Aos 11 anos, estudante de Belém ganha medalha de ouro na Olimpíada de Matemática em Nova York
Natália Trigueiro já participou de 37 competições de países como Austrália, Singapura e Tailândia
Com 11 anos de idade, a estudante de Belém Natália Trigueiro, do sexto ano do fundamental, conquistou o primeiro lugar na Olimpíada de Matemática de Copernicus, em Nova York, nos Estados Unidos, em 18 de julho de 2024. A vitória veio no mesmo dia em que a jovem fez aniversário e, como presente, levou para casa uma medalha de ouro na categoria em que competia, um Ipad e a emoção de mais um sonho realizado, fruto de uma rotina intensa de dedicação e estudos.
A Copernicus é uma olimpíada internacional com diversas modalidades que reuniu estudantes de 34 países diferentes, abrangendo desde os anos iniciais até o ensino médio. Natália passou pela primeira fase qualificatória, realizada online entre estudantes do mundo inteiro. Classificada, ela viajou para fazer a prova na Universidade de Columbia.
Para Natália, é uma grande conquista, uma vez que consegue perceber que as pessoas que concorreram também são inteligentes e pretende participar de outras olimpíadas. "Estou extermamente grata, pois além de conseguir o ouro e também conheci pessoas de outras culturas", pontua a estudante.
Essa é a segunda vez que a estudante participou da competição, tendo conquistado o segundo lugar em 2023. Neste ano, além de ganhar a medalha de ouro em sua categoria, ela alcançou a maior nota da edição, ocupando o primeiro lugar geral, na frente de candidatos do Japão e Vietnã, segundo e terceiro lugares, respectivamente.
"Foi uma sensação indescritível. Ficamos muito emocionados pelo resultado alcançado, pois sabemos o quanto ela se dedicou e batalhou para conseguir chegar ao primeiro lugar e isso nos encheu de alegria e orgulho. É a realização de um sonho", relata Fernanda Pinto, mãe da estudante medalhista.
Ela conta que a competição foi uma experiência para além da matemática. A partir da troca de conhecimentos e a formação de laços de amizade, Natália mantém contato com várias crianças ao redor do mundo pela internet.
Para garantir a ida a Nova York, a família da estudante organizou tudo com bastante antecedência para conseguir os melhores preços de passagem e acomodação. Como a competição ocorreu nas férias escolares, eles aproveitaram também para realizar passeios a museus e visitar locais turísticos, motivados por conhecer novas culturas, se divertir e aprender.
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Paixão por exatas sem fronteiras
Quando se trata da paixão de Natália pela área de exatas, especialmente por matemática, o céu é o limite. Nascida em Juiz de Fora, ela se mudou para Belém há três anos devido ao trabalho do pai. Desde que entrou no mundo das olimpíadas, em 2022, o currículo da estudante acumula medalhas e participações em 37 competições, incluindo torneios internacionais e nacionais de matemática, informática e astronomia, de países como Estados Unidos, Austrália, Singapura e Tailândia.
O interesse de Natália pela matemática surgiu ainda nos primeiros anos de vida. Estimulada desde pequena, a jovem sempre teve facilidade para aprender cálculos matemáticos. Aos quatro anos, começou a estudar matemática no Kumon, método de estudo que busca formar alunos autodidatas, e hoje está cinco anos avançada em relação à série escolar. Atualmente, ela está se preparando para futuras competições e segue uma rotina de preparação pautada no esforço e na disciplina, com estudos direcionados pelo menos quatro vezes por semana.
O futuro acadêmico e profissional da estudante é promissor e cheio de possibilidades. Fernanda enfatiza que a filha ainda tem um longo caminho pela frente e que as vontades e escolhas da pequena serão respeitadas. Enquanto isso, ela afirma que as portas estão abertas para as oportunidades que surgirem, tanto no Brasil quanto no exterior.
“Entendemos que o estímulo dos pais é um grande combustível para o interesse dos filhos no estudo. Sabemos que é, por vezes, trabalhoso e custoso, mas os resultados alcançados fazem valer a pena. E, principalmente, lembrar que nada seria possível sem a dedicação da própria criança. O que sugerimos é que as incentivem desde pequenas para criar nelas o hábito de estudar desde cedo”, aconselha.
(*Eva Pires, estagiária sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)
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