Árvores de Belém: pesquisadores da Ufra fazem levantamento de patrimônio arbóreo em seis bairros
Com o estudo será possível conhecer as características principais dessas plantas e se estão causando algum dano ao calçamento nas vias, além de identificar quais necessitam de cuidados
A partir de um levantamento do patrimônio arbóreo, realizado nos bairros da Terra Firme, Guamá, Marco, Fátima, Batista Campos e Nazaré, em Belém, pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) estão desenvolvendo o projeto “Caracterização da urbanização no município de Belém, semente do amanhã: Belém mais verde”. A partir dos resultados do estudo, será possível auxiliar nas ações de arborização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma). E ainda, alertar sobre a necessidade de tratamento, substituição e implantação de novas árvores. O projeto já vem sendo desenvolvido há pouco mais de um ano.
A equipe, que conta também com sete alunos dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal, já concluiu o mapeamento de toda a área da avenida Duque de Caxias, no bairro do Marco, onde estão localizadas 430 árvores, com uma variedade de tamanhos e espécies.
Pesquisa ajudará a identificar quais árvores precisam de cuidados
Entre os possíveis resultados do mapeamento está conhecer as características principais dessas plantas no local em que estão localizadas, além de detectar se elas estão causando algum dano ao calçamento e, também, quais necessitam de cuidados mais emergenciais.
O estudo é fundamental para levantar dados sobre o clima da cidade, conforme analisa o professor Cândido Ferreira Neto, coordenador do projeto. Ele diz que, com a análise, outro resultado será a mensuração da temperatura, umidade, concentração de gás carbônico e a formação de ilhas de calor.
“Os dados podem subsidiar as ações e melhorias públicas nesses locais, além da elaboração de planos de arborização em bairros que não há presença de árvores e verificar se há alguma vegetação que está causando danos na infraestrutura da cidade”, explicou o pesquisador, que gerencia o projeto juntamente da professora Joze Melisa e do professor Antônio Moreira, que presta apoio.
O estudo tem duração de quatro anos
Cândido comenta que o ideal para a cidade são árvores que tenham a copa grande e formem sombra, além de plantas que não possuam o sistema radicular superficial (raízes expostas). O pesquisador ainda especifica que o indicado são plantas nativas, como Cenostigma tocantinum (pau preto). “O mapeamento é feito de um a um, com GPS e a indicação de cada indivíduo, localização e as características daquela planta. Na Duque, temos árvores que vão de frutíferas a outras que não são necessariamente adequadas para o local”, diz o pesquisador.
De acordo com a instituição, o estudo tem a duração de quatro anos. Ao final do projeto, todo o levantamento obtido deve gerar um mapa virtual e a publicação de um livro. Até o final do mês de julho, todas as plantas do bairro do Marco devem ter sido mapeadas. Em seguida, será iniciado o processo no bairro de Fátima.
(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, Victor Furtado)
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