Ação promove 25 cirurgias reparadoras em crianças que possuem mãos com deformidades
O levantamento foi feito em dois meses, porém há uma demanda reprimida de pessoas que aguardam o tipo de cirurgia
Nos dias 1 e 2 de novembro, a "Ação Social de Correção Cirúrgica de Deformidades das Mãos de Crianças" irá realizar cerca de 25 cirurgias reparadoras em crianças, previamente selecionadas. Em média 16 profissionais, entre eles um especialista internacional, médicos de outros estados e locais, e residentes, participarão, de forma voluntária, dos procedimentos. A realização é uma parceria da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão (SBCM), com a Santa Casa de Misericórdia do Pará, Sociedade de Anestesiologia do Estado do Pará (SAEPA) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT Pará).
A ação objetiva atender crianças da capital e do interior do Estado que possuem deformidades nas mãos, tanto as de nascença (congênitas), quanto as traumáticas. As crianças da capital foram selecionadas previamente em um levantamento realizado pela equipe do projeto. Já as do interior do Estado foram referenciadas pelos municípios.
A iniciativa se faz necessária pois há uma demanda reprimida desses casos no Estado. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o tipo se enquadra nas demandas de cirurgias eletivas, não urgentes, e são de responsabilidade de cada unidade hospitalar.
“Como nós temos uma capacidade limitada, nós vamos operar durante dois dias, de 7h às 19 h, cerca de 25 mãos. Porém, o número de casos é muito maior, pois não existe um setor especializado na rede pública de tratamento de atenção a essas mãos defeituosas e deformadas. Esperamos sensibilizar as autoridades para que se crie uma referência em seus hospitais públicos para dar vazão a essas deformidades que ocorrem em um número expressivo em nossa população”, ressalta o organizador do projeto, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, o médico Rui Barros.
Ainda segundo o médico, parte dessas crianças com deformidade nas mãos procuram recursos em estados que possuem serviços especializados. Porém, aqueles que não têm condições de deslocamento acabam sem atendimento adequado.
“A medida que a criança vai crescendo a deformidade vai acentuando, assim como a incapacidade funcional vai se agravando. Essa iniciativa irá ajudar muito essas crianças, tanto no presente quanto no futuro, pois as deformidades são cheias de estigmas. As crianças acabam sendo motivo de bullying e por isso se afastam e não socializam facilmente. Além disso, elas têm enorme dificuldade de aprendizado, pois não conseguem desenvolver a escrita, fazer uso de computadores e de celulares. Por isso, é muito difícil conseguirem entrar no mercado de trabalho. Então, a repercussão dessas deformidades sociais é dramática para essas crianças”, conclui o médico.
Doações – É possível ajudar o projeto doando alimentos ou brinquedos às famílias das crianças assistidas. Para isso é necessário entrar em contato com os telefones (91) 7400-2941 e 40092203, ou ainda entregar as doações diretamente na Santa Casa de Misericórdia do Pará.
(Bruna Ribeiro, estagiária, sob supervisão de Jorge Ferreira, coordenador do Núcleo de Atualidades)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA