Belém registra 144 casos de meningite em 2019

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, não houve surto da doença, pois o número de casos está dentro da média anual da cidade, que fica entre 150 e 180

João Thiago Dias
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Foram registrados 144 casos confirmados de meningite em Belém, no período de janeiro a 23 de novembro de 2019, de acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). No entanto, a secretaria afirma que não houve surto da doença, pois o número de casos está dentro da média anual da cidade, que fica entre 150 e 180. Além disso, não houve surto porque foram ocorrências por agentes transmissores diferentes, em bairros e períodos distintos. 

Desse total, foram aproximadamente 14% de meningite meningocócica ou doença meningocócica, que é uma das formas mais graves da meningite bacteriana, causada por bactéria Neisseria meningitidis (mais popularmente conhecida como meningococo). A transmissão deste tipo da doença ocorre por vias respiratórias, por gotículas e secreções das vias aéreas superiores (do nariz e da garganta).

De acordo com o balanço da Sesma, nesses quase onze meses completos, o maior número de registros foi do grupo denominado como meningite bacteriana causada por outras bactérias, com 42 casos. Em seguida, vem a viral, com 33; meningocócica, com 20; fúngica, com 19; tuberculosa, com 14; pneumocócica, com nove; e com causa não especificada (que ainda aguarda resultado), com sete registros. Já em 2018, foram registrados 180 casos na capital. Não foi informado o número de óbitos nestes períodos em decorrência da doença. 

A coordenadora da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sesma, Veronilce Borges, explica as medidas de controle. "Todas as meningites são de notificação obrigatória e merecem atenção, mas o grupo de meningocócica merece atenção especial da Vigilância, porque somente para este grupo temos que adotar medida específica de controle, que é a quimioprofilaxia dos contatos. Precisamos identificar quem teve contato com a pessoa - que resida com ela ou conviva perto - e entregar medicação para evitar novos casos", explicou. 

"Além disso, é feita educação em saúde, palestras nas escolas, reunião com as famílias de quem teve a doença, para disseminar as informações corretas. Para prevenção, é fundamental manter o calendário de vacinação atualizado, especialmente de crianças; evitar automedicação; manter cuidados higiênicos, lavar as mãos, manter os ambientes arejados e limpos; e procurar imediatamente assistência de saúde quando surgir algum sintoma", orientou a representante da Sesma.

Ainda entre as ações de controle, há capacitação anual da equipe de saúde. "Porque o importante é que, quando a pessoa apresente sintoma, procure imediatamente o serviço de saúde. E o serviço de saúde tem que ter a capacidade de suspeitar da doença e encaminhar para exame. Os profissionais recebem treinamento para isso. E a Vigilância faz busca diária ativa de todos os casos suspeitos para adotar as medidas o mais rápido possível, tanto da rede privada como do laboratório de referência, no Hospital Barros Barreto", detalhou Veronilce. 

Meningite

A meningite é uma inflamação nas meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por vírus e bactérias ou, de forma menos comum, por fungos, parasitas, medicamentos e tumores. 

Dentre os sintomas e sinais comuns a todos os tipos de meningite estão: febre; rigidez na nuca; dor de cabeça; mal estar; náusea e vômito; confusão mental; sensibilidade à luz. Já entre os sinais e sintomas específicos da meningocócica estão: dores intensas nos músculos, articulações, peito ou barriga; manchas roxas na pele; respiração rápida; calafrios.

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