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Paraíso Tropical não é a melhor novela da Globo, mas vale a reprise pelas histórias marcantes

A trama, apesar de considerada lenta para "engrenar" nas histórias, conseguiu cativar o público com personagens marcantes

Carolina Mota

A novela Paraíso Tropical está longe de ser a melhor novela de Gilberto Braga e da TV Globo, quando comparada a outros clássicos da rede. Contudo, é uma obra que Vale a Pena Ver de Novo por conta das histórias marcantes e personagens inesquecíveis.

Um exemplo é a cena de reconciliação entre Bebel e Olavo, que foi ao ar na última terça-feira (23). Na declaração de amor, o vilão diz a frase icônica: "Você é a cachorra mais burra aqui desse calçadão porque só você ainda não viu que eu amo você também, sua cachorra, sua piranha, sua bandida!".

Os amantes roubaram a cena quando a novela foi ao ar pela primeira vez, em 2007, e seguem sendo a grande atração 17 anos depois. Os atores, além dos comprovados talentos, esbanjam química ao encarnar aquilo que era a especialidade do autor: criar tipos controversos, sem caráter e, por esses mesmos motivos, irresistíveis. 

Porém, não foi o mesmo caso dos protagonistas..

Por outro lado, os protagonistas Daniel e Paula foram os menos carismáticos da trama. Bonzinhos o tempo todo e certinhos demais, fez com que muitas pessoas não se identificassem com o casal uma vez que todo ser humano erra e comete falhas, diferente dos personagens que sempre atuaram dentro da ética e da moral.

O casal principal é bem menos interessante que Antenor (Tony Ramos) e Lúcia (Gloria Pires), por exemplo. O empresário tem desvios de caráter, enquanto a empreendedora é voluntariosa e desmedida em suas reações. Há ainda Joana (Fernanda Machado), que faz as vezes de mocinha paralela à trama central e se permite alguns desacertos, como trabalhar como prostituta. 

Falta nos mocinhos o sangue que corre nas veias dos coadjuvantes, algo que se repetiu, em maior ou menor grau, em toda a obra de Gilberto Braga. Ressalta-se sua capacidade de criar boas personagens femininas, como a trambiqueira Marion (Vera Holtz), a dona de casa conservadora Dinorá (Isabela Garcia) e a arrivista Nely (Beth Goulart), que se redime na reta final.

Trama das gêmes nada interferiu na história da novela..

A trama das gêmeas, ainda em reprise pelo Vale a Pena Ver de Novo, onde uma se passa pela outra, pouco interfere no enredo da novela, mas acaba por ser um arco interessante durante o tempo em que o plano da gêmea má funciona.

O desfecho da novela tem um dos melhores plot twists da história recente da TV brasileira. A identidade do assassino de Taís não é lá tão surpreendente, mas o motivo do crime, que envolve um grande segredo, garante o impacto do gran finale.

Tipos como Taís, mas principalmente Bebel e Olavo, continuam sendo o grande trunfo da novela, que se firma nas qualidades habituais do universo criativo do autor, dos vilões charmosos às tramas de suspense imbricadas. A reprise, surpreendente e repentina após quase 20 anos da exibição original, mostra que até as mais medianas das criações de Gilberto Braga ainda merecem uma atenção. 

A reprise de Paraíso Tropical termina em 3 de maio no Vale a Pena Ver de Novo, nas tardes da Globo. A trama será substituída por Alma Gêmea (2005), que volta ao ar na próxima segunda-feira, 29 de abril. 

Carolina Mota, estagiária sob supervisão

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