Tonhão faz pronunciamento e justifica permanência de Catalá no Remo: 'Será que ele desaprendeu?'
Presidente garante apoio ao treinador do Leão, mas reforça que diretoria fez duras cobranças à comissão técnica e ao elenco por mudança de postura
Depois de um dia a portas fechadas decidindo os rumos do clube para a temporada, a diretoria do Remo optou por não interromper o trabalho do técnico Ricardo Catalá após a precoce eliminação na Copa do Brasil, causada pela derrota por 1 a 0 para o Porto Velho-RO. A decisão foi divulgada no começo da noite da última quarta, mas, nesta quinta-feira, o presidente Antonio Carlos Teixeira fez um pronunciamento gravado para justificar a ação à torcida. Ele esteve ao lado do vice Glauber Gonçalves e do executivo de futebol Sérgio Papellin. O outro vice, Milton Campos, não participou do ato, que foi disparado à imprensa pela assessoria do clube e em seguida publicado nas redes sociais.
"Uma das nossas propostas era profissionalizar o departamento de futebol e ela vem ocorrendo, não só com contratações de profissionais para a área, mas também de atos, atitudes e decisões", iniciou Tonhão.
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A decisão pela continuidade do trabalho foi avaliada em conjunto por Tonhão, Glauber e Papellin, também usando como base relatórios do departamento de inteligência de futebol do Leão.
“Depois de uma derrota vergonhosa - e isso foi dito aos atletas e ao treinador - fizemos uma avaliação, conversamos com a comissão técnica caseira e entre a diretoria, nosso vice-presidente Glauber Gonçalves e dos diretores que participam do dia a dia do Remo, visando encontrar a melhor decisão para o clube. A decisão tem que ser baseada no profissionalismo e não podemos fazer uma troca por uma derrota, por parte do projeto não ter dado certo e também em função de cinco partidas", argumentou o mandatário.
Assista ao pronunciamento da diretoria do Remo:
O presidente Tonhão ainda relembrou que Ricardo Catalá já salvou o Remo de uma crise no ano passado. O treinador foi contratado quando o Leão era lanterna da Série C 2023, sem pontos na competição, mas conseguiu evitar o rebaixamento à Série D.
"Não podemos analisar o trabalho do elenco e do técnico, que chegou aqui no ano passado, com o time com nenhum ponto no Brasileiro e fez uma campanha para integrar o G8, mas, infelizmente, chegou muito tarde. Não diria que foi unanimidade, mas a maioria dos torcedores queria a volta do Catalá [para 2024]. Será que ele desaprendeu de lá pra cá? Logico que não, e temos que ter profissionalismo e analisar. Criamos um sistema de inteligência no futebol para nos ajudar na decisão, seja de contratação ou de liberação de qualquer profissional do departamento de futebol”, apontou o presidente.
Jogadores são cobrados pela diretoria
No pronunciamento, Tonhão também revelou que houve uma conversa dos dirigentes com o plantel remista na manhã desta quinta, antes do trabalho de reapresentação aos treinos no Baenão. O mandatário espera uma nova postura na partida do próximo domingo (25), contra o Águia de Marabá, pela 7ª rodada do Parazão. O jogo será às 17h no próprio Baenão, em Belém.
“Foi dito na cara dos jogadores. Fizemos uma cobrança segura, rígida, não só ao treinador, como também ao plantel. Disse a eles que a responsabilidade é de mudança da história desse clube, do departamento de futebol, a partir do próximo domingo. Esperamos contar com apoio da nossa torcida, pois é fundamental que ela venha nos incentivar”, concluiu Tonhão.
Milton Campos fora de pronunciamento
Outro membro do Conselho Diretor (Codir) do Remo, o vice-presidente Milton Campos não esteve presente no pronunciamento do clube nesta quinta-feira. Em entrevista ao Grupo Liberal na quarta, o dirigente chamou de "insanidade" a decisão de manter Ricardo Catalá como técnico da equipe profissional e lamentou não ter voz nas decisões da gestão azulina.
"Eu não participei da reunião de mais cedo, até porque o Tonhão tem tomado as decisões do futebol sozinho, mas eu sou totalmente contra a permanência do Catalá. Acho que é uma insanidade que tão fazendo, que beira à loucura. Apesar disso, eu respeito, porque o presidente foi eleito e ele que manda. Mas isso é uma enorme falta de respeito com o torcedor", afirmou o vice azulino à reportagem de O Liberal no início da noite da última quarta-feira (21).
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