Combate à extinção da onça-pintada avança na Amazônia
Projetos de reprodução e de cuidado com animais resgatados em Paraupebas garantem sobrevivência de espécie ameaçada
Representada em estampas de tecidos, cédulas de real, obras literárias, personagem de novela e mais recentemente até na camisa da seleção, a onça-pintada (Panthera onca) figura entre os animais mais emblemáticos da fauna brasileira. É o maior carnívoro da América do Sul, o terceiro maior felino do mundo e um símbolo de beleza e força – atributos imponentes que lhe tornaram alvo de caçadores ilegais, do comércio de pele, entre outras ameaças.
Apesar de ser encontrado em diversas regiões do país, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) incluiu esse felino na lista de espécies ameaçadas com o status “vulnerável”. Nesse contexto, a Amazônia pode dar uma contribuição importante para a conservação da onça-pintada, ainda que o avanço do desmatamento represente um risco a mais para o animal.
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A manutenção de áreas de floresta nativa, assim como projetos de pesquisa, reprodução e manejo têm sido adotadas como medidas para enfrentar a extinção. Um exemplo disso ocorre no BioParque Vale Amazônia, em Parauapebas, onde experiências bem-sucedidas de cuidado com a fauna têm sido realizadas há 38 anos.
O BioParque Vale Amazônia possui um dos melhores recintos de onça-pintada do Brasil, com presença de árvores nativas, cascatas, lagos, rochas e solo natural, estimulando os animais a expressarem seus comportamentos naturais de nadar, correr e escalar.
Uma das iniciativas realizadas é o estímulo à reprodução a fim de garantir a sobrevivência da espécie e oferecer subsídios para que se aprofunde o conhecimento sobre o felino em outras regiões. Isso porque os animais nascidos em Parauapebas podem ser encaminhados para outras instituições de conservação no país. Nos últimos anos, o BioParque destinou três onças-pintadas para outros zoológicos brasileiros, tudo dentro de um programa de conservação estruturado, onde atualmente oito onças vivem sob cuidados humanos no espaço.
Além disso, o local costuma receber animais recuperados em operações de órgãos ambientais, oferecendo todos os cuidados necessários para que eles se adaptem a um ambiente com supervisão profissional. Atualmente o BioParque não faz reintroduções de onças, uma vez que esse processo é supercomplexo e se faz necessário manter o animal em um recinto próprio para esse fim. O principal objetivo ao receber uma nova onça, é promover o bem-estar e formar uma população de segurança, como se fosse um backup.
De acordo com a instituição, o empenho do poder público, da iniciativa privada e de organizações ambientais é crucial, no entanto é preciso contar também com a colaboração da sociedade para que a onça-pintada seja cada vez mais valorizada.
Não basta apenas reproduzir a onça-pintada, é necessário também trabalhar com educação ambiental, conscientizando o público visitante sobre a importância de conservar a espécie na natureza.
Conheça mais sobre a onça-pintada
Nome científico: Panthera onca
Nome comum: Onça-pintada, onça-preta, jaguaretê, canguçu.
Tamanho: A espécie pode chegar a medir até 2,70 cm e seu peso varia de 35 kg a 158 kg.
Características: A pelagem da onça-pintada geralmente vai do amarelo-claro ao castanho-ocreáceo, porém há indivíduos que têm coloração mais escura. Em todas elas, há manchas pretas em forma de rosetas. Cada animal tem um padrão único de rosetas, por isso se diz que elas são como a sua “impressão digital”.
Distribuição: Pode ser encontrada nos diferentes biomas brasileiros, com exceção dos pampas.
Comportamento: São animais que vivem de forma solitária. Em geral, machos e fêmeas se encontram somente para acasalar. Habitam diferentes tipos de ambientes no país, porém evitam áreas próximas de atividades humanas. Além de répteis e aves, também se alimentam de mamíferos, como a anta (Tapirus terrestris).
Fonte: Cenap / ICMBio
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