belém: usuários denunciam insegurança e outros problemas nas estações da cidade
Catracas e portas que não funcionam são algumas das queixas de usuários do serviço
As fiações elétricas das estações do BRT Mauriti, Bosque-Lomas e Tavares Bastos, em Belém, foram furtadas na noite desta quarta-feira (29). Nesta quinta (30), pela manhã, uma equipe da Redação Integrada de O Liberal esteve na Estação Mauriti, bairro do Marco, para saber qual a percepção das pessoas em relação à segurança nas estações do BRT. No local, usuários do transporte rápido relataram uma série de problemas enfrentados diariamente, como o não funcionamento de catracas, problemas de automação nas portas de acesso aos ônibus e ausência de policiamento.
O autônomo André Paixão (35) costuma viajar da Estação Mauriti, no bairro do Marco, até o Terminal do Maracacuera, em Icoaraci. Ele cita problemas no funcionamento das catracas que dão acesso a alguns terminais: “Na Maracacuera, existem cinco catracas, e só duas funcionam. No Tapanã, a mesma coisa”, relata o usuário.
Para André, os problemas estruturais nas estações do BRT vão além do furto de fiação elétrica ocorrido na noite de ontem (29). “Isso foi financiado com recursos públicos, e as pessoas não podem usar os banheiros em algumas delas. Isso é muito pior do que roubo de fiação”, opina. Ele também diz que se sente constrangido ao ser abordado por pessoas que, eventualmente, sobem nos ônibus do BRT para pedir ajuda financeira.
“Ao redor das estações, é como em toda a cidade: há a sensação de insegurança” - André Paixão, autônomo, usuário do BRT Belém.
A universitária Caiane Santos, 19 anos, já percorreu diariamente o trecho entre a Estação Mauriti e o Conjunto Maguari, no bairro do Coqueiro, quando cursava o Ensino Médio. Atualmente, ela utiliza o transporte rápido até a avenida Centenário, no bairro Parque Verde. Ao ser questionada sobre o roubo de fiação elétrica, ela comenta: “Não é a primeira vez que acontece alguma coisa, algumas estações já tiveram vidros quebrados, e muitas pichações. Então, não tem segurança aqui”, afirma.
Usuária do BRT há anos, Caiane expõe, ainda, falhas no sistema de automação das portas de acesso aos ônibus articulados. O excesso de lotação dos veículos também incomoda a passageira: “O maior problema é a lotação e também a falta de segurança, não tem nenhum guarda”. De modo geral, Caiane se sente receosa ao frequentar as paradas de ônibus na cidade de Belém, incluindo as estações do BRT: “Não é seguro, não tem supervisão nenhuma”, finaliza.
O que diz a Semob
Em nota divulgada nesta quinta-feira (30), a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informou que, a depender de como ocorrer o furto das fiações elétricas, a interrupção de energia nas estações pode ser total ou parcial. Em caso de interrupção total, não há funcionamento dos sistemas de portas automáticas e de bilhetagem eletrônica, além da ausência de iluminação dos espaços no período noturno.
De acordo com a Semob, providências estão sendo tomadas para que o funcionamento da rede elétrica seja restabelecido nas estações onde o furto ocorreu ontem. A nota da Superintendência diz, ainda, que entre os dias 14 de julho e 29 de novembro de 2023, “a Semob já registrou 60 Boletins de Ocorrência para possibilitar a abertura de inquérito policial, visando investigar e identificação de responsabilidades”.
Com relação às denúncias dos entrevistados, a Semob informa que está com um processo de contratação, em andamento, da empresa de manutenção dos prédios das estações e terminais do sistema BRT. A autarquia comunica que os problemas nas catracas e nas portas automáticas são pontuais e logo resolvidos e, na maioria das vezes, decorrentes de furtos de fiação elétrica. Em relação aos banheiros, são de uso exclusivo dos funcionários.
A Semob informa que a infraestrutura de BRT existente em Belém, ao longo das avenidas Augusto Montenegro e Almirante Barroso, terá o serviço aprimorado com a compra de novos ônibus com ar condicionado e wi-fi, a partir do acordo firmado entre o Governo do Estado, Prefeitura de Belém e Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Belém (Setransbel).
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