8ª Marcha das Mulheres Negras percorre pelas ruas do bairro do Jurunas, em Belém
Esse ano, a marcha apresenta o tema "Sabença de Mulheres Negras com Autonomia e Afetos na Amazônia"
As ruas do bairro do Jurunas, em Belém, ganharam as mensagens de protesto e luta com a 8ª Marcha das Mulheres Negras, na tarde desta terça-feira (25), que marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latina-Americana e Caribenha, o dia de Tereza de Benguela, que foi uma liderança quilombola e também o "Julho das Pretas". A concentração da marcha foi na frente da Associação Afro-religiosa e Cultural Morada de Óxossi e seguiu em direção ao Portal Amazônia.
Esse ano, a marcha apresenta o tema "Sabença de Mulheres Negras com Autonomia e Afetos na Amazônia", que trata sobre a resistência, a luta e o papel da mulher negra na sociedade. "Esse movimento fala da nossa importância", destaca Leila Palheta, que é uma das organizadoras da Marcha e faz parte do Instituto Viver Periferia.
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Entre as pautas de reivindicação que marcam a marcha, está a questão de as mulheres serem as maiores vítimas do desemprego, as maiores vítimas do feminicídio, da violência doméstica, do pouco espaço de representatividade política.
Para Leila, é simbólico a marcha se concentrar em frente à associação, já que é um espaço de debate que inclui as pautas das mulheres negras. "Nós, mulheres negras, precisamos e queremos mais espaço na política, mais espaço na sociedade e, principalmente, nossas vidas importam", acrescenta.
Nazaré Cruz, que é da Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEM), diz que a importância da caminhada no Jurunas é uma forma de dialogar com a periferia, que é onde se concentra a maioria de mulheres negras. "Hoje é dia de falar da nossa luta, celebrar a nossa existência e relembrar dos nossos ancestrais", pontua Nazaré.
O dia 25 de julho é dia também de aniversário de Tereza Banguela, uma grande lutadora social, negra. E quando se fala das mulheres negras, Latino-Americana e Caribenha sai um pouco do Brasil e fala de todo esse universo das mulheres negras. "Nós precisamos desse dia e de todos os dias para falar sobre as nossas lutas", acrescenta Leila
Julho das Pretas
Criado pelo Instituto da Mulher Negra (Odara), em 2013, tem o objetivo de dar visibilidade às pautas das mulheres negras nos âmbitos da cultura, saúde, segurança, economia e outras áreas. O movimento culmina no 25 de julho, quando são celebrados o Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha, o Dia Nacional da Mulher Negra e o Dia de Tereza de Benguela, líder quilombola, símbolo da resistência à escravidão no século 18.
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