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Heliana Barriga fala sobre vida dedicada à literatura infantil e preparação para a Feira do Livro

A autora castanhalense é uma das homenageadas da edição deste ano da Feira Pan-Amazônica, começa neste sábado (9)

Amanda Martins

A 26ª edição da Feira Pan-Amazônica do Livro, um dos eventos literários mais aguardados do mês de setembro, começa hoje, 9, e tem como uma das homenageadas a escritora paraense Heliana Barriga. Nascida em Castanhal, há mais de 40 anos ela se dedica a escrever para o público infantil, mas, acabou conquistando o público de todas as idades com suas histórias cativantes, que mexem com o imaginário de quem se dispõe a desbravar o universo contido dentro de um livro. 

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Conhecida pelas obras “A Abelha Abelhuda” e “Perereca Sapeca”, a autora explora o lúdico nas suas obras e fisga a atenção da criançada trazendo para as narrativas elementos da natureza,  da própria Amazônia, brincando com as palavras e os sons. 

Mas, engana-se quem pensa que a influência dela se limita apenas à literatura infantil, Heliana também é compositora e sanfoneira, além de escrever cordéis. Entre os diversos CDs musicais produzidos, destacam-se "Mala sem Fundo", "Letícia Coça-coça", "A filha do Jabuti", "Se eu fosse eu brincava" e "Circo Furreca sem Mala". 

image A autora Heliana Barriga é conhecida pelas obras “A Abelha Abelhuda” e “Perereca Sapeca" (Carmem Helena / O Liberal)

Ela também foi escolhida para receber o título de “Embaixadora das Infâncias de Belém da Nossa Gente”, concedido pela Secretaria Municipal de Educação (Semec), reconhecendo sua influência no despertar literário do público infantil, e desde então, tem se dedicado ainda mais ao ofício. Agora, a autora se prepara para um novo momento, no qual deixa de ser a contadora das histórias para ser uma delas. Helena será homenageada, ao lado do também escritor Salomão Larêdo, durante a programação da Feira Pan-Amazônica do Livro. 

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Desfrutando daquele famoso “friozinho” na barriga, que antecede a um momento de entusiasmo e felicidade, Heliana Barriga conversou com o Grupo Liberal e falou sobre como foi receber esse convite tão importante, o início como escritora e a relação que mantém com o evento literário. Confira!

Como você recebeu a notícia de que seria homenageada na Feira do Livro?

Eu recebi como um susto, um susto bom. O pessoal fez um mistério, eu não sabia o que estava acontecendo, não podia ser da feira, não podia ser do estande dos autores paraenses, eu fiquei aguardando para saber o que era, me enganaram falando que era um encontro com o Governador do pessoal que gosta de poesia. O Governador chegou e a organização me levou para a Arena das Multivozes e ele anunciou. Parecia que eu estava em outro mundo, porque eu nunca pensei que pudesse ser homenageada, nunca passou pela minha cabeça. E eu ser homenageada junto com o Salmão, que é um autor mais ou menos da mesma época, ele [Salomão] que deu o nome de "Mala Sem Fundo" para o meu projeto, é incrível. 

Como a literatura infantil entrou na sua vida e lhe inspirou a escrever tantas obras?

Eu acho que já nasci com a literatura, mas quando eu era criança eu não tinha estímulo, não tinha livros. Eu sempre brinquei com cultura e  arte, de circo, toco sanfona desde pequena, os circos que a gente fazia no quintal foram importantes,  eu já fazia mini historinhas na minha cabeça, mas não escrevia. O que entrou em primeiro na minha vida foi a música, a música para criança, e da música, a literatura foi uma continuidade. 

Você foi nomeada Embaixadora das Infâncias de Belém da Nossa Gente. O que esse título representa para você?

Eu achei legal receber esse título, porque fica muito no imaginário das pessoas e eu também como autora fico no imaginário, e acho muito interessante isso porque, esse dom e esse trabalho não é só meu, faz parte do imaginário das pessoas. A embaixadora vai para as escolas trabalhar com a poesia, principalmente com as crianças das primeiras infâncias e eu sou uma autora de início de leitura. E eu acho bacana como elas passam por essa fase, e eu tenho esse estímulo poético para isso, então, é uma alfabetização com a poesia. 

Como frequentadora das escolas da rede municipal por conta do seu projeto, como você define a troca com esse público infantil?

Eu sou a avó do cabelo azul. Querem pintar e a mãe não deixa, fazem as perguntas de como tenho cabelo assim, eu minto porque posso mentir, mentir para o bem da imaginação. Eu digo: ‘Eu dormi e acordei assim’. Perguntam onde eu moro e eu digo que é no circo, ficam admirados. Eu acho que a gente tem que estimular a imaginação da criança. 

Como coordenadora de Comunicação Poética do estande das autoras e autores da Feira Pan-Amazônica do Livro, qual é sua visão sobre o papel das feiras literárias na promoção da literatura regional e nacional?

Eu acho interesse porque os autores e autoras se encontram e são estimulados pela mídia, estimulado pelas livrarias, então, isso dá aquele "susto" bom nas pessoas e a gente que já tem uma experiência maior, já serve para 'olha, é por aqui, não vai por ali, é por aqui porque eu já fui'. É bem interessante a feira, a gente vive esse momento, essa ambiência de fazer literatura que não é apenas escrever, é uma coisa muito maior. 

Muitos leitores cresceram te acompanhando e, hoje, são adultos e alguns já têm filhos, aos quais transmitiram o amor pelos livros e o gosto pela leitura. Como você se sente sabendo que marcou tantas gerações?

Eu fico feliz e muito emocionada, né, porque faz tempo que não nos encontramos com os leitores, mas fica aquilo na imaginação, eu acho lindo quando eles veem com os filhos, porque foram crianças que leram as minhas histórias quando eu comecei e hoje eles trazem os filhos para me conhecer. 

Uma vez eu fiz na Feira do Livro um show chamado "Presente", onde a plateia me dava um presente de ser composta pelos filhos, das pessoas que foram crianças naquele tempo e levando agora os filhos, e eu dando o presente para eles com músicas novas. 

Na Feira do Livro você vai relançar a sua coletânea de livros “Mala Sem Fundo". Como você se sente sabendo que isso poderá chegar nas mãos de uma outra geração?

Vai ser bem interessante  porque ela vem em um formato de uma caixa com três histórias, uma é toda musical, onde tem o QR-CODE para ser escaneado para o público poder escutar as músicas, são histórias brincantes.  

Podemos esperar novos lançamentos daqui em diante?

Sim, tem umas obras que estou trabalhando, como o 'Terra Mulher' que lancei em 1990, que é um dos primeiros livros meus que debate as questões ambientais e climáticas, questão da denúncia contra violência; a ‘Balada de Fruta’ que é um livro de poesia erótica. Tem muitas coisas que ainda quero fazer, eu tenho um projeto e outros vários projetos, conforme vai ficando maduro eu recrio a partir da minha obra.

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