Moradora Maria da Costa denuncia falta de saneamento básico na rua Nativos de Oliveira, no Tapanã
Ela anda com água na bolsa para limpar os pés quando sai de casa, por causa da lama
A dona de casa Maria da Costa, 58 anos, denuncia que a rua Nativos de Oliveira, entre rua Quintino e Independência, no bairro do Tapanã, em Belém, está abandonada há anos. A via está sem asfalto e cheia de buracos. Ela reside nessa rua há cinco anos. E, como tem muita lama na rua, Maria da Costa adotou uma estratégia. Ela anda com água na bolsa para limpar os pés quando sai de casa, por conta da rua que está sem asfalto, sem saneamento básico, cheia de buracos e lama. “O tempo todo é assim. Nós temos que passar (pela rua). Por isso, já venho com a água para lavar (os pés), porque é para desinfetar. Esse canal aqui fica alagado. Muita lama aqui. Não temos ponte para passar para o final da rua. É um tormento”, afirmou.
“Eu já tive que pedir para a minha ficar na casa da minha irmã, porque não tem condições de ela ficar aí. Ela é doente. Aí tem que passar com ela carregada aí, porque não pode meter o pé nessa lama. Agora eu tô indo levar a roupa ela. É muito difícil”, contou. Maria da Costa disse que a rua não tem asfalto e nem saneamento básico. “Falta praticamente tudo. Você está vendo como está a situação... É horrível aqui”, afirmou. Ela observou que essa situação é antiga. "Quando cheguei aqui, já estava essa situação aqui. E cada vez fica pior. E nada é feito”, afirmou.
A dona de casa afirmou que os órgãos competentes já foram comunicados desses problemas, que, inclusive, já foram denunciados por vários veículos de comunicação. “Na época que meu pai era vivo eu passava com eles nas costas. Acabou que nos acabávamos caindo. Depois, ele veio a falecer”, disse. Ambulância, afirmou, não tem como acessar a rua para prestar socorro a alguém. “Principalmente à noite. E agora, nessa época de chuva, é que não tem mesmo ambulância. Não passa aqui”, disse.
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Maria da Costa também disse que, provavelmente por causa desse contato com a lama, passou um mês sem poder andar. “Apareceram umas bolhas no meu pé e essas bolhas deram tanta dor e eu não conseguia nem me mover. Eu tive que parar de trabalhar por causa disso”, afirmou. Ela faz um apelo ao poder público. “Que eles ve nham olhar aqui, fazer alguma coisa, jogar um aterro. Fazer uma limpeza nesse canal”, disse. Atrás da rua passa o canal do Mata Fome, que, disse, "está entupido e, quando chove, alaga a rua inteira. Quando a chuva é muito forte alaga a minha casa”.
Em nota, a Prefeitura de Belém informa que vai mandar, em breve, “equipes multissetoriais para apurar as denúncias e fazer uma análise de competência dos problemas relatados na matéria”. Sobre o Mata Fome, acrescentou, “a bacia inteira tem passado por uma intensa rotina de limpeza a fim de solucionar o assoreamento. O Mata Fome está na agenda de serviços da Sezel (Secretaria Municipal de Zeladoria e Conservação Urbana) e continuará contando por tempo indeterminado com ações de manutenção”. Por fim, “a pasta pede que os munícipes não joguem lixo nos canais porque isso dificulta a atuação das equipes e contribui para as enchentes”.
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