Roubo de celular em Pinheiros: como quadrilha monitorava ruas e escolhia as vítimas
A Polícia Civil prendeu dois homens, neste domingo, 6, suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em roubos de celulares na região de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. De acordo com as investigações, os criminosos utilizavam dois veículos para monitorar os arredores e escolher as possíveis vítimas. Outros três integrantes foram identificados e são procurados. Os detidos não tiveram os nomes divulgados.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP), agentes da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), da 3ª Seccional de Polícia, realizaram uma campana no local onde os criminosos atuavam. Durante a ação, conseguiram prender dois integrantes da quadrilha que estavam em um dos veículos usados nos assaltos.
Com base nas investigações, os policiais identificaram o modus operandi da quadrilha que utilizava um carro e uma moto para monitorar a região. Parte dos criminosos desembarcava para cometer os crimes, enquanto os veículos de apoio permaneciam estacionados nas proximidades. Os membros da quadrilha faziam chamadas telefônicas em grupo para combinar os assaltos. Depois, os ladrões retornavam para os veículos de apoio.
Os detidos foram autuados em flagrante por associação criminosa e resistência à prisão. Os outros três suspeitos que já foram identificados tiveram a prisão temporária decretada e são procurados. Segundo a SSP, as investigações prosseguem para apurar outros roubos cometidos pela quadrilha.
Violência em alta no bairro
Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que, em janeiro de 2025, houve um aumento de 20% dos roubos em Pinheiros, um dos bairros mais visados pelos criminosos que se passam por falsos entregadores, em relação ao mesmo mês no ano passado.
Foram 271 registros de assaltos em Pinheiros em janeiro de 2025, ante 225 no mesmo mês do ano passado. A alta, a maior entre os bairros com mais roubos, colocou o distrito como o segundo com mais assaltos em janeiro, atrás apenas do Campo Limpo, na zona sul, com 309 ocorrências. Abaixo, aparecem Capão Redondo (269), também na zona sul, além de Campos Elíseos (235) e Sé (226), no centro.
No dia 7 de março, um homem de 55 anos foi baleado ao resistir a entregar o celular a um assaltante que o abordou no interior de uma padaria. No dia seguinte, um homem de 55 anos foi baleado durante um assalto dentro de uma padaria na rua Simão Álvares.
Um homem de 41 anos que também estava na padaria teve o celular levado por um rapaz armado. O suspeito que atirou contra a vítima foi preso no último dia 24. Um menor de 14 anos foi apreendido.
Em janeiro, um jovem foi baleado e morto em Pinheiros durante um roubo de celular. Vitor Rocha e Silva tinha 23 anos, era de Uberlândia, Minas Gerais, e estava em São Paulo a passeio com o namorado. O crime aconteceu na Rua Joaquim Antunes, uma das mais visadas por assaltantes.
O Radar da Criminalidade, plataforma do Estadão que mapeia roubos e furtos na capital paulista, com base em dados da SSP, aponta 33 crimes na rua Capote Valente e em suas proximidades em janeiro deste ano, uma alta de 6,5% em relação a 2024.
Questiona, a SSP disse que "intensificou suas ações de enfrentamento à criminalidade, com foco especial nos crimes violentos, investindo em tecnologia e reforçando as equipes de patrulhamento com base nas estatísticas e nas denúncias da população".
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