‘Jardineiras da floresta’: conheça mais sobre as antas, espécie em risco e presente na Amazônia

BioParque Vale Amazônia realiza projeto de conservação e conscientização das antas em Parauapebas

Fabrício Queiroz
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O nome popular do maior mamífero terrestre brasileiro é geralmente utilizado para desqualificar alguém como uma pessoa com pouca inteligência ou ignorante. No entanto, o que o senso comum não sabe é que as antas (Tapirus terrestris) são animais inteligentes, bem adaptados ao seu ambiente e dão uma grande contribuição para a manutenção da diversidade da flora.

Em geral, a anta é solitária ou anda com poucas companhias, costuma descansar seu corpo de mais de 200 kg durante a manhã para economizar energia e procurar alimento durante a noite. Pesquisas indicam que ela pode andar por até 5 km, trajeto no qual se alimentam das mais variadas folhas, fibras e frutos, como o miriti. Nesse percurso, as sementes acabam dispersas por onde passam, contribuindo assim para o nascimento de novas árvores. Por essa razão, as antas são conhecidas também como as jardineiras da floresta.

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Apesar de desempenhar um papel relevante, a população das antas está em risco em várias partes da América do Sul. No Brasil, ela pode ser encontrada na Amazônia, na Mata Atlântica, no Cerrado e no Pantanal, porém o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) considera que a espécie está em situação vulnerável.

Queimadas, contaminação por ações do homem e caça ilegal estão entre os principais fatores que levam a ameaça de extinção das antas

Um dos seus principais predadores é a onça-pintada (Panthera onca), porém as maiores ameaças à sobrevivência das antas são outras. Perda de habitat, queimadas, contaminação por pesticidas e caça ilegal são os principais fatores que levaram a anta a entrar na lista nacional de animais ameaçados de extinção. Além disso, as rodovias também contribuem para o declínio da população devido aos atropelamentos.

Para garantir a conservação da espécie, é preciso destacar a importância da manutenção de espaços como o BioParque Vale Amazônia, localizado em Parauapebas, pois animais de grande porte precisam de grandes áreas de floresta para a sua sobrevivência. Com 38 anos de história e cerca de 30 hectares de floresta nativa, o espaço garante condições para a livre circulação de animais da região, assim como desenvolve pesquisas e projetos voltados para a valorização da biodiversidade local. 

image BioParque Vale Amazônia, em Parauapebas, realiza projetos de conservação de espécies da fauna e flora amazônica (Thiago Pelaes)

Com iniciativas como a do BioParque Vale Amazônia, a conservação da anta tem avançado com conquistas relevantes no contexto da região. Atualmente, o local possui cinco indivíduos de anta sob seus cuidados, sendo três machos e duas fêmeas. O BioParque também comemorou, no ano passado, o nascimento de um filhote que se encontra com a sua mãe no recinto em exposição. Além disso, nas visitas guiadas, é realizado um trabalhado de conscientização do público visitante sobre a importância da preservação das antas e qualquer outra espécie de animal da fauna amazônica.

image Atualmente, o BioParque Vale Amazônia conta com cinco indivíduos de antas sob cuidados humanos (Divulgação / BioParque Vale Amazônia)

 

Conheça mais sobre as antas:

Nome científico: Tapirus terrestris

Nomes comuns: Anta ou tapir

Tamanho: A espécie anta brasileira mede cerca de 1,80 cm e chega a pesar 225 kg

Características: A anta é geralmente reconhecida pelo focinho longo. Os dedos das patas são protegidos por uma grande unha em forma de casco.

Distribuição: Pode ser encontrada em diversas partes da América do Sul, no entanto já é considerada extinta em regiões do sul e do nordeste brasileiro.

Comportamento: Habita florestas e áreas úmidas. São excelentes nadadoras e podem se refugiar na água para escapar de predadores. Nas proximidades da água, ela também gosta de se alimentar de frutos de palmeiras e plantas aquáticas. Estima-se que a anta coma aproximadamente 9 kg de vegetação por dia.

Fonte: Guia curricular para educadores (tapir.org)

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