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Realidade Virtual e Inteligência Artificial transformam experiências no mercado de arquitetura

Interação e criatividade são algumas das características trazidas por essas ferramentas

Gabriel da Mota

No campo da arquitetura, as tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial (IA) e a Realidade Virtual (RV), estão revolucionando a maneira como os profissionais projetam e interagem com os espaços. O arquiteto e doutorando Bruno Gomes, pesquisador na área de RV, afirma que essas ferramentas têm se mostrado vantajosas, não apenas otimizando processos, mas também oferecendo novas possibilidades criativas. No Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Pará (CAU/PA), debates sobre o uso ético dessas tecnologias têm sido feitos com profissionais e estudantes da área em Belém.

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A RV permite uma imersão total no ambiente projetado, proporcionando uma visão em escala real que antes era impossível. “Na realidade virtual, você vai estar totalmente inserido e não enxerga mais nada do mundo real, você enxerga 100% do mundo virtual”, afirma Bruno. O recurso é especialmente útil para grandes projetos, como hospitais ou estádios, onde entender cada detalhe antes da construção faz toda a diferença.

Além da visualização, a IA tem agilizado significativamente os processos repetitivos e demorados.

“A inteligência artificial tende a nos ajudar, tornando um trabalho repetitivo que poderia levar várias horas em poucos segundos”, destaca o arquiteto.

Isso é particularmente útil na fase de concepção de projetos, onde a IA pode gerar várias propostas baseadas em um esboço inicial, acelerando o processo criativo.

image Bruno Gomes, doutorando em Arquitetura, utilizando o Metaquest 2, um óculos que permite a visualização de ambientes totalmente virtuais (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

Outro benefício da IA é a digitalização tridimensional de plantas bidimensionais. “Eu escaneio uma planta baixa, submeto à inteligência artificial, e ela transforma aquilo em 3D, já digitalizando e colocando elementos como escadas e moldes. Isso é algo fantástico, porque é muito mais rápido”, explica Bruno. Essa rapidez e precisão são fundamentais no contexto atual, onde a eficiência é valorizada.

A renderização de imagens também se tornou mais prática e acessível graças à IA. “Eu pego uma imagem simples, submeto a uma IA que faz a reanálise para torná-la realista, e ela me devolve uma imagem de alta qualidade em poucos segundos”, diz Bruno. Isso não só economiza tempo, mas também melhora a comunicação com os clientes, que podem visualizar os projetos de maneira mais realista.

No contexto da educação, a RV tem se mostrado uma ferramenta poderosa. “A realidade virtual tem se mostrado muito positiva para ser aplicada na sala de aula”, afirma o arquiteto. Ao permitir que alunos naveguem por edifícios icônicos de forma virtual, a RV proporciona uma compreensão mais profunda e prática do espaço arquitetônico, algo que fotos e plantas baixas não conseguem oferecer.

image Visão do Largo de Nazaré em 1950, em Belém, é um dos exemplos de realidade virtual na arquitetura (Foto: acervo pessoal de Bruno Gomes)

Por fim, Bruno destaca que, apesar das preocupações sobre a IA substituir os arquitetos, ele acredita que essas tecnologias são ferramentas que complementam e potencializam o trabalho dos profissionais. “A ideia permanece minha, a criatividade permanece minha, mas a ferramenta me ajuda a enxergar mais opções”, afirma. Para ele, a IA e a RV são recursos valiosos que, se bem utilizados, podem elevar a arquitetura a novos patamares de inovação e eficiência.

Conselho no Pará discute utilização ética 

Segundo Helena Tourinho, vice-presidente do CAU/PA com atuação na Comissão de Ética do conselho, entre os desafios éticos para a profissão, destacam-se a privacidade e a segurança dos dados dos clientes, a necessidade de explicar as decisões tomadas pela IA e a responsabilização do profissional pelos eventuais erros cometidos por essa tecnologia. Por isso, eventos de formação para a comunidade interessada têm sido ofertados pela autarquia.

“Acredito que a educação e a capacitação são essenciais para abordar esses temas. Consideramos a IA uma ferramenta de apoio ao arquiteto e urbanista que, de forma alguma, pode substituir o profissional. A elaboração de projetos arquitetônicos por pessoas não habilitadas representa um grave risco social e à vida humana, configurando exercício ilegal da profissão. O CAU/PA encaminha esses casos às autoridades competentes e aplica as devidas sanções”, ressalta a vice-presidente.

Diferentes aplicações de IA e RV na Arquitetura

A Inteligência Artificial (IA) e a Realidade Virtual (RV) são tecnologias distintas, cada uma com suas próprias características e aplicações. Enquanto a IA é a simulação de processos de inteligência humana (aprendizado, raciocínio, percepção, e interação linguística) feita por máquinas para análise de dados, a RV cria um ambiente simulado tridimensional, que pode ser explorado e interagido por uma pessoa através de dispositivos, como óculos ou fones de ouvido de realidade virtual. Na arquitetura, a IA pode ser útil na modelagem e otimização de projetos, enquanto a RV moderniza a visualização de projetos.

Realidade Virtual

1. Simulação de espaços – permite aos arquitetos e clientes navegarem em projetos arquitetônicos em escala real antes da construção, como: navegar por um hospital, entender a dimensão de corredores e salas, e avaliar a sensação espacial.

2. Revisão de projetos – permite a revisão detalhada de projetos, identificando possíveis problemas de design, como: verificação da visibilidade em estádios e ajustamento de alturas de guarda-corpos para segurança.

3. Engajamento do cliente – oferece uma experiência imersiva para visualizar e interagir com seus futuros espaços.

Inteligência Artificial

1. Geração de propostas de design – auxilia na criação de novas versões de projetos de maneira rápida, como a utilização de materiais alternativos para uma casa.

2. Digitalização 3D de Plantas 2D – converte plantas baixas bidimensionais em modelos tridimensionais rapidamente. Exemplos: Transformação de plantas antigas ou novas em modelos digitais completos.

3. Renderização realística automática – transforma esboços simples em imagens que simulam o mundo real, como imagens sem acabamento, para apresentação a clientes.

4. Auxílio na criatividade: gera projetos de design alternativos baseados em rascunhos iniciais.

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