Abordagem de crianças por estranhos exige atenção redobrada para evitar crimes como sequestros

Delegada da Polícia Civil orienta como prevenir sequestro e outros crimes contra menores de idade

O Liberal
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Esta semana, viralizou na internet um vídeo em que uma empresária de Belém relata uma suposta tentativa de sequestro da filha dentro de um shopping no bairro Batista Campos. Até a presente data, o caso não havia sido registrado em delegacia, conforme informações da Polícia Civil do Pará (PCPA), no entanto a descrição da situação vivida pela mulher com a filha dentro do empreendimento comercial gerou debates na internet a respeito da abordagem de crianças por estranhos. Em entrevista ao O Liberal, a delegada Emanuela Amorim, da Delegacia de Atendimento ao Adolescente (Data), destacou os cuidados essenciais que os pais devem ter com seus filhos em locais públicos, visando prevenir sequestros e outras formas de violência.

No vídeo que circula nas redes sociais, a empresária relata que estava no shopping, junto da filha - uma criança de colo que não teve a idade divulgada - quando uma idosa (que ela descreveu como loura e mal vestida) as abordou dentro do elevador do shopping e começou a elogiar a beleza da criança. Em seguida, tentou insistentemente pegar a menina no colo, fazendo convites como "vem cá com a vovó, deixa teus pais". A mãe conta que negou o contato físico da criança com a idosa, apesar da insistência da mulher e finaliza o vídeo fazendo um alerta a outros pais: "a gente está acostumado a ver esses casos todo o tempo, a gente já está em alerta. 'Ai que neném lindo, deixa eu segurar para você ir ao banheiro' - aí você fala 'não'!".

De acordo com a delegada Emanuela Amorim, toda a abordagem de crianças em público feitas por estranho precisa de atenção redobrada dos pais. Além de orientar os filhos a não conversarem com desconhecidos, a especialista destaca a importância de não permitir que eles aceitem nada de estranhos:

“Na verdade, o primeiro passo é a prevenção. A gente orienta que os pais adotem toda a cautela necessária para evitar todo tipo de crime contra criança adolescente, pois traz sequelas demais. Então, abordagens de pessoas estranhas devem sempre ser monitoradas. Os pais devem conversar com essa criança sobre não aceitar nada de estranho, não entrar em veículo de pessoa desconhecida, não acompanhar nenhuma pessoa desconhecida. É normal que os adultos costumem falar com crianças porque acham bonitas e fofinhas, mas isso deve ser sempre tratado com muita atenção pelos pais”, diz.

Ambientes públicos exigem uma atenção especial por parte dos responsáveis por menores de idade: “Todo local público, onde há um trânsito grande de pessoas, os pais devem ter uma cautela redobrada com as crianças. Sobretudo se a criança é menor, com a possibilidade de defesa reduzida. Isso não é só para prevenir sequestro, mas até mesmo violência sexual. Então todo todo ambiente onde haja um aumento de pessoas requer uma atenção redobrada da parte dos pais, que não devem perder de vista essa criança”, orientou.

Em casos mais extremos, a delegada orienta que os pais chamem a polícia se notarem uma atitude suspeita. “No caso de qualquer suspeita, é melhor acionar uma guarnição policial, uma viatura, para averiguar a situação. E se porventura houver uma tentativa ali de retirar aquela criança, forçadamente da mão ou do colo dos pais, a pessoa deve gritar imediatamente porque esse tipo de situação já se enquadra ali como uma invasão e até mesmo uma ‘injúria’ ou ‘via de fato’. Tudo depende do caso em concreto”, aponta a delegada Emanuela Amorim.

A delegada explicou que a linha entre uma abordagem simples e um crime é tênue. Mas é necessário entender que além do sequestro, existe o crime de subtração de incapaz.

“O sequestro é a privação da liberdade da criança. O sequestrador retira a criança e a mantém ali sequestrada, longe de onde os pais possam ver e saber onde aquela criança está. A subtração de incapaz, geralmente, acontece  quando alguém que já conhece a criança e a tira do ambiente da pessoa que tem a guarda. A vítima fica com ele contra a ordem judicial. Acontece muito quando é família”, explica.

Em caso de sequestro, a orientação é acionar imediatamente a polícia, fornecer características do sequestrador e alertar as pessoas ao redor. “Não é necessário esperar 24 ou 48 horas para registrar o desaparecimento de uma criança. O registro deve ser feito imediatamente, seja em casos de sequestro ou de desaparecimento por outros motivos, como conflitos familiares. Basta procurar a delegacia mais próxima”, encerra a delegada Emanuela Amorim.

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Belém
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