Além da sala de aula: confira histórias que impactaram a vida de alunos e professores de Belém
Educadores e estudantes relataram histórias que marcaram sua trajetória no processo de aprendizagem
Quase todo mundo, pelo menos uma vez na vida, teve a oportunidade de ter um educador presente durante seu processo de construção de conhecimento. Algumas vezes, devido a rotina do dia a dia, estresse e cansaço, essa relação acaba sendo extremamente profissional, com professores sendo vistos apenas como uma ‘hierarquia’ que transmite conteúdos em uma sala de aula. Ainda assim, muitos educadores assumem um papel acolhedor, reconfortante e de grande apoiador dos seus alunos, criando um vínculo que vai muito além da sala de aula. Por isso, neste dia que celebra uma das profissões mais importantes do mercado, confira alguns relatos de alunos e professores de Belém.
1 - Carta de despedida
Em 2015, quando dava aulas de informática na Unidade Integrada Pro Paz, no bairro da Terra Firme, Pamela Figueiredo foi surpreendida com uma carta da aluna Elane. A criança, que era de uma origem bem humilde e ainda não era totalmente alfabetizada, iria retornar para sua cidade no interior do estado. Triste com a volta, ela resolveu dar uma carta de despedida para a professora. "Ela saiu da sala bem tristinha, eu dei um abraço nela, que me apertou tanto que deu pra sentir a saudade. Essa mensagem foi guardada profundamente por mim", relatou. Embora não saiba mais do paradeiro da criança, Pamela ainda se emociona quando lembra do momento especial. “Nem vou ler que dá vontade de chorar”, finalizou.
2 - Incentivo para continuar
Marcella Alves, de 28 anos, cita sua professora de inglês como sua maior influência para virar professora. “Eu lembrava de como eram as minhas aulas com ela e o quanto me fazia bem, aí decidi que queria fazer o mesmo para outras pessoas”, declarou. Apesar de já estar quase formada, a professora revelou que, durante sua jornada na graduação, largou o curso devido alguns transtornos, como ansiedade e crise de pânico. Após decidir retornar, ela foi acolhida por outro professor, o Marcelo, responsável por não deixá-la desistir da faculdade novamente. “Eu voltei pra faculdade com muito medo e foi a primeira vez que eu tive apoio de um professor, ele sempre me colocou pra cima, acreditava muito em mim, me indicava em empregos. Ter essa pessoa nesse momento fez muita diferença, eu fui acolhida”.
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3 - Atenção aos pequenos detalhes
A pedagoga Sônia Monteiro relatou uma das várias histórias que marcaram sua vida na rotina das aulas. Durante uma celebração do Dia do Folclore, no Colégio Progresso, localizado no Conjunto da Cohab, uma aluna reconheceu a professora apenas olhando o seu pé. “Eu me vesti de matinta pereira e saí toda de preto de dentro da sala, era criança correndo pra tudo quanto é lado, chorando, mas teve uma que ficou muito quieta, caladinha. Depois eu vesti minha roupa normal e fui questionar os alunos sobre a matinta pereira. Foi aí que a garotinha disse: ‘Mas vocês repararam no pé da matinta pereira? Era o pé da professora Sônia’, contou a pedagoga, que ficou abismada com o reconhecimento da aluna.
4 - Apoio nos momentos difíceis
Ronaldo Junior, professor de Física, foi internado por complicações da covid-19 em 2020. No hospital, ele contou com a ajuda dos seus alunos da escola Madre Zarife Sales e Sagrado Coração de Jesus para se distrair e enfrentar o momento difícil. “Meus alunos mandavam muita força, mensagem de oração e acho que em um momento desse, quando eu estava me recuperando, ver o carinho deles me confortava. Me dava paz ver que essas pessoas gostavam de mim, foi um momento muito gratificante”, declarou.
5 - Bolsa de estudos
Com o sonho de ser jornalista, Mayra Albernaz, de 24 anos, viu seus planos quase se frustrarem pela dificuldade de arcar financeiramente um um cursinho. Com a ajuda de uma professora de redação, ela pôde conseguir a tão sonhada aprovação. “Graças a uma professora maravilhosa que eu tive, eu encontrei forças para continuar. Com toda sua dedicação, paciência e carinho ao lecionar, ela me deu forças para ir em busca do meu sonho. Hoje, como estudante de jornalismo, só posso agradecer pela contribuição na minha aprovação”, contou. Mayra passou em três faculdades, sendo uma bolsa integral no Prouni.
Texto: Paula Figueiredo, estagiária de jornalismo, sob a supervisão de Heloá Canali
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