Secretária de Cultura fala sobre como transformou Feira do Livro em um espaço de múltiplas vozes

Ursula Vidal implementou em sua gestão uma maior valorização das tradições orais no Estado

Amanda Martins

A Secretaria de Cultura do Estado, sob a gestão de Ursula Vidal, continua trazendo inovações para a Feira Pan-Amazônica do Livro.  Na 26ª edição , que vai ser realizada nos próximos dias 9 a 17 de setembro, no Hangar, o grande foco da feira literária é exaltar as produções paraenses, trazendo como homenageados os escritores Heliana Barriga e Salomão Larêdo. Um dos objetivos é promover a diversidade cultural e literária do Pará. Também haverá na programação um espaço dedicado às Vozes da Baixada, que abre espaço para os coletivos periféricos, e discussão climáticas e ambientais. Essas novidades são acompanhadas do conceito “Multivozes”, que visam expandir a pluralidade cultural da Amazônia

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Desde 2019, a gestora tem buscado tornar a Feira do Livro um espaço mais inclusivo, diverso e democrático. Para isso, Ursula surgiu como uma das propostas implementar o conceito das “Multivozes”, que garantiria a valorização da tradição oral, tão presente na região amazônica, principalmente entre seus povos originários e comunidades ribeirinhas. 

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Além de promover programações dedicadas a fomentar a cultura das múltiplas vozes, oferecendo espaços dentro do evento, nas Arenas,  com  saraus, shows gratuitos e rodas de conversas que debatem sobre a temática escolhida naquela edição da feira. 

Com o trabalho exercido pela titular da pasta, a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes já deu espaço para mulheres, negros, povos originários, comunidade LGBTQIAPN+ e, agora, coletivos urbanos da periferia,  como às mais diversas falas das múltiplas expressões artisticas e culturais.

Ursula Vidal bateu um papo exclusivo com o Grupo Liberal e falou sobre a importância do seu trabalho, as novidades que irão ocorrer na Feira do Livro deste ano e também a sua relação pessoal com o evento antes mesmo de ser gestora da secretaria. Confira!

Foi na sua gestão que  foi implementada a proposta das Multivozes unido à feira . Como surgiu a vontade de “dar voz” a um espaço onde se viam antigamente apenas livros?

Ursula: A Feira do Livro tinha uma política pública assertiva, bem sucedida, mas muito voltada para a literatura escrita. E nós somos uma Amazônia onde os conhecimentos, as tradições e os sabores são transmitidos também de maneira oral, então, nós precisamos dar espaço para os conhecimentos advindos dos territórios quilombolas, das aldeias indígenas,  dessa urbanidade onde a poesia falada por meio do hip-hop, está construída a partir da nova dinâmica, que é uma dinâmica nova para a urbanidade, mas muito antiga para esses territórios  onde vivem os povos, comunidades tradicionais. [...] Mas essa produção de conhecimento está para além do livro.

E esse ano a Multivozes amplia, por exemplo, para as Vozes Baixada, que falam sobre a periferia e suas artes. Como as temáticas tratadas na 26ª edição foram pensadas? 

Ursula: A Amazônia é também um espaço das urbanidades. Nós temos um imenso desafio, dos 29 milhões de pessoas que vivem  na Amazônia brasileira, cerca de 80% vive em cidades,  nós precisamos trazer essas vozes que estão na periferia, nas periferias das grandes cidades, discutindo políticas públicas mais inclusivas, que garantam justiça social, que fortaleçam essa nova economia  que precisam ouvir esse juventude, essa juventude que está produzindo, está formulando e está protagonizando soluções para seu território, então, é por meio dessa cultura que vem da baixada, que vem da periferia que nós  precisamos entender como vamos desenhar esses caminhos se não vão ouvirmos as vozes do território, não vamos traçar o caminho correto e esses arranjos produtivos locais, esses diálogos, essas articulações já acontecem. 

Vão ter dois lançamentos dos autores que são homenageados. Isso foi pensado de uma forma que a juventude, ou mesmo as próprias crianças,  conheceram mais sobre a Heliana e o Salomão?

Ursula: A Heliana Barriga tem uma presença constante em muitos eventos tanto de Belém quanto dos interiores quanto da Feira do Livro. Ela já uma personagem muito forte nessa valorização da literatura feita para crianças, que estimula essa inventividade, então,   lançar uma coletânea com livros  que traduzam esse amor pela natureza, pelos amigos, pela imaginação, pela liberdade, foi uma forma de nós tentarmos condensar em uma caixa, uma “Mala Sem Fundo”,  porque não acaba nunca, porque tudo sai dali, essa inventividade extraordinária da Heliana. 

No caso do Salomão, nós entendemos que estamos nessa Amazônia das águas, o Salomão traduz com muita  delicadeza uma poética muito peculiar desse jeito do paraense de ser desabusado, de uma sexualidade livre, de uma relação com o território que também se relaciona com o território corpo. “Remos de Faia” é sobre essa Amazônia que recebe pessoas de todas as partes do mundo, que se reinventa, nessa multiplicidade. Ele fez esse livro de uma maneira absolutamente magistral e nós tínhamos muito desejo em ter acesso a esse livro para apresentar para as nossas gerações.

Hoje você é secretária da pasta e já muito envolvida na Feira do Livro, mas e  Úrsula que visitava a feira do livro como alguém comum. Como você guarda essas memórias?

Ursula: A Feira do Livro é parte da memória afetiva de cada um de nós. Hoje, a responsabilidade é maior, claro,  mas ao mesmo tempo o envolvimento coloca um pouco o coração da gente plantado naquele chão. Quando eu piso ali, sinto meu coração na palma do pé.

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