Máquina portátil pode permitir que pessoas batam o próprio açaí em casa
Tendo o equipamento, os consumidores terão a possibilidade de usar as chamadas “cápsulas”, podendo dosar a quantidade de água
Tendo o equipamento, os consumidores terão a possibilidade de usar as chamadas “cápsulas”, podendo dosar a quantidade de água
Há tempos a tecnologia é uma aliada da cadeia produtiva do açaí. Com os avanços tecnológicos, o ser humano não precisa mais realizar o manuseio do alimento para transformar o fruto em líquido - as máquinas já desempenham um papel essencial nessa produção, em larga escala. Mas, quando se fala do consumidor final, ainda não há no mercado uma tecnologia que permita bater o açaí em casa de forma prática. Por isso, o empreendedor Rui Hildebrando resolveu criar um equipamento inovador em Belém: uma máquina portátil de açaí.
Voltado para o uso em lares, o produto vem como uma ampliação do mercado de consumo. A máquina, que ainda é um protótipo, tem capacidade, hoje, para produzir um litro e meio de açaí por batida. Em vez de jogar caroços in natura dentro dela, a pessoa compra as chamadas “cápsulas”, uma embalagem a vácuo com açaí. Basta jogar água e iniciar o processo, todo automatizado e com controle remoto.
A ideia, de acordo com ele, é que a pessoa não se preocupe durante o processo. Basta cortar a cápsula, colocar dentro do recipiente e a máquina vai processar o açaí sozinha. O líquido passa para o reservatório e de lá sai por uma torneira. A pessoa pode escolher a espessura do açaí, mais grosso ou mais fino, dosando a quantidade de água conforme seu gosto. Para o criador, a máquina portátil é “disruptiva” porque cria o direito de qualquer pessoa produzir de forma muito autônoma o próprio açaí, na hora que quiser, em casa.
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Automatizada, a máquina possui uma bomba de água que tem um temporizador, programado para começar a funcionar em 30 segundos após o início do processamento. A repetição por minuto (RPM) gira entre 900 e 1.700, dependendo de como estiver a configuração. Fora isso, Rui optou por inverter o eixo de rotação. Ele diz que a máquina tradicional vem de cima para baixo e essa, de baixo para cima. O motor foi acoplado na parte inferior, na base.
O empreendedor Rui Hildebrando afirma que o preço para o consumidor final não deve ser muito alto. Hoje, sairia por R$ 2.200, mas a intenção é que fique mais barato, custando o equivalente ao preço de um liquidificador ou cafeteira elétrica, por exemplo. “A gente quer trazer essa máquina com um custo muito baixo, a R$ 400 ou R$ 600. A maior meta é fazer com que as pessoas tenham isso em casa”, enfatiza.
Para o empresário Maurício Façanha, dono de restaurantes de culinária regional em Belém, a invenção é “fantástica”. “Acho que a gente está em um momento de evolução do consumo do açaí. O açaí já rompeu a barreira de outros países, hoje é a nossa marca registrada. Então, nada melhor do que a gente criar um produto inovador, que você tem na sua casa. Não vai substituir o batedor, é mais um produto. Da mesma forma que você toma café coado, e toma em cápsula. São várias formas de consumo”, opina. Enquanto consumidor, Maurício diz que teria uma máquina portátil em sua casa e na empresa.
A maior barreira para que o mercado paraense tenha acesso a esta máquina em breve é o potencial tecnológico local. Segundo Rui, o Pará ainda não possui capacidade de desenvolver a máquina, e por isso ele busca investimento para produzir o equipamento fora do Estado. “O protótipo está aqui, está pronto, já funciona, mas a gente precisa reproduzir isso para muitas pessoas. E a intenção é fazer com que as pessoas possam ter uma máquina barata e, para isso, a gente vai quebrar as barreiras que existem da falta de boas tecnologias aqui”.
O produto, afirma o empreendedor, já está patenteado. Conseguindo um parceiro e o investimento, ele estima que os primeiros exemplares cheguem ao mercado em cerca de 90 dias, assim como as cápsulas, que são importantes para o funcionamento da máquina. Com um investidor ao lado, Rui já enxerga um potencial “muito grande” de geração de emprego e renda.