Articuladores culturais de Belém participam de residência artística em São Paulo
Após essa primeira parte do projeto “Circuito Arte não é Privilégio”, exposições de arte urbana a céu aberto serão criadas em 27 capitais brasileiras. Em Belém, galeria será no Jurunas
Jean do Gueto e Alan Furtado, articuladores culturais de Belém, serão os representantes do Pará em um projeto “Circuito Arte não é Privilégio”, em São Paulo, neste mês de novembro. Com a pretensão de transformar as periferias e áreas centrais degradadas de 27 capitais brasileiras em verdadeiros museus a céu aberto, o projeto é uma iniciativa do Céu – Museu de Arte a Céu Aberto, criado pelo “artivista” e produtor cultural paulista Kleber Pagu.
Em Belém, a exposição está prevista para ocorrer no bairro Jurunas, zona sul da capital paraense e um dos mais populosos da cidade, com cerca de e 60 mil habitantes, um dos territórios que mais retrata a diversidade da cidade, desde a sua fundação.
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Nesta primeira fase do projeto, que tem fomento da Bolsa Funarte de Artes Visuais Marcantonio Vilaça 2023, será realizada entre os dias 19 e 23 de novembro. Os articuladores culturais participarão de uma série de residências artísticas e imersões na Funarte e Casa Mário de Andrade, com a presença de importantes nomes do cenário cultural brasileiro como Marcia Tiburi, Jean Wyllys, Fernanda Bueno, Kleber Pagu, Felipe Morozini, Jey77, Moará Tupinambá, entre outros.
Moara Tupinambá é artista visual e curadora ativista nascida em Belém. Ela é autora do livro “O sonho da Buya-wasú”, da editora Miolo Mole. Moara participou como convidada da Bienal das Amazônias em 2023 e foi vencedora do 8° Prêmio de Artes do Instituto Tomie Ohtake em 2022.
No dia 19, a artista paraense estará no Complexo Cultural Funarte São Paulo, de 11h às 11h45, participando do painel “Vivência com Moará Tupinambá e Raiana Britto”. Já a “Vivência com Jean do Gueto e Alan Furtado” ocorre dia 20, de 15h às 15h45, na Casa Mário de Andrade. Os dois momentos são abertos ao público.
Serão realizadas ainda visitas a instituições parceiras do Museu Céu em São Paulo, como Beco do Batman, Theatro Municipal, Praça das Artes, Museu Afro e Sesc.
“A ideia desta etapa inicial é propor uma troca de experiências entre os articuladores culturais destas três capitais, que conhecem a fundo seus territórios, com saberes e as múltiplas possibilidades de linguagens de arte urbana e diferentes modelos de gestão desenvolvidos aqui em São Paulo. Essa troca vai possibilitar o melhor modelo a ser adotado em cada cidade”, explica Kleber Pagu.
ARTICULADORES
Jean do Gueto é agente cultural do setor do Livro e Leitura, atuando também como articulador e liderança comunitária no bairro do Jurunas/Condor. É o fundador do projeto nacional Sebo do Gueto e do Gueto Hub, que conta com uma biblioteca comunitária, galeria de arte, museu, coworking e café. Jean já foi reconhecido com vários prêmios como Prolíder 2019, e Liderança de Impacto Ekloos 2021.
Alan Furtado é afrontoso artista visual, designer gráfico e ilustrador, residente no Jurunas, periferia de Belém. Sua pesquisa explora a estética afrofuturista, vinculada à ancestralidade e à diáspora negra na Amazônia. É integrante do coletivo Ilustra Pretice PA, que discute e questiona a importância de artistas pretos nas galerias de Belém, promovendo encontros e criando formas coletivas de empreender com arte. Também faz parte do ateliê Porta Azul e do coletivo de juventude negra do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará (Cedempa).
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