Faculdade particular atrasa entrega de diplomas; instituição age para resolver o problema

Alguns dos afetados estão há dois anos sem o documento que comprova a formação no ensino superior

Camila Guimarães

Profissionais que se formaram em cursos superiores na Escola Superior Madre Celeste (Esmac), em Ananindeua, estão há cerca de dois anos sem os diplomas. A situação tem gerado uma série de dificuldades na vida acadêmica e profissional dos afetados. A redação integrada de O Liberal entrou em contato com a instituição, que disse que está ciente dos transtornos e comprometida com a resolução do problema.

Yasmin Salmen, de 23 anos de idade, cursou todos os semestres do bacharelado em Administração, na Esmac, e chegou a celebrar a formatura no dia 21 de dezembro de 2022, mas, até hoje, não recebeu o documento que comprova a formação.

“Isso me atrapalha muito no mercado de trabalho. Já perdi uma oportunidade por causa disso. Eu ia iniciar uma pós-graduação também, mas depois fiquei sabendo que outros amigos perderam a pós que fizeram porque não puderam comprovar o diploma da graduação”, lamenta.

Ela conta que não são apenas os alunos de Administração que estão enfrentando o atraso dos diplomas. “São mais de 700 alunos nessa situação. Tem gente de Direito, Nutrição, Farmácia, Biomedicina”.

Outro recém-formado com o mesmo problema é Danilo Costa, que cursou Direito na Esmac. Ele disse que recebeu uma declaração de conclusão do curso, que informa que ele se formou em 30 de junho de 2023. O documento não tem a mesma validade de um diploma - o qual ele ainda segue aguardando. O problema pode fazer Danilo perder uma grande oportunidade:

“Eu passei num concurso recentemente e preciso do meu diploma, só isso” - ironiza. “Além de mim, tem vários colegas que estão entrando agora no mercado de trabalho com diversos transtornos”.

Yasmin e Danilo já entraram em contato com a Esmac para entender as causas do problema e buscar soluções. Ambos citam que uma explicação para o atraso na emissão dos diplomas, dada pela instituição, foi a mudança na norma de emissão do documento, que agora seria emitido digitalmente.

Segundo Danilo, a mudança foi estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC), em 2022: “E como a Esmac é uma faculdade e a faculdade não pode emitir diploma, quem emitia o diploma era a UFPA. A conversa que circulou é que a Esmac não estava pagando valores antigos de emissão desses diplomas, por isso a UFPA parou de emitir desde 2022. Mas a Esmac diz que a UFPA que não se adequou a novas normas do MEC, e em razão disso, procuraram outro parceiro, que seria a Cruzeiro do Sul”.

“Eles dão várias desculpas. Eles dão prazo de 60 dias para entregar o documento, mas vai passando esses prazos, a gente vai atrás e nunca dão retorno. Parece que estão trocando a diretoria também, já trocou três vezes. Alguns colegas já foram em delegacias, eu também já fui na Defensoria Pública e fiz denúncia no MEC”.

Consultada pela reportagem, a Esmac respondeu, em nota, que tem trabalhado com a máxima urgência possível para resolver o problema e confirmou a explicação sobre a mudança no formato de emissão dos diplomas: “É importante esclarecer que os atrasos atuais são resultado direto das recentes alterações na legislação que rege a emissão de diplomas, especificamente a transição para o formato digital. Essa mudança, imposta pelo Ministério da Educação (MEC) em 2022, visa aumentar a segurança e a integridade dos documentos acadêmicos em todo o país.

“Desde a implementação dessa nova normativa, a Esmac tem enfrentado desafios significativos na adaptação dos nossos processos internos, visto que a Universidade Federal do Pará - UFPA atual registradora da Esmac ainda não finalizou a implantação de seu sistema Digital de Diplomas, restando necessário a Esmac buscar outra registradora temporariamente. Os registros estão sendo realizados atualmente pela Universidade Cruzeiro do Sul em São Paulo (IES – 221 / Mantenedora – 159) em contrato firmado em 2023 e já com diplomas registrados e outros em fase de registro que pode levar no mínimo 60 dias e no máximo 120 dias. Estamos trabalhando diligentemente para alinhar nossos procedimentos às novas exigências e garantir a emissão dos diplomas pendentes o mais breve possível”.

"Entendemos a importância deste documento para a continuidade da vida profissional e acadêmica de nossos egressos e estamos empenhados em minimizar os impactos desta transição. Para isso, estamos colaborando ativamente com nossos parceiros institucionais e buscando todas as vias possíveis para acelerar o processo”, finaliza a nota.

A redação integrada de O Liberal solicitou um posicionamento à UFPA, ao MEC e à Defensoria Pública do Estado e aguarda um retorno.

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