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Moradores do Quilombo do Abacatal fazem ato na BR-316 por aulas na comunidade, em Ananindeua

Escola Gregório Rosa Filho está sem aulas devido à falta de professores, como alega a comunidade do território quilombola que fica em Ananindeua

João Paulo Jussara / O Liberal
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Moradores da comunidade quilombola do Abacatal interditaram a rodovia BR-316, em frente à Prefeitura de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém (RMB), no início da manhã desta sexta-feira (5). Eles protestaram pacificamente contra a falta de pagamento do salário dos professores que lecionam na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Manoel Gregório Rosa Filho, cujos alunos já estão há mais de uma semana sem ter aula.

Os manifestantes chegaram no local antes do sol aparecer, por volta das 5h. Às 6h, eles interditaram parte da rodovia, no sentido Belém, e pregaram cartazes no muro frontal da prefeitura. "Ananindeua não reconhece nossos direitos. Não queremos privilégio, queremos respeito", dizia uma das mensagens. Segundo os moradores, na comunidade vivem cerca de 500 pessoas, e mais de 70 crianças estariam sendo prejudicadas.

"Há uma semana os professores resolveram parar suas atividades, pois estão há três meses sem receber. E, sem salário, não tem trabalho. Está um descaso, colocaram três turmas de anos diferentes juntas, nós temos profissionais qualificados na comunidade mas a gestão não contrata, se nega. Nós estamos reivindicando os nossos direitos", reclamou Margareth Barbosa, coordenadora de patrimônio do Quilombo do Abacatal.

A moradora disse que, após a manifestação, quatro lideranças da comunidade foram recebidas na secretaria de educação do município, e ficou acordado que uma resposta seria fornecida na próxima semana, no máximo, até sexta-feira (12). "Se até lá não tivermos essa resposta, vamos fechar [a rodovia] novamente. Infelizmente as coisas só funcionam no grito, então a gente vai gritar em busca dos nossos direitos, em busca de educação", disse Margareth.

Prefeitura de Ananindeua garante diálogo e avaliação de demandas da comunidade

Por meio de nota, a Prefeitura de Ananindeua afirmou que a atual gestão municipal tem diálogo permanente com a comunidade. "Este ano, por diversas vezes [a prefeitura] ouviu os anseios desta população e apresentou projetos para benefício dos mesmos, tais como o asfaltamento da estrada que dá acesso ao quilombo e a construção de uma agroindústria de polpas de frutas. Projetos estes que estão sendo elaborados sob consulta pública dos mesmos e necessitarão obedecer os trâmites legais de licitação para início das obras", disse o órgão.

"Quanto às reivindicações feitas à Secretaria Municipal de Educação (Semed), a mesma informa que, por conta da pandemia, as aulas presenciais ficaram suspensas boa parte deste ano e o retorno completo está sendo realizado de forma gradual na rede municipal de ensino, seguindo os protocolos de segurança. Por esse motivo, o retorno das aulas na Emef Manoel Gregório Rosa Filho, no quilombo do Abacatal, já está sendo avaliado pela Secretaria", informou a prefeitura.

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