Tacacá: consumo em Belém segue forte até no verão amazônico
Nem o calor é capaz de afastar os consumidores de saborear o prato típico. Com preços que variam entre R$ 10 e R$ 25, vendas na capital paraense não diminuíram
O movimento constante de consumidores em pontos de venda de tacacá em Belém, capital paraense, não nega uma coisa: mesmo durante o verão, quando as temperaturas podem chegar a 35º, o consumo do prato típico não é dispensado. Com preços que variam entre R$ 10 e R$ 25, dependendo do local, a única preocupação do cliente é saber se a comida está quente o suficiente para ser saboreada. Para os vendedores, independentemente da época, a procura é a mesma.
É o que acontece no estabelecimento em que Geandrea dos Santos, de 39 anos, trabalha. O ponto está localizado na travessa Pirajá, bairro do Marco, e não perde a movimentação devido ao calor. “Aqui, geralmente tem o mesmo padrão de cliente, de quantitativo de pessoas. Isso é porque a gente já tem certos anos no mercado, então, já temos aqueles clientes mais fixos, pessoas do dia a dia e pessoas também só de final de semana, de uma segunda-feira ou de um domingo”, comenta.
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As vendas começam a partir das 15h e a única baixa na procura pelo tacacá é quando começa a chover - o local é aberto. “Por incrível que pareça, quanto mais verão, melhor, né? Geralmente aos domingos e feriados o quantitativo de pessoas é muito maior, é mais intenso o movimento. E, aqui, está tudo na base dos R$ 25, por exemplo, o tacacá, o vatapá e o caruru, que é bem comum nos outros pontos também. Já faz um tempinho que não tem reajuste”, afirma Geandrea.
Quanto mais quente, melhor
O melhor horário para tomar o tacacá é a partir das 17h, conforme diz a policial militar Eliane Silva, de 36 anos. Ela não dispensa o prato típico e destaca: quanto mais quente, melhor. “Para mim, particularmente, independente do clima, o melhor horário é esse, 16h, 17h. Eu não gosto de tomar à noite. Eu gosto de tomar sempre esse horário, das 15h30 até às 17h. Já é um hábito. Acho que a goma está mais quente. Poderia estar tomando sorvete agora, mas bate a abstinência para tomar tacacá”.
O costume é antigo. Eliane já passou um tempo em que todos os dias parava em algum ponto de Belém para saborear o prato típico da região. Sobre os preços, segundo ela, nenhuma diferença foi sentida - mais um incentivo para que a rotina não seja esquecida. “Como eu estava passando aqui, aí eu parei pra tomar. Mas teve uma época que eu estava tão viciada que eu tomava todo santo dia. Agora até que eu dei uma freada de tomar todos os dias”, completa.
Tradição
A tradição na degustação do tacacá é o que mantém o professor Mauro Pinheiro, de 58 anos, sempre em busca do prato. Faça chuva, faça sol, ele não para o consumo, “Eu saio da escola que dou aula, venho aqui umas duas vezes na semana. O bom é com calor. É tão bom o tacacá, seja com calor, chovendo, mas eu até prefiro com calor. É porque é uma coisa bem tradicional assim, a gente toma tacacá naquela quentura, do sol das 15h da tarde. Eu acho legal”, diz.
Preferência
O estudante Felipe Cardoso, de 23 anos, também prefere o tacacá a algo mais refrescante durante o verão amazônico. “Não tem problema, não. Paraense nunca nega um tacacá. Um tacacá é um tacacá. E eu gosto muito de tacacá, inclusive, uma das minhas comidas típicas preferidas é o tacacá. Então, sempre que for cedo, eu tomo um. É, a regra é que se tome alguma coisa mais refrescante nesse calor, mas no final da tarde o tacacá é bom. O preço subiu, ele gira em torno de R$ 10 a R$ 20, de acordo com o tamanho da cuia e da qualidade também, da localidade”, finaliza.
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