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Setor imobiliário fala sobre dificuldades com alta acumulada de 5,29% nos imóveis residenciais

Entidades contam com estabilidade econômica para melhorar o cenário desse segmento do mercado

Com a alta acumulada de 5,29% no preço dos imóveis residenciais em 2021 no Brasil, os setores imobiliário e de construção civil paraense sofrem com as dificuldades para manter o segmento aquecido. De acordo com um levantamento divulgado nesta quarta-feira (4) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e o Portal ZAP (FipeZap), esse é o maior avanço no país desde 2014, quando houve uma elevação nominal de 6,70%, embora o resultado ainda esteja abaixo da inflação projetada para o período, de 9,28%.

Os números revelam que, na contramão, o preço médio de venda de imóveis em dezembro subiu 0,48%, após um avanço de 0,53% em novembro. O índice também ficou abaixo da inflação esperada para o mês, de 0,68%. Para o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Albino Vieira, esse aumento reflete, sim, no mercado imobiliário, já que os custos dos insumos estão crescendo acima da correção do preço dos imóveis.

“Isso faz com que as construtoras se desestimulem a fazerem novos lançamentos. Como reverter? À princípio, o que está acontecendo é que as construtoras estão absorvendo a diferença menor desse preço, diminuindo a margem de lucro, esperando que o mercado volte a aquecer. A perspectiva de melhora seria o aquecimento da economia, porque se aquecer, diminui o desemprego e melhora a expectativa da população de voltar a adquirir imóveis. Estamos dependendo do sucesso da economia”, analisa.

Já a presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Marlene Felippe Assunção, acredita que o aumento não teve influência relevante no mercado, que se mantém aquecido e ainda oferece um crédito imobiliário extremamente disponível. “Vale lembrar que, com a pandemia, tivemos um aumento no custo de material de construção por um período, o que naturalmente se reflete no valor do produto. Igualmente, falando de novos projetos, temos em Belém vários lançamentos com muita tecnologia embarcada e diferenciais de projeto extremamente modernos, o que reflete também nos preços”, explica.

Sobre o futuro, Marlene aposta na flexibilidade de ambos os lados para fazer a diferença no fechamento de novos negócios. “As partes devem ter a tranquilidade e ser maleáveis para viabilizar as transações”, declarou. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon), Alex Dias, ressalta que o segmento tem sofrido com os aumentos expressivos dos materiais de construção, que andam junto com a variação do preço de imóveis prontos, mais aderente ao mercado imobiliário propriamente dito, segundo ele.

“Em 2021 também tivemos um significativo aumento de salários dos trabalhadores, que tiveram 100% reposto do índice inflacionário. Até então, essa junção de fatores fez com que elevasse sobremaneira o custo da produção de imóveis, então o que posso dizer é que: com a elevação do custo de imóveis em produção, os imóveis já em carteira tenderam para acompanhar a tensão inflacionária vivida no setor”, diz.

Alex também vê 2022 de forma otimista, acreditando na estabilização dos preços dos imóveis, tendo em vista um possível desaquecimento provocado inclusive pela pressão inflacionária que ele considerou desmedida em alguns setores desses insumos. “Com esse arrefecimento, se percebe que temos uma redução significativa de empreendimentos imobiliários, o que vai afetar a empregabilidade no setor, reduzir o nível de emprego, e quando se desaquece, forçosamente o segmento, a tendência é que haja uma estagnação desses preços”, concluiu.

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Economia
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