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Portarias tecnológicas em condomínios do Pará tentam aliar segurança e economia

Inovações chegam lentamente a Belém devido ao preconceito, aponta especialista

Maycon Marte

Morar com segurança gastando menos é a nova promessa dos modelos mais modernos de segurança em condomínios. Em Belém, esse movimento de transição da portaria tradicional para sistemas integrados e tecnológicos ainda está engatinhando por resistência às novidades e desconhecimento das tecnologias, na opinião do engenheiro eletrônico Bruno Rios. Ele destaca três modelos principais já aplicados no país: portaria remota, virtual e o controle de acesso padrão. Apesar do receio dos paraenses, a economia dos novos modelos em comparação ao tradicional pode ultrapassar os 70%.


Analisando pelo nível de segurança, o especialista enfatiza que a portaria remota se destaca por distanciar os porteiros de eventuais riscos. Nesse modelo, ainda utiliza-se o atendimento humano, mas de maneira remota, onde os responsáveis pela portaria ficam em centrais de monitoramento ao invés das antigas guaritas. Para que funcione, depende de uma infraestrutura com equipamentos de vigilância e identificação. O custo para implementação desse modelo varia entre R$ 30 mil e R$ 200 mil, com um custo operacional, ou seja, de prestação de serviços mensal de R$ 5 mil a R$ 8 mil.

“Hoje, o principal dos serviços voltados para condomínios seria a portaria remota. Ela consiste em você tirar o serviço da portaria presencial que tem hoje o porteiro ali dentro da guarita… e levar esse atendimento para uma central remota, onde ele vai estar sendo monitorado, com um software em que ele vai acessar tudo no condomínio remotamente. Ele vai ter o mesmo controle que ele teria se ele tivesse lá dentro do condomínio, mas estará protegido em uma central remota”, explica Rios.

Em contrapartida à portaria remota, há também o modelo de portaria virtual, que, embora Bruno descreve como menos seguro por ter o acesso ao condomínio estritamente na mão dos moradores, é mais econômico que o sistema remoto. Essa portaria possui um custo de instalação muito parecido ao do remota, mas com uma economia superior nos gastos operacionais que vão de R$ 2 mil a R$ 5 mil, cerca de 37% a menos. Apesar da vantagem, o especialista destaca que a “insegurança” do modelo estaria no poder de cada morador em permitir a entrada dos visitantes de maneira autônoma, fragilizando o controle de acessos.

“Ela é menos segura, porque como você não tem um porteiro e não tem uma equipe fazendo a gestão, quem vai fazer o atendimento é o próprio morador, então ele pode burlar a regra do condomínio”, aponta o especialista.

Entre todos os modelos, a tradicional portaria com vigilantes na guarita possui o maior custo de manutenção, de R$ 20 a R$ 30 mil. O engenheiro enfatiza como algo comum, haver um porteiro controlando presencialmente todos os mecanismos de acesso, como câmeras de vigilância, portões eletrônicos ou liberação de entrada nas garagens, formato conhecido como controle de acesso padrão. no entanto, além do alto custo, essa estrutura é vulnerável à abordagem de assaltantes e a falhas humanas. Bruno exemplifica, que, por vezes, porteiros podem dar acessos a pessoas ou carros errados, como já presenciou acontecer em Belém.

Preconceito desacelera avanço em Belém

Para o engenheiro eletrônico especializado em segurança eletrônica e engenharia da computação, Bruno Rios, o preconceito é o principal fator a impedir o ingresso dessas inovações na capital paraense. Ele afirma que durante suas visitas a Belém, encontrou uma resistência em alguns pontos principais: a sensação de insegurança por não ter um porteiro presencial e a vergonha de parecer perder a qualidade do condomínio. 

“A portaria remota mesmo é um pouco de preconceito dos moradores, eles têm uma sensação de que ah, eu vou ficar sem porteiro, então vou ficar inseguro e qualquer pessoa conseguirá entrar no condomínio, mas não é exatamente isso porque junto com com controle de acesso tem central de câmera, tem um alarme então a gente consegue saber se alguém entrar no condomínio sem autorização, dispara um alarme na central é eles sabem que houve esse acesso indevido”, explica Bruno.

“Embora menos que a sensação de insegurança, ele percebeu um movimento a respeito das imagens dos ambientes na cidade. “Um dos preconceitos que eu vi em alguns condomínios com relação à portaria remota e a portaria virtual é que ela está sendo vendida como redução de custo e eu vi muitos condomínios onde o morador falou assim: não eu não quero a portaria remota no meu condomínio porque senão vai dar a sensação que o meu condomínio está ruim das pernas”, afirma.

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Paraenses dispostos a inovar

Em um dos condomínios de Belém, a transição para a portaria remota vem como medida de economia nos gastos. A síndica, Patrícia Bittencourt, explicou à reportagem de O Liberal, que estima-se uma redução de gastos de em média 40%, na comparação com a portaria tradicional, modelo anteriormente utilizado. “O que motivou foi a questão do custo, porque o nosso condomínio não tem muitos apartamentos, são 28 ao todo, então para manter cinco funcionários começou a ficar difícil”, explicou.

Ela enfatiza que o sistema está sendo implantado do zero, já que se tratando de um prédio antigo, a infraestrutura não era tecnológica. No entanto, mesmo com as vantagens financeiras, Patrícia lamenta as demissões dos porteiros que acompanhavam os moradores há muitos anos. “Lamentavelmente teremos demissões, mas não tivemos escolha”. conclui.

Modelos de segurança (por nível de segurança)

  • Portaria Remota
  • Utiliza uma central de monitoramento externa para controlar os mecanismos de vigilância do condomínio, mas ainda necessita de pessoas que operem a central.
  • Portaria Virtual
  • Não necessita de porteiro presencial ou remoto, deixando o controle de acesso totalmente na mão dos moradores, normalmente através de sistemas como aplicativos ou controles.
  • Controle de Acesso Padrão
  • Modelo mais tradicional com porteiros em guaritas controlando os demais mecanismos como portões eletrônicos e câmeras de vigilância.

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