Dezenas de animais foram abandonados em conjunto de Icoaraci, denunciam ativistas

Muitos tutores se mudaram do local e deixaram cães e gatos abandonados na rua

Vito Gemaque
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Ativistas de defesa dos direitos dos animais alertam para o abandono de no mínimo 30 animais, entre cães e gatos no conjunto PAC II, no distrito de Icoaraci, em Belém. Dezenas de animais vagam pelas ruas do espaço que foi desocupado recentemente com fome, frio e sede, informam os defensores. Cães estão com carrapatos e gatos tem se procriado de maneira descontrolada, o que pode agravar ainda mais o problema no local. Os ativistas pedem ação dos órgãos públicos para encontrar e responsabilizar os tutores que abandonaram seus pets e o acolhimento e destinação adequada dos animais.

Os moradores do conjunto PAC II, no bairro do Paracuri I, foram remanejados para um condomínio de Belém. Enquanto vários levaram seus pets, outros abandonaram seus animais. A ativista Carmen Américo, de 47 anos, destaca que a situação é grave e necessita de uma intervenção rápida do poder público. 

“A gente estima em torno de 30 animais, são muitos cachorros e gatos. Eles estão em situação de rua mesmo. As protetoras invisíveis que estão levando alguma comida para os animais, alguns vizinhos que ficaram ainda estão ajudando também”, conta.

Alguns animais estão com problemas de saúde, problemas de pele, verminoses, e carrapatos, que podem transmitir uma infecção grave para os seres humanos, e pode ser causada por bactérias ou protozoários. Uma dessas doenças que pode ser fatal é a febre maculosa que pode ser transmitida para os humanos pela bactéria Rickettsia rickettsii.

Outro problema são os maus-tratos que alguns novos moradores cometem contra os animais. “Os apartamentos desocupados já estão sendo invadidos por outras pessoas, muitos não tem empatia pelos animais. Flagramos um rapaz enxotando uma cachorra. Tem cadelas prenhas, doentes e idosos que passaram a perambular por ruas próximas. Animais muito mal da pele, e quanto mais doente o animal está, mais as pessoas tem ojeriza e nojo”, complementa Carmen.

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A professora Geosycleide Conceição Leal, de 46 anos, de Icoaraci, que também é ativista da causa animal, afirma que muitas pessoas utilizaram como desculpa a mudança para abandonar os pets. “O discurso era que não poderiam levar animal, porque é condomínio, mas não é verdade. Sabemos hoje que muitos pets fazem parte das famílias e são aceitos em condomínios. A maioria dos que estão abandonados são gatos, que podem dar mais crias”, revela.

De acordo com ela, há a possibilidade que mais animais estejam desamparados, pois os protetores não entraram no prédio que foi desocupado. “Essa é uma conta por alto, acredito que tenha muito mais animais do que no momento que fomos lá. Sabemos que tem animais que estavam escondidos por medo. A gente contou apenas aqueles que poderíamos visualizar. Tem vários que estão por debaixo dos locais, escondidos dentro dos apartamentos, está uma situação precária e grave”, destaca. 

As protetoras de Icoaraci tem ajudado na alimentação, porém as ativistas não têm condições para estar sempre na área e nem recursos para ajudar tantos animais.

As defensoras cobram que a polícia também atue para identificar os tutores que abandonaram os pets. “O abandono é crime de maus-tratos. A polícia deveria investigar quem abandonou e tentar responsabilizar essas pessoas. É só a polícia ir lá que todo mundo sabe quem abandonou”, alega Carmen. 

“Vizinhos que ainda estão por dizem que um senhor que morava lá mantinha dentro do apartamento um monte de animais. Ele abriu a porta e botou os animais para fora e foi embora. Também vivia sob domínio dele a única filhotinha, que eu peguei, ela estava cheia de carrapatos e com muito medo. Mas nós não temos como pegar tantos animais. Precisamos de ajuda”, detalha Geosycleide.

A Secretaria de Proteção e Defesa Animal (Sepda) encaminhará uma equipe ao local para avaliar a situação e definir as medidas necessárias. A Polícia Civil informou, por meio de nota, apenas que “até o momento, o caso não foi registrado”.

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